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“Into the heart” – The stories behind every U2 songs

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“Into the heart” – The stories behind every U2 songs Empty “Into the heart” – The stories behind every U2 songs

Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:25 pm

Mais um excelente projeto de tradução de uma das obras mais interessantes sobre as músicas do U2, seu significado e as histórias por trás das canções. “Into the heart” – The stories behind every U2 songs, de Niall Stokes, desta vez traduzido por Rosa, da comunidade U2 do orkut, deu a permissão para eu postar aqui no MOFO o resultado deste magnífico trabalho que ainda está em andamento. Como estou copiando direto do orkut, estou fazendo umas correções principalmente de layout e algumas ortográficas. Então abaixo está a tradução da primeira parte do livro, sobre o álbum Boy. Confesso que minha visão sobre o álbum mudou depois que li sobre cada música. Foi muito mais interessante e prazeroso ouvir o álbum com essa exposição do livro na mente. Todos os créditos vão prá Rosa. aee U2

“Into the heart” – The stories behind every U2 songs
- by Niall Stokes

“Um livro é um objeto misterioso, eu digo, e uma vez que flutua ao redor do mundo, tudo pode acontecer. Todo tipo de dano pode ser causado, e não há uma maldita coisa que você possa fazer sobre isso. Para o melhor ou pior, isso está completamente fora de seu controle”.
- Paul Auster, Leviathan, 1992

Introdução

Com os livros, assim como com as canções...

Para escrever um livro sobre as histórias por trás das canções do U2 é necessário viver, dormir e comer música. Passa a ser um tipo de obsessão. Você fica procurando pistas extras, algo que você tenha deixado passar. Algumas canções crescem, quanto mais você ouve. Outras desaparecem. Você passa por fases. Mas algumas não param de crescer, até você descobrir que nunca vai tirá-las da cabeça. Sempre. “Take my hand”, você canta, “you know i’ll be there if you can, I’ll cross the sky for your love”. E as pessoas ficam te olhando. Você nem sequer tinha percebido que estava cantando.

Uma das questões que quase todo repórter de rock pergunta: como vocês escrevem suas canções? É uma pergunta sempre interessante, mesmo os compositores mais experientes gostam de ouvi-la sendo respondida. Porque cada escritor experimenta insegurança, alguma paranóia, algum sentido de que há um truque que ele pode estar perdendo. E geralmente eles estão certos. O U2 tem diversos truques, mas mesmo eles não pretendem conhecê-los.
Bono se tornou compositor por acidente e descreve o processo muito bem. Mas conforme as canções são escritas, ao longo de 25 anos ou mais, o resultado final tem sido glorioso.

O U2 tem se desenvolvido de todas as formas imagináveis, mas especialmente em suas composições. Boy foi um brilhante, original, energético e ambicioso álbum de estréia, que teve a sua quota de insights, mas ninguém poderia alegar que as letras eram seu forte mesmo. Viajando seis anos, de lá para a maturidade de The Joshua Tree, um álbum no qual Bono firmemente tem estabelecido sua credencial como um dos melhores letristas de rock foi muito claramente uma realização extraordinária.

Mas mesmo assim, em uma indústria onde muitos dos artistas que consideram ter chegado no topo e se contentam em descansar sobre os louros, o U2 se recusou a permitir-se estagnar. Com cada álbum subseqüente, têm consistentemente conquistado novo terreno.
Achtung Baby, segunda obra em reconhecimento, ganhou um público totalmente novo para eles; visivelmente, muitas dessas pessoas anteriormente não gostavam da banda. Sem diminuir a espiritualidade ou o desejo de transcendência no coração, fora o impulso criativo da banda, que também introduziu uma nova fase para eles esteticamente e intelectualmente.
Amplamente falando, The Joshua Tree e Rattle and Hum tem sido diretos, emocionais e sinceros. Em contraste, Achtung Baby foi oblíquo, codificado e indescritível, e Zooropa seguiu na mesma veia. Ambos foram mais conscientes do limite em seus ambientes musicais, e sem vergonha da direção tecnológica.

Havia razões para essa mudança, se não fosse pelo desejo sempre presente de fazer grandes discos, tinha a ver com o fato de que, com The Joshua Tree o U2 tinha se tornado a banda de rock de maior sucesso de todos os tempos. E com o sucesso vem a bagagem completa, em termos de atitude de ambos, fãs e mídia para com o grupo. De repente o U2 descobriu que eles eram alvos para os tablóides. Rattle and Hum foi duramente criticado. E, em alguns lugares, o seu compromisso, em si mesmo tornou-se motivo de zombaria. Contra esse pano de fundo, sobre a superfície, pelo menos Achtung Baby reflete uma estratégia para esconder mais do que revelar. Isso foi uma tentativa deliberada de sair do mainstream, para desafiar o público e confundir a crítica.

Com Achtung Baby, com a Zoo Tv , com a turnê que se seguiu, e com o próprio Zooropa, oU2 se tornou mais brincalhão e experimental. O senso de humor do grupo foi perceptível em sua música pela primeira vez. E o princípio do prazer ficou também em evidência, na crescente ênfase em ritmos de dança, na cultura da noite, um tom erótico.

Algumas vezes incompreendido, Pop continuou na mesma veia. Mas para “All that you can’t leave behind” e “How to dismantle an atomic bomb”, a banda se libertou da necessidade de correr atrás do “hip-ometer” e fez música, que fez nada menos do que “de quebrar os quadris”. Na verdade, com o impressionante How to dismantle an atomic bomb, eles brilhantemente voltaram às suas raízes, renovando-se magnificamente - e com enorme sucesso comercial - como resultado.

Dizem que no amor não há regras. Nem deveria haver no rock and roll. Uma das grandes coisas sobre o U2 e sua atitude é de que nada é sagrado na busca da excelência.
É uma boa teoria até você tenta colocar em prática, é aí que entra a mera retificação do trabalho . Mas desde que eles abriram uma trilha em nossos corações, no final dos anos 70, o U2 criou mais do que quase qualquer outra banda no planeta Terra, e eles têm as músicas para provar.
E as cicatrizes.

- Niall Stokes





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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:30 pm

Boy

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Produzido por Steve Lillywhite.
Gravado em Windmill Lane Studios, Dublin.
Lançado em 20 de outubro de 1980.


Sempre foi para ser chamado de “Boy”. “A capa do álbum ficou no fundo da minha mente por dois anos”, Bono explicou, logo depois do lançamento. “Há um sentimento nisso. Segurar a capa e ouvir o álbum é perfeito.”

O título foi decidido bastante tempo antes de a banda começar a gravar. Não era um álbum conceitual, mas havia uma forte ligação atravessando as canções. Os integrantes do U2 estavam ainda na adolescência quando assinaram com a Island, e “Boy” refletiu esse desembaraço.

“As canções são autobiográficas,” Bono afirmou. Em um estouro explosivo de energia adolescente, eles abraçaram temas teens como confusão, saudade, fé, raiva, perda e amor florescente, de uma forma nua e emocional. No coração da gravação estava a busca
frenética por uma identidade, na qual cada um da banda estava ainda imerso.

Tendo tocado a maior parte das canções por cerca de dois anos, o U2 provavelmente acreditava que as conhecia completamente. Ainda assim não foi um álbum fácil de gravar. Muito trabalho duro, disciplinado, deixou a seção rítmica forte e Bono teve que enfrentar com seriedade, pela primeira vez, a necessidade de terminar definitivamente as canções da banda.

Sob a compreensiva direção de Steve Lillywhite, “Boy” emergiu, vivo e brilhante, todos os agudos brilhantes, guitarras tremulando, bateria exuberante, vocal esbaforido e baixo urgente. Foi uma odisséia lírica, romântica, espiritual, que ressoou com uma particularmente maravilhosa qualidade distintiva. Acima de tudo, “Boy” foi um registro honesto.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:31 pm

I Will Follow

Iris Hewson morreu em 10 de setembro de 1974, por causa de uma hemorragia cerebral. Foi uma mudança de destino terrível (acontecendo logo após o funeral de seu próprio pai no Cemitério Militar na Blackhouse Avenue, Dublin. Bono tinha 14 anos na época, e a experiência o devastou. Mesmo agora, ele admite que é difícil lembrar de como sua mãe era. É impossível imaginar o que ele teria se tornado se ela estivesse viva.

O que podemos dizer é que ele foi mergulhado em um período de tumulto emocional que começou a enfrentar em 1974 e que mal saiu desde então - e que sua falta de descanso foi uma poderosa motivação em seu trabalho. Bono relembra sua adolescência como uma época de violência psicológica e "I will follow" captura o drama daquele tempo, as paredes caindo em cima do narrador da música em uma imagem que retrata bem a claustrofobia suburbana que ele vivia, quase que obsessivamente, através do 1º álbum. Mas há algo a mais acontecendo por aqui: um senso de confusão e terror que corre mais profundamente que as crises de identidade comuns que os adolescentes sofrem. Seus amigos de Cedarwood Road lembram de Bono como um tipo de "vadio" depois que a mãe dele morreu. Ele foi à casa de Gavin Friday uma noite, e na de Derek Rowen na outra, bem na hora para o chá. "Ele queria estar com a minha mãe o tanto que estava comigo, eu não tinha dúvidas", Gavin relembra. Eles o alimentavam e cuidavam dele, mas ele tinha que retornar sempre, quando a noite caia, para uma casa habitada apenas por homens - seu pai Bob, seu irmão Norman e ele mesmo.
No passado, Bono falou sobre a música ser uma história sobre amor incondicional que uma mãe tinha por seu filho, mas claramente, é mais que isso. Há um forte anseio na letra que tem muito mais a ver com o que uma criança sente quando sua mãe a deixa - ou é levada embora dela - a insistência suicida a seguir. "Um menino tenta muito ser um homem/A mãe dele o pega pela mão", Bono canta e você imediatamente nota que não é o tipo de coisa que o pop forjado apresenta.
Abrindo Boy, "I will folow" foi uma perfeita e apropriada declaração de concentração, mostrando que esse foi um álbum sobre confusão adolescente e cerimônias de passagens de fase, mas também - talvez mais crucialmente - que havia um espírito incansável no trabalho, o qual nunca poderia estar satisfeito com respostas convencionais ou clichês. Olhando para trás agora, com retrospecto e experiência, é uma canção da qual Bono realmente se sente orgulhoso.

"Eu acho que vem de um lugar muito escuro", ele conta, "A música pop no seu melhor parece ter uma duplicidade. Sempre que é uma coisa ou outra, é sem graça, mas se tem duas ideias opostas, indo em direções contrárias, consegue uma força diferente. "I will follow" tem ódio, muito ódio, e uma ansiedade enorme.

A performance da banda foi adequadamente insistente, marcando a faixa como uma que inevitavelmente seria divulgada com o single para coincidir com o lançamento do álbum. Em particular, The Edge, com o tipo de som agudo que virou sua marca registrada. Ainda que um guitarrista limitado em termos convencionais, ele ainda assim foi um estilista. "Eu sabia mais o que eu não queria que soasse do que o que eu queria que fosse", ele disse mais tarde. "De alguma forma, é por isso que minha maneira de tocar é tão minimalista. Toque o mínimo de notas que puder, mas encontre aquelas notas que fazem a maior parte do trabalho. Se eu pudesse tocar a mesma nota pela música toda, eu o faria. "I will follow" é quase isso. Ela é, como resultado, centrada e muito poderosa."

“A maioria dos nossos primeiros ensaios era só barulheira", Bono recorda, "Era apenas uma discussão muito grande. Eu me lembro de ter pegado a guitarra do Edge e tocar os dois acordes para "I will follow" para mostrar aos outros a agressividade que eu queria. Era o riff dele, mas eu queria que tivesse um limite para isso".

Há uma qualidade alucinógena na letra -"Your eyes make a circle/I see you when i go in there" Bono canta na ponte, desesperadamente tentando fazer sentido nos sentimentos de perda e separação. "I will follow", finalmente, é a canção de amor que foi planejada para ser. Mas é muito mais sobre o amor confuso de um garoto por sua mãe do que o amor incondicional de uma mãe por seu filho.

A jornada começou. O U2 estava indo em duas direções diferentes pela primeira vez.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:32 pm

Twilight

"O subtexto", Bono diz, olhando para a folha com os versos, "é tudo, não é?" Ele não resiste, com um risinho irônico, olhando para a capa interna de Boy, “Esses versos estão errados" ele diz, olhando para a letra de uma das músicas. "Está errado" ele repete,corrigindo de um verso para outro. "Twilight" permanece intocada.

A música apareceu primeiro como B-side de seu segundo single "Another Day", lançado pela CBS na Irlanda. Diz a lenda que ela foi gravada em apenas 5 minutos e sofreu consequências. Mas em Boy ela vem fortemente como um pequeno épico carregado com ambiguidades sexuais. Ninguém na Irlanda achou que a canção lidava com homossexualidade, ou a confusão de identidade sexual que muitos adolescentes enfrentam de uma fase a outra. E já que estão nos versos, você as encontra de um certo ângulo. Em Dublin, "the old man" era um termo comum para se referir a seu pai. Mas, no Reino Unido e nos EUA, onde os gays expressavam suas identidades de maneiras mais públicas, esta canção parecia ter sido feita para eles. Bono canta "O velho homem tentou me levar para casa, achei que ele deveria saber". Quem ele era e o que ele deveria saber nunca foi explicitamente dito.

"Foi algo curioso", Adam Clayton reflete, "Mas nós obtivemos muitos fãs gays no ponto alto de Boy. Nós não fazíamos ideia do que estava acontecendo". "Então nós entrevistamos esse cara, Adam Block", Bono continua, "o qual era gay e ele disse que sempre achou que fôssemos uma banda gay. E eu fiquei tipo: 'Caramba! Você deve estar brincando'. Ele falou sobre a questão, que dentro da comunidade gay, as pessoas estavam animadas sobre o fato de que nós éramos a 1ª banda a lidar com sexo sem machismo. O rock n' roll sempre foi escrito do ponto de vista dos homens - ou pelo menos de meninos fingindo serem homens -mas nós estávamos fazendo algo diferente.

Bono está lendo a letra novamente agora, recitando-a em trechos curtos. "Isso é incrível", ele diz, balançando sua cabeça em aparente descrença, "que está prestes a ser abordado por um rapaz. Eu realmente fui abordado, mas então todo mundo é. Mas está tão explícito, do ponto de vista dos gays ouvindo pela primeira vez, eu acho. Onde está aquele verso que Adam Block citou para mim: "Eu estou correndo na chuva/Estou preso em um jogo noturno/É tudo e tudo/Estou absorvendo através da pele". Eu nunca tive uma experiência homossexual, mas eu acho que as pessoas perto de mim tinham dificuldades sobre coisas assim. Mas é engraçado quando você olha para a letra. É inacreditável".

'Twilight é uma canção sobre a área cinza da adolescência, aquela zona de crepúsculo onde o garoto confronta o homem que está nas sombras. É também sobre a confusão, dor e da ocasional alegria que resulta desse confronto. E isso é suficientemente ambíguo, que ela fala com todos independentemente da sua inclinação sexual, sobre a experiência.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:33 pm

An cat Dubh/Into the heart

Quando o U2 foi formado em Mount Temple Comprehensive School no lado norte de Dublin, Bono tinha iniciado um relacionamento com Ali Stewart que resultaria em casamento. Mas o caminho do verdadeiro amor nem sempre teve um bom desenrolar. Eles romperam por um curto período e Bono - como sempre, agitado e com fome de experiência – teve um caso com outra colega de escola.

“Aquilo é sobre sexo, definitivamente sobre sexo”, Gavin Friday diz, sem a menor hesitação. “Mas eu acho que você deveria perguntar a ele por que ‘An cat dubh’? Irlandês não era a dele. Se tivesse sido eu, ótimo, porque eu era Fionán e aquela coisa irlandesa estava ali no fundo, mas não no caso do Bono. Então por que não chamou ‘The black cat’? Onde o sexo estava em pauta, Bono era muito precoce na adolescência. Ele era muito mais experiente que o resto de nós em Lypton Village”.

“Isso é definitivamente sobre sexo’, Bono concorda. ”Eu acho que o título está em irlandês porque a garota era um tipo de pessoa um tanto ‘gaélica’. O que aconteceu foi que Ali e eu rompemos por um minuto e eu corri atrás de alguém e me sinto culpado por isso. A imagem é de um gato e um pássaro. O gato mata o pássaro e o sacode – você sabe como eles fazem, eles brincam com a presa morta – e então dormem ao lado dela. Que é de onde a imagem vem. É como se alguém tivesse pegado você, você é jogado para todo lado e então você dorme ao lado dele. Eu acho que por causa da canção, eu mudei as coisas, mas na realidade eu penso que eu era o gato. Eu era a pessoa suja. Aquela letra deveria ser lida ‘and when she is done/she sleeps beside the one’.

Na verdade ‘An cat dubh’ foi tão importante por seu silêncio, evocativas passagens instrumentais, como pelo seu – novamente – texto sexualmente ambíguo. A letra talvez tenha sido improvisada, como Bono disse a Neil McCormick da Hot Press durante 1981, mas a música era como se tivesse sido planejada. A retenção na passagem instrumental que leva de ‘An cat dubh’ para ‘Into the heart’ é especialmente impressionante, uma performance de The Edge que antecipou o gênio único que ele se tornaria no rock contemporâneo, como guitarrista.

“Nós gastamos todo nosso tempo na música”, Bono reflete agora, “e trabalhando improvisações por fora. Nós nos viciamos nos sons da guitarra, em linhas de baixo, na bateria. E então quando nós estávamos fazendo isso, nós aproveitamos alguns minutos e escrevemos a canção. Embora muitas dessas músicas tenham sido tocadas ao vivo antes de nós gravarmos, eu nunca aprendi as letras. Tocando no Dandelion Market – ou onde quer que fosse – as letras seriam alteradas. Eu acho que nós podemos culpar Iggy Pop por aquilo. Nós líamos que ele improvisava suas letras no microfone e se isso era bom o suficiente para Iggy, devia ser bom o suficiente para nós. Portanto, não foi como se eu tivesse trabalhado a letra e, em seguida, tido tempo para pensar sobre elas. Elas estavam sempre mudando.”

A seqüência a partir de ‘An cat dubh’ para ‘Into the heart’ tinha mais a ver com as exigências de desempenho do que com o tema. A seqüência trabalhada no palco, portanto, fazia sentido fazê-lo dessa forma na gravação. Continua a ser um pedaço de beleza, cintilante, tranqüila. A dinâmica é belamente controlada pelo produtor Steve Lillywhite, e a clareza, tocando a guitarra tem um assombro, qualidade etérea. A letra de ‘Into the heart’ trai a fraqueza que poderia habitar músicas que foram sendo feitas a medida que a banda ia junto. Sem dúvida a intenção é chorar a inocência perdida e o que mais tarde Bill Graham da Hot Press chamou de destruição do jardim secreto da juventude – e esse efeito é evocado musicalmente com grande ternura e sentimento.

Mas não teria tomado de ofício aprimorar letras que parecem curiosamente contraditórias do papel para o palco onde elas tinham um nível de coerência interna. O ofício viria mais tarde.
“É realmente um período sem letras, em certo sentido”, Bono reflete agora. “Ninguém falava sobre letras de músicas na época. Não estava realmente na agenda. Eu acho que foi somente depois de Unforgettable Fire que nós começamos dizendo – ou que eu comecei dizendo – espera um segundo, dê-me um pouco de espaço aqui, para pensar sobre essas coisas, para jogar essas coisas no lixo.”

Agora, numa extensão muito grande, foi até onde o instinto coletivo do grupo os levaria. No balanço geral, eles não estavam se saindo mal.

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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:34 pm

Out of control

U2 3 foi a gravação de estréia do U2, chegou em 7 polegadas e - quase único na Irlanda na época – em formatos de 12 polegadas. Jackie Hayden, então diretor de marketing da CBS,
contou com a assistência de Ian Wilson, o produtor de Dave Fanning Rock Show na 2FM, do canal pop em anexo a emissora estatal, a RTE. Ouvintes de Dave foram convidados para ajudar a escolher o lado A de U2 3, ‘Out of control’, ’Stories for boys’ e ‘Boy Girl’, votando em sua favorita. Eles optaram pela primeira, que se tornou um dos hinos do U2 mais conhecidos.

Comparada com a versão original, a interpretação de “Boy” tinha um poder e clareza ainda maior. Na era neo-punk: “oh-oh-ohs” e “oh-e-oh-e-ohs” eram lugar comum, e a banda entregou-se aqui, mas pouco diminuiu a energia e o senso de compulsão que marcou essa música como algo especial, desde o início.Tinha sido escrita no aniversário de 18 anos de Bono.

“Out of control” é sobre despertar no seu aniversário de 18 anos e perceber que você tem 18 anos e que as duas decisões mais importantes na sua vida não têm nada a ver com você – “nascer e morrer”, Bono me disse em 1979, antes do lançamento de Boy. “A canção é escrita do ponto de vista de uma criança e é sobre um círculo vicioso. Ele se torna um delinqüente, mas a psicóloga diz ‘Ele está em sua infância’. Não importa o que ele faça, não pode ser porque ele quer - é sempre por causa do que aconteceu antes, e não há decisão em nada. Em seguida, novamente, isso é [um] pouco [tema] espiritual- a questão é, o que está acontecendo se você não tem liberdade?

Lembrando-se agora com tranqüilidade, Bono coloca a música no contexto de seus próprios traumas psicológicos na época. Ele se lembra pirando na escola na idade de 16 anos, virando mesas e cadeiras, e não se reconhecendo, se o interruptor estava ligado ou desligado ou a causa da explosão. Era um sentimento que se repetia: ele foi assombrado pela reprodução humana em particular, estava fora de controle. A canção foi uma tentativa de se entender de uma forma adolescente, mas ainda assim urgente a realidade da angústia existencial, pois corrói o núcleo do coração. Hoje em dia, ele não está inclinado a levar muito a sério. “Foi traduzida pelos japoneses” ele diz, “ela saiu com o álbum e a versão japonesa tinha as linhas de abertura traduzida de volta para o Inglês como ‘Segunda de manhã/confeccionando anos de ouro’, que é muito melhor do que ‘Segunda de manhã/dezoito anos de amanhecer” [risos]
Mas para um jovem de 18 anos de idade, os sentimentos eram muito reais, e a sensação de desastre iminente, que qualquer noção de que você pode simplesmente repetir os mesmos velhos dramas suburbanos promulgado por seus pais, era impossível se livrar.
“Meu pai tinha vivido a “Depressão dos anos 50”, Bono reflete, “e como resultado, ele nos ensinou a não esperar muito, no caso nós poderíamos nos sentir decepcionados.
Sua atitude era: não fazer nada que pareça que você está visando mais que a sua capacidade. Todos os meus companheiros tinham a intenção de ir para a faculdade e fazer coisas. Eu sempre tinha sido tão brilhante na escola que eu nunca tomei pau, mas eu tinha feito bem e a ultima coisa que eu queria era ficar preso em qualquer tipo de rotina. “Entrar na banda foi a minha emancipação de tudo isso. Nessa idade, ela foi o meu bilhete para a liberdade. Foi a minha maneira de tentar mudar as circunstâncias do mundo em que eu estava vivendo”.

Novamente, o arranjo musical é significante. Das batidas de tambor de Larry Mullen na introdução, a música vai ganhando poder com uma urgência esperada. Mas onde outras bandas da época poderiam ter exagerado em um solo de guitarra torturado, o U2 preferiu dissolver o foco e deixar Adam Clayton tranquilamente numa linha de baixo. Há um langor quebrando o instrumental, o que sugere que o U2 se recusa a ir para o óbvio.
“Nós sabíamos que tipo de material queríamos”, The Edge disse a Hot Press no momento, “então se você quer algo em particular, você começar a escolher os instrumentos e amplificadores e efeitos e o que você tem. Quando você está fazendo isso,você começa a desenvolver um som. Então, quando tem um som,você encontra certas coisas que funcionam melhor e antes que você saiba o que está acontecendo, você está a caminho de um estilo, um som e musicalidade.”

‘Out of control’ foi um passo importante no caminho.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:35 pm

Stories for boys

“Stories for Boys” foi uma das primeiras canções da banda. O ponto alto das músicas tocadas ao vivo, foi escolhida para o U2 3. Naquela época, Bono explicou em termos relativamente convencionais: “Todas as canções se referem a uma coisa – fazer com que as pessoas pensem em si mesmas”, disse ele à revista Hot Press. “Existem reações contra propagandas pesadas e imagens de televisão. Me lembro de ter visto os Herois da TV – pessoas como James Bond – e ficava pensando: “Eu não sou tão bonito, eu não vou conseguir fazer coisas assim”, e ficando triste por isso.

Entretanto, havia outras coisas sobre as quais eles teriam sido qualificados para comentar também. O empresário da banda, Paul Mcguiness sempre esteve convencido de que a música falava sobre masturbação. Gays também se identificaram com ela, vendo uma inclinação homo-erótica nas suas linhas. “Sometimes when a hero takes me/Sometimes I don’t let go/Oh oh oh/Stories for boys”. “Foi isso. Para os gays na platéia esta era uma canção de amor a um homem” Bono ri. “Eu achava que ‘Stories for Boys’ era apenas um escapismo. Não é realmente. Éramos bastante conscientes em algum nível, porém havia toda uma subconsciência agindo também.

Bono freqüentemente tem falado sobre a sensação de que ele é um mero canal, um veículo pelo qual as idéias, emoções e sentimentos, são entregues ao público. Agora, ele se pergunta se ele e a banda sabiam de fato o que estavam falando. “Eu nunca escrevo uma letra até o último minuto porque elas estão constantemente se construindo à medida que trabalhamos as canções. Elas se constroem subconscientemente, porque descobri que posso escrever exatamente o que eu quero escrever subconscientemente, melhor que sentar e tentar”. É uma abordagem muito particular para a estética da escrita das músicas e às vezes funciona. Mas nessa fase inicial freqüentemente havia o sentimento de que, na verdade, as palavras nas músicas do U2 estavam em si mesmas fora de controle. Ou talvez fosse o caso, depois de tudo.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:36 pm

The Ocean

O U2 cresceu no norte de Dublin. Ao longo da complicada costa do país, uma série de praias que escorrem da costa de Dollymount até a praia de Sutton, seguem para Howth e finalmente voltam para o início de Portmarnock. Mais ao longe, tem-se Portrane, Skerries e Rush - no passado eram cidades pequenas, suas economias cresceram em torno de férias de verão, fins de semana e excursões com duração de um dia que algumas pessoas do norte da cidade costumavam fazer. A família de Bono - do lado de sua mãe - tinha comprado um vagão de trem antigo, localizado nas terras de um fazendeiro, perto do mar em Rush. Toda família ia para lá nos finais de semana e se divertiam com as atrações do mar. O fazendeiro dono da área morreu e seu filho assumiu a propriedade. Ele disse à família que não havia nenhum contrato que autorizasse a família a continuar ali durante as férias e queria que o vagão fosse removido. Quando isso não aconteceu, ele nivelou o local, o que acabou destruindo a carruagem. Eles o colocaram na justiça e ganharam, porém Rush não tinha mais o mesmo encanto, então mudaram suas férias para uma caravana em Skerries. O mar irlandês era comum aos dois lugares. Aqueles que nascem em Dublin são familiarizados com o mar, por isso não havia o grande salto de imaginação necessário ao Bono para ele se imaginar vagando pela sua borda.

“’The Ocean’ é apenas a completa reflexão de um jovem”, disse Bono em 1981. “É a reflexão de todo mundo numa banda, achando que podem mudar o mundo. Existe outra versão que teve de ser deixada de fora da gravação. ‘When I looked around/The world couldn’t be found /Just me by the sea’, que é a resignação, não importa qual, que as pessoas vão do seu jeito. A parte crucial, porém, está no primeiro verso:
“A Picture in grey, Dorian Gray/Just by the sea/And I felt like a star.” Em um nível, é apenas um narcisismo adolescente e uma auto-indulgência. Musicalmente, ela atinge apropriadamente uma qualidade lírica e poética - mas a resposta de Bono é agora uma diversão. “Que leva um gargalho do caralho”, ele diz. “ Nós abríamos o show com ela. De certa forma era audacioso. E bem irônico. É muito inteligente e uma grande aposta para abertura de um show.’ I thought the world could go far/If they listened to what I said’. Muitas pessoas sentem isso, entretanto poucas dizem. É ótimo.”

A referência a Dorian Gray é para o personagem de Oscar Wilde. Gavin Friday se lembra dele no programa Leaving Certificate. “Eu certamente tinha lido Wilde”, Bono recorda. ”Eu tinha lido Joyce. Tinha lido outros escritores irlandeses, e também pessoas como Baudelaire, porque eu os achava artísticos, o que quer que seja.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:37 pm

A day without me

O Edge já tinha começado a confeccionar uma guitarra com um estilo bem diferente. Tinha um pouco do blues no seu jeito de tocá-la. Você nunca iria escutá-lo arrancando um ritmo de 12 compassos na seqüência de graves. Raramente ele tocou solos. E nunca torturou seus jovens dedos de musicista tentando as notas b-e-n-d. Ele usou as cordas soltas para criar um efeito zumbido. Havia um monte de agudos no seu estilo, arpejos e harmônicos tocados e deixados para perdurarem. E contra aquela almofada ele tocou linhas melódicas, freqüentemente de pureza cristalina. Se ele já estava avançando ao longo dessa faixa alternativa, não há dúvida de que a espera de obter uma unidade de eco confirmou sua direção como guitarrista.

Bono recorda o interesse do desenvolvimento em atmosferas dentro da banda, referindo-se a Low de David Bowe e Joy Division, entre outras influências que estavam surgindo no momento. De Tom Verlaine da televisão, Edge aprendeu que menos é mais, e começou a desenvolver uma consciência de arquitetura do som: as canções poderiam ser construídas. Era, como ele mais tarde contou a John Waters, sobre julgamento e seu cérebro, em vez de seus dedos. Era sobre idéias. Gavin Friday identifica Jam, os sócios e os patins como tendo um enorme impacto sobre a forma como o U2 se via.
Bono afirma que adquiriu a unidade de eco do Memory Man para o Edge, acreditando que isso levaria a banda para dentro de uma outra esfera musical. O guitarrista admite que foi idéia do Bono. Ele se lembra de ter pedido um empréstimo a um amigo e de ter uma unidade realmente barata. Com ele como inspiração, eles escreveram “11 o’clock tick tock” e “ A Day without me” . Originalmente concebido como um acessório, se tornou parte integrante do som da guitarra de Edge. ‘A Day without me’ ressoa com sua barata, porém altamente eficaz, mágica tecnológica.

Foi a primeira faixa que o U2 gravou tendo Steve Lillywhite como produtor. Lançada como um single antes do Boy, confirmou para Lillywhite e a banda que eles poderiam trabalhar juntos. Esta era uma canção com um grande tema – ou uma série de temas – que só foram cabalmente executados. Bono conhecia um garoto que – ele era um conhecido de um amigo meu, Sean d’Angelo – tinha tentado cometer suicídio. Na verdade, eu fui ao hospital com Sean para ver o cara e eles tentaram fazer com que Sean continuasse ali! Ele saiu pra procurar um banheiro e já fazia meia hora que tinha saído. Quando ele voltou, tinha um olhar estranho. Foi andando pela enfermaria, procurando por um toilet, quando o pararam. Acharam que ele era um paciente. Perguntavam: “Aonde você vai?” e ele respondeu que era uma visita simplesmente. E levaram-no pelo braço, dizendo: “Vai ficar tudo bem, é só você vir por esse caminho.” Foi muito engraçado. Ele teve um trabalho enorme pra convencê-los de que só estava lá para ver seu amigo. A tentativa de suicídio brincava na imaginação de Bono e resultou em “A Day Without Me” com seu protagonista olhando de volta para o mundo que ele deixou pra trás, a partir da perspectiva da sepultura – ou mais provavelmente, de algum lugar privilegiado acima do cemitério, conforme ele assiste ao funeral e toma nota daqueles que não apareceram.

“Eu fiquei fascinado com a reflexão: ‘faria alguma diferença se você cometesse suicídio?”, Bono recorda. Tipicamente, aquilo é só uma corrente. A canção sempre toca no tema da insanidade, no colapso de si mesmo, refletindo outra insegurança comum da juventude. Mas Bono também a vê como continuação de “The Ocean”. A maioria dos adolescentes nada no sentimento de que o mundo reservou um tipo de miséria para eles. Eles querem correr e continuar correndo. Mas no meio de toda essa “auto-piedade”, o sentimento de que são especiais inspira alguns com a crença de que, dada a oportunidade, eles podem fazer quase tudo. Foi o caso do Bono. Mas foi o caso de toda banda, que nunca teve dúvidas do fato de que eles se tornariam grandes. Já em 1981, Bono comparava o U2 com os Beatles e os Stones, como se eles – ao invés de Echo & Bunnymen – fossem seus verdadeiros contemporâneos . Ele está inclinado a ver 'A without dia me’ contra esse tipo de cenário.
“ I started a landslide in my ego’,ele cita. Essa é uma linha de grande abertura. Uma grande quantidade deste material é horrível, mas isso é realmente corajoso. Eu acho que isso é sobre nossa própria megalomania, realmente [risos]. Não havia dúvida em nossas mentes, certamente em minha mente, que a banda tinha algo especial e que nós iríamos percorrer todo o caminho. Foi isso. E por isso - estava escrevendo sobre o futuro sucesso da banda. É tão embaraçoso [risos]. É realmente escrever sobre isso como um dado. E dizer ‘boa sorte’ para todos os outros! Contra o pano de fundo o que estava acontecendo dentro e ao redor de Ballymun, eu acho que a banda deu-me um senso de ‘estamos fora’.
É assim que se sentiu”.

E assim foi.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:38 pm

Another time, another place

A felicidade está sempre em outro lugar. O herói trágico da adolescência é muitas vezes triste e desiludido. Havia muito pouco direcionado à alegria em Boy, se você procurar nas letras. E ainda, em muitos aspectos, foi um disco “pra cima”: a alegria estava na formação, na musicalidade, na missão. Estava em Larry Mullen batendo os tambores. Estava em Adam encontrar a confiança para lançar-se num baixo melódico, correr pra preencher o espaço em meio à angular de The Edge, tocando guitarra. Estava em Bono, libertando só demônios internos, posando e se pendurando em volta do estádio, pulando no meio da multidão e ser, às vezes literalmente, levado. A alegria foi no sentido do grupo abandonar as convenções e restrições implícitas, sendo quatro meninos suburbanos de Dublin na desoladora década de 70.

‘Another time, another place’ é um daqueles títulos melancólicos evocativos, que soam como eram no início, embora Bono não se lembre do álbum de Bryan Ferry de mesmo nome. “No palco, porque tão pouca atenção foi dada às letras, a maioria das canções começavam com um título. Usualmente,nós trabalharíamos com a música primeiro, na verdade nós continuamos fazendo isso. E então, tão logo a música comece a ser sentida de certa maneira, a primeira coisa que nós fazemos é encontrar um título que capture o sentido da música, e então trabalhamos por trás disso.

Você pode argumentar se ‘Another time another place’ é apenas auto-indulgente, coisa romântica. Soa muito sub-trabalhada. Mas há nisso - como existe em todo Boy - uma sensibilidade admirável para a situação das crianças, perdidas na selva suburbana. Aqui, simplesmente, porque elas estão aqui, porque elas estão aqui, porque elas estão aqui... “Eu realmente acho que é sobre sexo em Dublin como um adolescente", outro conhecido da época sugere. “É sobre encontrar o lugar onde você pode ir com sua namorada, que era um problema real na época.”

‘Another time, Another place’ prefigura certamente um tema que vai dominar depois a música do U2. “In my sleep I discover the one”, Bono afirma, mas não fica claro se ele se refere a Loved One ou Supreme Being - ou ambas. Possivelmente ele não sabia, embora a promessa “I’ll be with you know/We lie on a cloud” certamente sugere algum tipo de intenção romântica, Ali funcionando como sua musa já naquele momento.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:39 pm

The Eletric Co.

Uma rápida olhada para a letra e você dificilmente veria algum sentido, sobre o que era ‘The Electric Co.’. Dentro de Lypton Village, a ênfase era dada na definição de uma linguagem própria que só quem estava dentro conseguia entender. Havia um desejo desesperado por comunicação - mas somente para aqueles que você achava que seriam capazes de entender. Algo desse obscurantismo intencional pode ter transbordado na letra de Bono.

Dentro do grupo de Village, as pessoas talvez soubessem que ‘The Electric Co.’ era uma referência a Electro Convulsive Therapy, mas a letra somente é apenas uma dica ao profundo sentimento de perturbação que a música em sua totalidade explora. Gavin Friday lembra que era uma característica comum no bairro. Ele via mulheres andando pelas ruas do subúrbio no meio da tarde em seus vestidos de noite. “Seria um caso de ‘Oh lá vai a Sra. Fulana novamente’. E uns dias mais tarde você ouvia dizer que ela estava de volta ao hospital. E todos sussurrando que ela havia iniciado o ‘tratamento’. Eles a tratavam com um choque elétrico e ela estaria de volta algumas semanas depois estável, então, por um tempo. Havia algumas mulheres como aquela. Hoje em dia eles apenas receitam Valium ou Prozac, mas eles eram campeões em ECT naquele tempo”.

Quando o amigo de Sean de Angelo tentou se matar, ele o fez de uma forma espetacular, com uma serra elétrica. Ele terminou no St Brendans, hospital psiquiátrico conhecido em Dublin simplesmente como Grangegorman, ou “the Gorman”. Era desolador, miserável, podre instituição na qual os que lá estiveram encarcerados, a longo prazo, teriam problemas psiquiátricos efetivamente. Choque elétrico era freqüentemente usado lá e as perspectivas para o amigo de Sean de Angelo eram sombrias. “Foi muito triste”, Bono relembra, “mas foi o pano de fundo da música”.

Era como um lance de bola parada, porém, "The Electric Co" explodiu com o poder de sua intenção oculta. ’The Electric Co.’ queimava com raiva pela injustiça de tudo – começando com a realidade do distúrbio mental e loucura, mas mais particularmente, vociferando contra a arrogância dos médicos que tomavam pra si o poder de mexer com o cérebro das pessoas. “ECT nada mais é que bruxaria”, Bono comentou amargamente na época.
“Electric Co. era sobre raiva”, ele diz agora, “que costumava ter um incrível desprendimento no palco. Essa idéia de que o rock 'n' roll é uma espécie de vingança – na sociedade, e sobre as pessoas que você percebe como tendo deixado você para baixo - é realmente verdade. Quando você está no palco, e bota tudo pra fora, certas músicas se tornam veículos ou vetores para isso. Pra mim ‘The Electric Co.’ foi uma licença para entrar em contato com esse desejo. Eu pulei balcões, eu esgotei as pessoas, eu fiquei esgotado fazendo aquela música ao vivo. Há um pouco de Alex, o principal personagem de A Clockwork Orange de Anthony Burgess, lá. Mas essencialmente era uma raiva, experiência catártica cada vez que nós a tocamos.
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Mensagem por Achtungzoo Sex 04 Fev 2011, 12:40 pm

Shadows and tall trees

“Lord of the Flies”, de William Golding, foi um texto importante sobre Lypton Village.
Parte da força motora por trás daquela comunidade. Envolvida pela rejeição da vida adulta e da convenção de entorpecimento mental que parecia acompanhá-la. A pureza e inocência da infância pareciam mais atrativas que uma vida de interminável compromisso.
E então Bono, Gavin, Guggi e outros habitantes desse lugar imaginário resolveram viver como crianças , e se comportar com a honestidade de crianças. “Nós entramos na idéia de Lord of the Flies de não crescer”, Bono disse a John Waters mais tarde.”Nós dissemos, nós não cresceremos. Nós ficaremos como estamos...com nove!” Eu acho que nós não conseguimos. É um pouco distorcido e um pouco “em todo lugar”, mas é de onde viemos.
A crença na pureza da visão de mundo de um olhar infantil é importante no entendimento completo de “Boy”. Ressaltou a confiança da banda no instinto, da forma como as letras foram escritas. E isso explica em parte a nudez de algumas das articulações emocionais do U2.

O título “Shadows and tall trees” foi retirado do quarto capítulo de Lord of the Flies. Quando eu vim com o título, eu me lembro pensando, “Wow! Eu posso fazer isso!” Novamente foi como um momento de realização, “Bono recorda. Era uma antiga canção do U2, a única de sua sessão demo original, gravada com Barry Devlin de Horslips como produtor, a qual foi parar em “Boy”. Uma balada, se sente como se mais atenção tivesse sido dada para a letra do que a maioria das faixas do álbum. “Yeah”, Bono ri.
“Olhe isso: ’Is love like tightrope /Hanging on my ceiling?’. “Ouch! Eu creio ter considerado ser bastante “escrevível” no momento. Mas então há outras partes, que são muito bonitas”. ‘Do you feel in me, enything redeeming / Any wortwhile feeling?’ - que eu acho que se você ouvi-la como uma canção ou em um concerto teria que trazer algo para fora. Teria que tocar num nível emocional”.

A sombra nas altas árvores do título foi uma referência a atmosfera ao redor das torres que se erguiam sobre Cedarwood Road e arredores. Eu me lembro pensando sobre a comparação entre Lord of the Flies e onde nós estávamos em Cedarwood, Netre Ballymun e Finglas. Era uma rua muito pequena, num certo sentido, mas minha memória dela crescendo, é a de estar preso entre cowboys e índios, entre bootboys e skinheads, e assim por diante. Foi dessa forma. E eu lembro pensando que as sombras e altas árvores são diferentes aqui, mas é a mesma história, não é? É tudo sobre guerra. Nós estamos todos nessa ilha de subúrbio e nós estamos ligados uns aos outros. Mrs Brown, de cuja lavagem transforma-se no terceiro verso, era na verdade Mrs Byrne, melhor amiga de Iris Hewson e vizinha próxima de Cedrawood Road. Inevitavelmente, os filhos de Byrne reconheceram o fato de que sua roupa suja estava sendo lavada - ou vista - por Bono em público. “Eles ficaram bastante felizes com isso”, ele ri. E por que não ficariam, com a imortalidade? De um certo modo.
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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:40 pm

October

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Produzido por Steve Lillywhite.
Gravado em Windmill Lane Studios, Dublin.
Lançado em Outubro de 1981.


Portland,Oregon. 22 de março de 1981. Quatro garotos irlandeses, olhos arregalados e confiantes, tentando jogar os braços ao redor do mundo. Três garotas invadem os bastidores depois do show. Hey, essas devem ser groupies. Os garotos irlandeses estão felizes apenas por conversar. E o fazem por 10, 20 minutos, meia hora. “Oops”, as garotas dizem, “hora de ir”. E elas se vão. Elas pareciam muito legais, não é? Muito legal. “Alguém viu minha pasta?”, Bono pergunta. “Merda, minha pasta sumiu!”
Três garotas espertas de Portland abrindo a porta de seu apartamento, levando uma pasta. Dentro tem 300 dólares e um monte de rabiscos feitos a mão. Letras. Letras de Bono. Para um novo álbum. Tudo sumiu.
Quatro rapazes irlandeses procurando altos e baixos. Pelas letras. Acabou. Três anos pra escrever “Boy”. Agora, 12 meses de trabalho duro roubado – com apenas 12 semanas para terminar de escrever e dar seguimento. Tempos de colapso nervoso. As coisas estavam carregadas. Bono, Larry, The Edge engajados a “Shalom Christianity”. Adam isolado e confuso. O tempo em turnê tendo seus efeitos. A banda quase caindo aos pedaços. Bono contra isso. Improvisando letras em desespero. Steve Lillywhite guiando-o. “Você pode escrever uma canção em cinco minutos. Faça seu trabalho”.
Pensaram em chamar o álbum de “Scarlet” (a cor que ficou o rosto de Bono quando descobriu que as letras tinham sido pegas). Ao invés disso decidiram por “October”. Um grande tema insinuando nossa própria insignificância.

Ou o mês em que o álbum seria lançado.
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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:40 pm

Gloria

Paul McGuinness pode particularmente ter ficado devastado sobre a possibilidade de que a participação de Bono, Edge e Larry no grupo Shalom poderia prejudicar uma banda que ele sabia instintivamente que poderia tornar-se enormemente bem sucedida. Ele poderia tramar com Adam sobre como criar o mesmo ímpeto que se estendesse aos outros, e no processo de enterrar as dúvidas que iam atacá-los por estarem envolvidos no rock 'n' roll. Mas Paul sempre respeitou o impulso fundamental por trás do trio, de imersão na experiência Shalom. “Sua atitude foi sempre muito legal”, Bono relembra. “Ele disse: ‘Olha eu não compartilho da sua opinião, mas eu acredito na questão mais importante, e eu respeito o fato de que você está tentando chegar a um acordo sobre ela’. A única coisa que ele encontrava em sua própria religião que ele podia relatar era a música, e ele nos deu um álbum de cantos Gregorianos para ouvir.”

As linhas de abertura do verso de abertura da música de abertura em October cristaliza o dilema central com o qual a banda, e especialmente Bono, foram forçados a lutar por todo o álbum: “Eu tento cantar essa canção/ Eu, eu tento ficar de pé, mas eu não posso encontrar meus pés/Eu tento, Eu tento falar mais alto/Mas só em você eu estou completo.” A canção reflete um desesperado desejo de encontrar a voz, a linguagem, uma forma de expressar a fé de uma só vez - a certeza - de que estava no cerne da sua conversão, e a confusão terrível que os tinha mergulhado acerca de seus papéis, tanto individualmente quanto coletivamente, como músicos e membros de uma banda de rock. Olhando pra trás agora, Bono sente que ele podia ter ficado muito envergonhado acerca das idéias que começavam a inundar o seu trabalho como letrista. Ao invés disso ele improvisou, resultando - quase imediatamente - em gagueira, mal a realização de qualquer tipo de coerência.

Em ‘Gloria’ ele é bem sucedido. Da audição do álbum de cantos gregorianos de Paul McGuinness, surgiu a idéia de fazer o coro em latim. No contexto do niilismo vigente do punk, e no dandismo do movimento new romantic, o qual estava surgindo em Londres naquela época, este era um gesto extraordinariamente audacioso. Gavin Friday relembra Bono pedindo a Gary Jermyn – um amigo mútuo que tinha ido estudar no Trinity College em Dublin - para fazer a tradução inicial. “Bono queria certificar-se que o latim fazia sentido”, Gavin recorda. “Eu não pude ajudá-lo porque eu não tinha feito latim na escola, mas Gary sim, e então ele foi arrastado para fazê-lo”. A versão final foi concluída, de acordo com Bono, por Albert Bradshaw, um professor em Mount Temple, que tinha ensinado música medieval e renascentista lá.

Como uma banda irlandesa, o U2 certamente estava consciente de Van Morrison - eles tinham feito uma versão cover de “Here Comes the Night” em seu segundo show - e seu louvor sexual para ‘Gloria’. De qualquer modo, com Horses, um álbum pelo qual Bono caiu de amores numa festa, e que muito influenciou o U2, Patti Smith tinha feito uma magnificamente potente, erótica, lésbica versão de Them, clássica banda de garagem. Não havia dúvidas que seu impulso era sentido aqui. “É uma canção de amor”, Bono diz. “Em certo sentido, é uma tentativa de escrever sobre uma mulher em um sentido espiritual, e sobre Deus em um sentido sexual. Mas há certamente um forte impulso sexual ali.”

Mesmo agora, o clímax exultante do coro faz Bono sorrir. “O que acontece quando você improvisa é que essas coisas saem”, ele diz. ”Eu as deixo sair. Mas o significado, muitas vezes não fica claro até mais tarde.”

“Você pode ouvir o desespero e confusão na maior parte da letra”, The Edge disse a Bill Flanagan. “'Gloria’ é realmente uma letra sobre não ser capaz de expressar o que está acontecendo, não sendo capaz de colocá-la, sem saber onde estamos”. Não ser capaz de expressar o que está acontecendo? Talvez. Mas - neste caso pelo menos – fazendo-o muito bem, a mesma coisa.
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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:41 pm

I fall down

O significado de uma canção não se torna claro até mais tarde. Olhando pra trás, é um sentimento dominante de Bono sobre o trabalho precoce do U2. Mas pode acontecer também que uma música desenvolve um conjunto de associações que obscurece qualquer que tenha sido a intenção original. O novo significado assume e coloniza a música, na medida em que mesmo a pessoa que a escreveu esquece a origem do impulso criativo inicial.

“Uma coisa realmente engraçada aconteceu durante a October Tour na América, ”Bono recorda. “Nós estávamos tocando no Ritz, em New York e essa menina escorregou no palco. Foi no final do set e eu costumava fazer essa coisa mesmo de dançar com alguém da platéia. Então nós estávamos dançando e ela diz, ‘Sou eu. É a Julie’. E eu disse, ‘Oh, legal. É um prazer conhecê-la’. Essa foi uma das coisas. Eu a encontrei mais tarde. Ela é filha de um rico advogado em Nova York, o tipo que rodou, rodou e acabou voltando aqui para a Irlanda e se envolveu no grupo Shalom. Ela tinha terminado um relacionamento com Pod, que estava no nosso grupo da estrada, no momento.”

“Eu acho que John em ‘I Fall Down’ era na verdade Pod, que era originalmente o baterista do Virgin Prunes”, Gavin Fridays relembra. “Ele era um dos cristãos mais ferrenhos. Eu não sei, havia um desarranjo estranho lá. Chegou a um ponto onde Pod não podia falar comigo porque eu era um pagão. Um ateu. Houve um período de aproximadamente um ano e meio quando eu, Guggi e Bono não olhávamos olho no olho sobre várias coisas. Pessoas costumavam correr quando me viam e eu dizia, ‘Eu não estou sacrificando animais no palco’. E então Pod deixou o Prunes e foi trabalhar com o U2 em sua turnê americana, como roadie principal”.

Gavin mesmo tinha estado envolvido no grupo Shalom. “Não foi por muito tempo”, ele ri. “Nas reuniões que nós tínhamos, eu ficava encostado na parede. Era um caso de ‘Vamos mudar o nome para “The Deuteronomy Prunes”, Gavin. Vamos parar de usar delineador’, e assim por diante. Então eu apenas dizia não, não. Eu sabia que não queria comprar tudo isso. Mas, após deixar o Prunes, Pod se apaixonou por Julie, que também foi mencionada na canção. Eu acho que Pod era quase como uma prece religiosa - mestre do grupo, no momento. E então quando ele se uniu a Julie, ela tornou-se um outro líder do grupo Shalom, assim como Pod.

A canção é experimental de algumas formas. Se a influência das estilistas canções new-wave, como Elvis Costello, Joe Jackson e Squeeze estava subconscientemente escoando através de uma questão de conjectura, mas a introdução dos personagens de Julie e John libera a banda da tirania das declarações diretas de intensidade emocional a que Bono estava propenso. O resultado é uma abordagem mais descontraída, mais coloquial, nos versos, que dá maior substância à metáfora bíblica da queda no coro (e no título). O piano brilhante de The Edge, o backing vocal bem trabalhado e uma produção soberba de Steve Lillywhite marca esta como uma das canções precoces da banda mais plenamente realizadas. Uma gravura pop completa que deve ser um candidata forte para qualquer futura coletânea Best of U2.

Bono não iria tão longe a ponto de sugerir que ‘I fall down’ tinha sido escrita sobre Julie antes de encontrá-la. “Eu realmente não sabia”, ele diz. “É o que ela pensa. E quem vai dizer?” Se pudesse, com certeza, meramente seria um caso de vida imitando a arte. Mas se assim for, certamente Bono saberia o que ele originalmente tinha em mente quando criou a personagem de Julie na canção. “Não havia realmente ninguém em que eu pudesse pensar”, ele diz. “Eu não tenho uma reflexão sobre de qual idéia veio a música”.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:42 pm

I threw a brick through a window

Raiva é uma energia. John Lydon declarou em sua PIL manifestação, e ele devia saber. Que a mesma energia era a essencial força motora por trás do punk rock britânico, um movimento ao qual Lydon efetivamente encabeçou, sob o disfarce de Johnny Rotten, cantor líder do The Sex Pistols. O punk foi crucial para a formação do U2.
Berrando, gritando, uivando, gritando, com raiva, egoísmo, confronto, adolescente, indulgente, insolente, sarcástico, chocante, agressivo - dependendo de onde você estava vindo, o punk poderia ser qualquer uma dessas coisas ou todas elas de uma vez, mas era conduzido por um princípio fundamental: você tinha que causar uma impressão.
“Bono foi o primeiro punk na escola”, um ex-colega relembra. “Ele apareceu um dia com um novo corte de cabelo, calças roxas apertadas, uma jaqueta anos 60 e uma corrente partindo de seu nariz até sua orelha. Ele queria ser uma aberração para todos e conseguia. As pessoas ficavam ao mesmo tempo horrorizadas e fascinadas.”

Bono reconhece a raiva, o ressentimento, até mesmo o ódio que tomou conta dele como um adolescente. Mas ele nunca se sentiu bem com aquelas emoções. Naturalmente reflexivo, ele não poderia sair sem agonizar sobre os erros e acertos do que tinha sido feito a ele - e, mais caracteristicamente, do que ele tinha feito. Ele é inerentemente suspeito de autodenominados rebeldes do rock ‘n’ roll - da atitude que eles adotavam e da pose que eles golpeavam. “O velho clichê do rock ‘n’ roll rebelião é uma brincadeira nessa fase.”, ele disse na época do lançamento de Boy. “Isso é tão conservador que você poderia realmente escrever um livro de regras sobre como se comportar como um rebelde do rock. Considerando que eu acho que começa a rebelião dentro do seu coração. Eu acho que ficar chateado e sair tingindo seu cabelo de vermelho não é necessariamente uma indicação de ameaça a todos”.

Tematicamente, ‘I threw a brick through a window’ deveria ter estado em Boy. Musicalmente era mais espaçosa do que a maioria das faixas no álbum de estréia da banda com uma dica que o U2 - ou possivelmente Steve Lillywhite - tinha estado ouvindo algo de seu selo, Island, um extensivo catálogo de reggae. O baixo de Adam Clayton e a bateria de Larry Mullen tem ambos oportunidades oferecidas para serem o centro das atenções, mas como tantas vezes acontece em October, é The Edge que brilha. Mas liricamente, ‘I threw a brick through a window’ retorna a claustrofobia suburbana, e o desejo desesperado de encontrar uma forma de sair dos horrores domésticos envolvidos.
“Bono está sempre batendo, bicicletas, carros - tudo quebra sobre ele, ele está sempre perdendo coisas”, Gavin Friday lembra. “Nós estávamos andando na vizinhança e de repente era como se: ‘eles estão drogados’, e ‘Paul Hewson está enlouquecido numa motocicleta’. Uma motocicleta! E era , como, de repente estivéssemos malucos. Agora que nós estávamos em bandas, nós não éramos os rapazes mais encantadores.Nós éramos os moleques.

Em certa ocasião, Bono estava indo para uma festa com Alison e ele decidiu sair com uma garrafa de vinho. Era um mega poder pagar uma garrafa de vinho naqueles dias! Havia um casal na vizinhança chamados Mr e Mrs Corless, e Bono estava dirigindo seu pequeno carro-e tudo que ele fez foi colidir com o portão de Mr e Mrs Corless e o poste caiu no jardim. O vinho espalhou por todo o carro e o guarda achou que ele tinha bebido. E ali estavam todos esses vizinhos, todos esses católicos de duas caras, julgando. E era assim, como, ‘Eu tinha que sair daquilo’. Então não havia esse tipo de tijolo através da janela daquele mundo Gay Byrne, que estava se fechando sobre nós todos. E o sentimento era: “Desculpe, Cedarwood tem que partir”.

“Eu vou até a janela para me ver/E minha reflexão, quando eu pensei sobre isso/Minha direção, indo para lugar nenhum, indo a lugar nenhum”, Bono canta. Mas há mais nisso do que os olhos podem ver. Há uma raiva e confusão ali, por certo, mas é tanto quanto sobre as restrições dos subúrbios. É tanto sobre a violência sem sentido que irrompe entre homens confinados em um espaço pequeno, e da culpa e castigo que se segue. “Havia uma fila na casa”,Bono recorda. ”Três de nós que ficaram - meu pai, meu irmão e eu mesmo -não se davam muito bem no momento. E tudo o que aconteceu, eu me lembro de atirar uma faca no meu irmão e furar a porta. Eu errei - mas é sobre isso que ‘I threw a brick through a window’ fala.

“Ou é como eu me lembro, de qualquer forma”.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:43 pm

Rejoice

Bono fala sobre uma renovação extraordinária que se deu em 1976. Coisas incríveis aconteceram em Mount Temple, com quase metade da escola passando por algum tipo de experiência religiosa. Uma das professoras teve uma grande influência em um monte de gente. Ela falava sempre a respeito das escrituras, a coisa pegou, e durante um período de dois meses houve uma erupção de fervor espiritual. Uma das garotas, eventualmente foi pega indo para o escritório do diretor e pedindo-lhe para anunciar pelo interfone que a escola já pertencia a Jesus. Era uma medida de quão intenso o sentimento coletivo tornou-se. “Que foi a primeira onda em 76 , se você gosta”, Bono lembra, ”e houve uma espécie de eco em torno de aproximadamente 1981 ou 82. Coisas carismáticas começaram a acontecer. Que foi quando nos envolvemos no grupo Shalom. Nós estávamos estudando as Escrituras e isso era incrível. Quando todo mundo estava tentando descobrir como ser servido, e como tirar notas, nós estávamos completamente envolvidos nisso”.
‘Rejoice’ é a celebração do envolvimento espiritual. Também é bastante explícita a rejeição da pretensão de bandas - como The Clash - que estavam surgindo, como se o punk rock fosse a chave para a revolução.

The Edge comentou que algumas das melhores letras de Bono foram escritas sob pressão, no microfone, mas a teoria não se aplica aqui. Você pode sentir a arrogância, sentir o desespero. “E o que eu faço?” ele pergunta. “Apenas me diga o que eu deveria dizer”. Improvisada no local, a linha certamente quase provocou uma réplica em silêncio cínico. De Steve Lillywhite, que achou uma aparente falta de preparo de Bono, mas o cantor conseguiu terminar algumas linhas mesmo sob pressão. “Somente semana passada teve alguns americanos que vieram até mim e disseram, ‘Eu não posso mudar o mundo/Mas eu posso mudar o mundo em mim’. Tão ingênuo!”, ele reflete. “Mas havia algo de real acontecendo mesmo. Naquele momento não só estávamos tão retirados da cultura Rock ‘n’ roll, que era apenas um dia de trabalho. Nós nos reuníamos a cada noite, encontros na casa das pessoas, lendo, estudando as Escrituras. A banda era o que fazíamos durante o dia”.
The Edge lembra October como um álbum sofrido por conta da falta de tempo que o U2 teve para prepará-lo. Ele tem um ponto, especialmente tendo em conta que teve sua soberba, propulsiva guitarra que resgatou ‘Rejoice’. Mas, no geral, houve menos para comemorar aqui do que Bono sentia na época.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:44 pm

Fire

Lembro-me de Bono me levando pro seu carro, estacionando em frente ao estúdio Windmill Lane em Dublin, e tocando para mim o novo single da banda. A distinção implícita era importante por si só. No palco o U2 continuava pensando em colocar coisas que juntas iriam quebrar a tabela, e durante uma parada em sua tour americana, eles tinham parado nos estúdios de Chris Blackwell, em Nassau, nas Bahamas, para acrescentar suas mudanças.

Em uma primeira audição eu fiquei impressionado com o poder da guitarra brilhante, a sugestão de sabres chacoalhando e o sol brilhando através deles. Isso foi um pequeno triunfo, pelo menos: lançado em Junho de 1981, antes de October, ele deu a banda seu primeiro sucesso nas paradas britânicas.

Com as suas raízes no livro das revelações e as circunstâncias da segunda vinda, é em tom apocalíptico. Mas se você já não estava ciente do interesse da banda em religião, não havia nada que explicitamente sinalizasse o quadro bíblico subjacente de referência. De cara, Fire poderia ter sido imaginado sobre algum Armagedom. No entanto, foi lido na época, Bono admite agora como um absurdo. “Como eu lembro, ‘Fire’ foi a nossa tentativa como single. Deus sabe onde nossas cabeças estavam”, ele ri, “Havia algo bom sobre isso - Eu apenas não posso lembrar o que era”.

Ele não é inteiramente sério quando atribui o fracasso da música para o fato de que eles estavam gravando, pela primeira vez no colo de luxo. “Que foi uma viagem incrível”, ele diz. “Foi a nossa primeira vez indo para o Caribe e isso simplesmente nos inflamou toda a viagem. É aquela coisa quando você está numa baby band, onde você sente que está de férias o tempo todo, e você não pode acreditar que não tenha sido descoberto. Então, quando você está em um lugar como Nassau, você realmente não quer trabalhar, não é? E você descobre porque todas essas ótimas bandas fazem merda quando vão gravar lá. É porque eles não sentem que estão trabalhando quando estão nas Bahamas”.
Todo fracasso teve seu lado mais leve, em retrospecto. Você sabe a história sobre Top of the Pops e Fire?” pergunta Bono. “Era nossa primeira vez no Top of the Pops e a gravadora estava realmente excitada porque nós iríamos ter um single de sucesso. Nós fomos e o single caiu porque fomos tão mal. Eu estava vestido com um tipo de camisa preta militar como um saco de dormir, com um terrível corte de cabelo”.
Chamando,chamando...

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:45 pm

Tomorrow

Quando Bono foi ver o thriller futurista de Ridley Scott, Bladerunner, ele ficou impressionado. Visualmente o filme era impressionante e claustrofóbico, o pesadelo de que o futuro parecia extremamente impressionante. Mas havia uma falha. Algo abalado. No começo ele não conseguiu descobrir o que era. Então, gradualmente, se deu conta. Era a música. “Eu sou fã de Vangelis, que a escreveu”, ele refletiu na época, “mas eu ficava pensando que nos anos 90 as pessoas não estariam ouvindo música eletrônica. Quem quer música eletrônica numa era eletrônica?”
Bono achava que uma mudança significativa estava prestes a ter lugar na música, na pintura, na arquitetura - que o modernismo estava prestes a ser rejeitado, na época que Bladerunner foi representado. Não era a tecnologia que seria necessária mais na arte e na música, mas os instrumentos restaurados da humanidade das pessoas.
No magnífico Nebraska de Bruce Springsteen, ele identificou uma frágil qualidade de música que tinha a ver com os tons e texturas do violão e da gaita. Lançado no ano anterior, 'Tomorrow’ havia explorado o mesmo terreno, utilizando a intemporalidade e o poder da gaita irlandesa de Vinnie Kilduff como sua assinatura.
A escolha de um instrumento que estava intimamente associado com a música irlandesa não foi um acidente. No que foi, sem dúvida, uma reação ao período de turnê, e especialmente a experiência inicial da banda, os rigores do trabalho de estrada americano, Bono falou sobre andar de repente e perceber que ele era irlandês. Era um sentimento que a banda toda compartilhava. Adam Clayton sempre gostou do “irlandismo” cadenciado da música. The Edge, igualmente, escolhe-a como uma de suas faixas favoritas do U2. Não é apenas a qualidade melancólica da música, ou mesmo a soberba e emotiva performance vocal de Bono. Quanto mais atenção você dá para a letra, mais pungente ela se torna.

Houve um momento em que Bono usou Tomorrow como uma canção para falar sobre o que estava acontecendo na Irlanda do Norte no início dos anos 80. Em uma atmosfera de intensificação do conflito sectário e a selvageria, uma batida na porta cada vez mais se tornava um sinistro convite para aceitar uma bala na cabeça. Ninguém sabia ao certo o que estava esperando por eles quando abriam a porta, abriam a porta...Presumivelmente, estas imagens de violência e medo estavam apinhadas juntas na imaginação de Bono. Mas ele esteve revendo a canção recentemente, e está em dúvida agora sobre o que o teria realmente incomodando tão profundamente na época. Ele podia não querer admitir para si mesmo na época, mas ‘Tomorrow’ é uma canção sobre a morte de sua mãe, nem mais nem menos, “Você não vai voltar amanhã/Você não vai estar de volta amanhã/Eu posso dormir esta noite?” ele pede, e o sentimento de desolação e perda é palpável. “Há coisas que tem que ser trabalhadas, que vão sair”, ele diz. “Elas vão encontrar buracos. Ainda é incrível para mim que eu poderia ter me convencido de que não se tratava de mais nada. É incrível que você pode estar tão completamente fora de contato com os sentimentos que você está tentando expressar.”

A gravação de Tomorrow do October é marcada por uma tentativa um tanto desajeitado no folk rock, como o ruído da banda através de mais da metade do caminho, há uma obra messiânica de proselitismo marcado no final da letra que se destaca como um dos juízos mais catastróficos de todos os vôos ocasionalmente selvagens da improvisação de Bono. Tudo foi retificado, porém, numa nova gravação da música, com a participação de Bono e Adam no álbum de Donal Lunnys de 1996, Common Ground. Enquanto isso, no seu próprio direito, ao longo da década de 90 o U2 foi lutando com os demônios desencadeados pela revolução da eletrônica. Eu acho que você não pode esperar estar certo sobre tudo.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:46 pm

October

Bono sempre esteve pronto com uma teoria. “A música do U2 não é música urbana”, ele disse em 1980. “Tem mais a ver com colinas, montanhas e rios, e por isso realmente nos convém estar em um espaço aberto, ao invés de ser contidos em um clube”.
Ele poderia ter falado sobre ‘Tomorrow’ ou a primeira metade disso. Mas mesmo com mais precisão, ele poderia estar descrevendo o contexto que deu origem para a faixa, título do imensamente problemático e ainda profundamente comovente álbum de número dois ‘October’.

Claramente esse foi um dos momentos mais brilhantes de inspiração de The Edge até hoje. O guitarrista lembra essa como uma canção que poderia ter decolado, mas Bono estava destituído de inspiração lírica e não tinham o tempo necessário para espremer para fora o que poderia ter sido faíscas cintilantes. Eles decidiram pô-la pra fora como estava. Sua memória faz o poder controlado e a beleza da música terminada uma grave injustiça. O U2 alegremente admite que canções freqüentemente nascem juntas por acidente: este foi um exemplo desse processo. Que não é uma metáfora apropriada no contexto. Na verdade, ‘October’ está impregnada com um outro mundo de tristeza e resignação, que sem dúvida escoa as emoções emaranhadas que estavam conduzindo a banda então, e que arriscaram conduzi-los à parte. Sobre a preparação para a gravação de ‘October’, Bono, The Edge e Larry viviam fora em Portrane, junto a praia, na costa norte de Dublin, com o grupo Shalom. Bono foi batizado no mar em Portrane, e eles estavam morando em um trailer em um campo por lá. Eles oravam muito e jejuavam. The Edge descreve-o como um momento incrivelmente intenso espiritualmente, durante o qual ele lutou longamente com a sua consciência sobre a existência ou não, como um cristão, se ele poderia continuar a tocar numa banda de rock and roll.

Os três membros cristãos da banda estavam sob grande pressão dos outros membros do grupo Shalom para sairem, que eles teriam que escolher ou um ou outro. Foi na praia em Portrane que The Edge deu a notícia a Bono que ele deixaria a banda. Se The Edge estava indo, Bono decidiu que iria também, que eles acabariam com a banda. The Edge pediu duas semanas, para dar-lhe tempo para ir embora e considerar sua posição. Quando ele voltou, ele havia decidido que ser um cristão em uma banda de rock envolvia uma certa contradição, mas que ele podia conviver.

“‘October’...é uma imagem”, Bono falou ao entrevistador holandês, Kees Baar, em 1981. “Nós já passamos os anos 60, época em que as coisas estavam em plena floração. Nós tínhamos geladeiras e automóveis e enviamos pessoas à Lua e todos pensavam em como a humanidade era grande. E agora, como passamos os anos 70 e 80, esta é uma época mais fria do ano. É após a colheita. As árvores estão despidas. Você pode ver coisas e nós finalmente percebemos que talvez não fossemos tão inteligentes depois de tudo, agora que há milhões de desempregados, agora que temos utilizado a tecnologia com a qual temos sido abençoados com a construção de bombas para máquinas de guerra, para construir foguetes, que seja. Então, "October" é uma palavra sinistra, mas também é muito lírica.

Como as extrapolações, vai fazer algum sentido. O título veio em primeiro lugar: Foi como Bono quis chamar o álbum. The Edge não tocava piano há anos, mas ele teve um sensação real disso, e começou a escolher essa melodia pura, sustentada com acordes simples. O grupo queria que ele encontrasse o que eles chamaram de notas de gelo: claras, cintilantes, cristalinas coisas que poderiam ser difíceis, mas bonitas. ‘October’ foi o resultado, e enquanto Bono pode tê-la visto como uma grande declaração sobre verdades eternas, sua nudez, de fato, como disse muito sobre a crise que a banda vinha atravessando, tanto pessoal quanto criativa.

‘October’ captura o U2 num momento de suprema vulnerabilidade, e é cada vez mais premente como resultado. De fato, pode ter sido uma grande canção, mais completa que a escrita. Mas algumas vezes, como o U2 iria encontrar uma vida própria. E um significado.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:46 pm

With a shout

Há um tom subjacente de desafio que corre ao longo de October. O álbum de estréia do U2 tinha sido feito com um espírito de otimismo. O culminar de quase quatro anos de trabalho, Boy abrigava um excesso de brilho e vivacidade: você tem a sensação de que o U2 estava pronto pra assumir o mundo.

Mas o álbum em turnê tinha sido drenante e uma desilusão. Quanto mais eles conheciam sobre a indústria da música, mais o U2 repelia a corrupção e o cinismos contidos nela. Seu idealismo tinha levado uma surra, ouvindo histórias sobre como bandas que tinham respeitado e que os tinham inspirado, como The Clash e The Jam, tratavam sua troupie de estrada, e vendo o funcionamento interno da indústria fonográfica, pela primeira vez. De certo modo, eles foram para a gravação de October, com a atitude de que se as pessoas não gostassem dele, só poderia ser melhor para todos os interessados. Rejeição seria mais fácil de seguir adiante.

É difícil conceber algo que poderia ter sido tão terminal como Bono exortando o grande sujo para fazer trilhas para Jerusalém, mas que é precisamente o que ele fez em ‘With a Shout’. “Nós não queríamos ser a banda que fala sobre Deus”, ele tinha dito em 1980, mas as imagens da crucificação eram inconfundíveis. Você poderia interpretá-la como uma conclusão lógica da crença de Bono, Larry e The Edge em que eles pensavam como o espírito que move todas as coisas. Da mesma forma, você pode descartá-la como uma efetiva abdicação da responsabilidade que ele tinha, tanto para a banda como para seu público. Ou pode ter sido simplesmente um infeliz subproduto de uma combinação de circunstâncias infelizes. Qualquer que seja a causa, não há como confundir o espírito de abandono com que Bono enfrentou o desafio de construir a letra.

Por um lado havia a confiança: vou me basear nele para inspiração. Por outro lado havia dúvida: Não importa o que eu faço, é irrelevante, trivial, inexpressivo, estragado. E finalmente, havia talvez um miolo de auto-crença: que se fodam. Por que devemos esconder o que sentimos? Por que deveríamos disfarçar quem somos?
Há um nota de triunfalismo apocalíptico em ‘With a Shout’ que é destacado pela adição de trombetas, cortesia de “Some kind of wonderful”, uma banda local de soul, baseada em Dublin. Bono estava lendo os salmos de Davi no momento..
“Yeah, há um triunfalismo ali”, Bono reflete. “Mas de uma forma estranha os muros de Jerusalém, ou os muros de Jericó, foram uma grande imagem para a música punk, e a idéia que ficou, foi que a música poderia abalar os alicerces. “Os salmos são incríveis sobre música. Eles todos são sobre o ímpeto dessa batida,castigar o címbalo e, você sabe, esqueleto balançando, música como uma chamada para acordar o espírito”, eu acho que é para onde estávamos indo”.

Você poderia dizer que era falta de coragem. O imaginário seria revisitado, de forma muito mais eficaz, mais tarde.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:47 pm

Stranger in a strange land

Nos primeiros anos, David Bowie foi uma influência significante para a banda. “Metade da minha coleção do Bowie foi roubada por Bono, que nunca comprava nada”, Gavin Friday recorda. “Ele pegava e eu os recuperava, destruídos, com geléia sobre eles e todo tipo de merda”. Você pode vê-lo em alguns dos movimentos de Bono no palco. Havia uma auto-consciência teatral, um lado Bowie para a banda em seus dias de pré Boy, que desapareceu por um longo tempo, ressurgindo somente com a Zoo TV. É curioso então que Bono não lembra de ter visto "The man who fell to earth” de Nicolas Roegs, no qual Bowie fez sua estréia como ator. O filme foi baseado numa novela de Robert Heinlein ; Heilein também escreveu Stranger in a Strange Land, a qual Bono deu o título para uma das letras mais efetivas de October. Turnê era um tempo para leitura. Livros eram devorados nos ônibus da tour e em quartos de hotel. Algumas imagens, títulos. A experiência podia também prover seus próprios momentos de inspiração. “Você tem que lembrar que a única viagem que nós fazíamos quando crianças era para Wales naquele camping de férias”, outro amigo recorda. “Bono costumava ir mais ao País de Gales para ver alguma menina que ele conheceu no acampamento quando tinha dez anos”.

“Eu me lembro que nós todos fomos bater na porta dela e ela estava saindo com outro cara e foi algo como ‘Foda-se’. E nós deixamos o camping e era metade do inverno e nós pensamos, ‘Vamos andar pela cidade de cuecas’. E nós tínhamos armas de pressão e fomos todos presos. Eles acharam que nós éramos do IRA ou algo assim.
Era uma espécie de uma grande aventura para nós. Nenhum de nós conhecia o mundo. Nós éramos muito protegidos”. Então quando o U2 começou a fazer tour, foi uma revelação. Talvez se Bono não tivesse perdido sua pasta de letras, haveria mais postais de um ônibus de tour em October. No caso, ‘Stranger in strange land’ uma exceção, não apenas no seu tema, mas sim na simplicidade confiante em seu estilo lírico.
Nós estávamos indo pra Berlin”, Bono relembra. ”Nós estávamos todos na parte de trás da van em nossos sacos de dormir e nós tínhamos que viajar através do corredor entre a Alemanha Oriental e Berlin Ocidental. E nós fomos parados por um guarda de fronteira. A música era apenas um pequeno retrato dele, em seu uniforme e sua vida era muito triste e ele estava vendo esses caras de uma banda de rock passando por ele. Eu tive um sentimento de que ele percebeu o quanto tínhamos em comum, e ainda que tudo acabou muito depressa”.

A canção tinha uma qualidade que era relativamente rara no October, empatia: “Nós pedimos para ele sorrir para a foto/Nós esperamos por ali para ver se poderíamos fazê-lo rir/O soldado pediu um cigarro/Sua face risonha eu não pude esquecer.” Claramente, ela foi escrita ao invés de improvisada. ”É uma letra muito boa”, Bono diz, olhando a canção sob um novo prisma. “Não há muitas como essa. É concisa, simples, bem executada. Que não feita na hora. “Tem sido especulado que o soldado poderia facilmente ter sido um squaddie do exército britânico na Irlanda do Norte, mas é mais que uma tendência.

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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:48 pm

Scarlet

Havia uma grande pressão sobre a banda para usar sua música em nome do Cristianismo, de Jesus, de Shalom. Pessoas dentro do grupo coeso achavam que o U2 deveria usar o reconhecimento que eles tinham ganhado pra fazer proselitismo. “Eu me recordo pensando: Deus precisa de vendedores?”, Bono relembra. “A essa altura, já tinha sido para a América e eu vi o estado dos evangélicos e dos fundamentalistas, e a difusão religiosa na América, os pregadores com suas mãos estendidas à televisão tentando roubar seu dinheiro. As pessoas diriam, ‘Você está envergonhado? Você está acanhado?’ Eu não estou envergonhado. Eu apenas não estou indo ao redor para puni-lo como um vendedor de carros de segunda mão.” E assim, ‘Scarlet’ leva uma linha minimalista. Pode ter sido originalmente uma peça instrumental para a qual Bono não conseguiu chegar com uma letra, mas ela resiste ao teste do tempo melhor por sua simplicidade. The Edge está ao piano novamente, Adam Clayton contribui com uma ressonante, melódica parte de baixo e Larry desempenha o papel de percussionista com moderação admirável. A influência do álbum de cantos gregorianos de Paul McGuiness é discernível nas retas linhas do refrão de Bono. E há alguma coisa com efeito de cura, em vez de triunfalista quando ele canta uma palavra, uma vez após outra: “Rejoice”. Um prelúdio para ‘40’, que identificou uma veia que renderia maiores riquezas mais tarde.
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Mensagem por Achtungzoo Dom 06 Fev 2011, 6:49 pm

Is that all?

O álbum poderia ter terminado com ‘Scarlet’, mas por alguma razão que ninguém consegue descobrir agora, eles sentiram que precisava de um grande final. Patti Smith costumava fazer suas gravações escrevendo seus títulos primeiro, esboçar o frame da palavra e depois criando a música com as sugestões em mente. Ou assim o U2 tinha lido.
Um ambiente tinha sido criado, a música tomou forma, e depois a letra foi escrita e improvisada no microfone, unindo-se por uma espécie de processo de tentativa e erro. Ela pode ter tido uma peça final em Horses e a banda queria seguir o exemplo. Ou só poderia ter sido alguém que tinha pensado que era um bom título para uma faixa final, e mais uma vez o título tinha sido inventado, eles tinham que entregar a “canção”.

Um bom título pode de fato ter sido, mas o resultado final é uma bagunça. O riff de guitarra é levantado a partir de ‘The Cry’, uma canção antiga que foi muitas vezes incorporada em ‘The Electric Co’. Mas nunca gravada num álbum. Diferente de ‘Is that all?’ que foi escrita no estúdio, e nos shows. A bateria de Larry estrondando soberba e ardil, não obstante, isso era confuso e incoerente, mas sem querer revelar, no entanto. “Isso é tudo o que você quer de mim?” Bono pleiteia em uma linha de oferta que parece reconhecer seus próprios sentimentos de frustração e fracasso criativo.

“Eu acho que depois do álbum sair, nós pensamos ‘uuuh’”, Bono encolhe os ombros. October tem seus momentos de pura beleza. Para um álbum que foi freqüentemente desconsiderado, partes dele eleva-se surpreendentemente bem. Mas mesmo quando ele falha, ele nos diz muito sobre a confusão e perigoso estado de mente em que o U2 estava no momento. Indiscutivelmente, ‘Is that all?’ diz mais sobre esse tema do que qualquer outra faixa precisamente porque diz tão pouco. Eles deveriam ter pensado melhor.
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Mensagem por Achtungzoo Qua 09 Fev 2011, 8:17 pm

WAR

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Produzido por Steve Lillywhite
Gravado em Windmill Lane Studios, Dublin.
Lançado em Março de 1983.


Por todas as tocantes afirmações de fé, October tinha sido concebido em uma atmosfera de dúvida. O envolvimento de Bono, Larry e The Edge no Shalom Christianity tinha temporariamente minado a convicção do U2 sobre sua missão como uma banda de rock ‘n’ roll. O álbum foi gravado sob uma névoa, em uma correria. Foram momentos de doce inspiração mas pareceu inacabado.

O trio estava sob uma pressão crescente dentro do grupo Shalom, sobre como deveriam se vestir, como eles deveriam parecer, o jeito que deveriam soar. Eles se ressentiam por estarem sendo conduzidos. Era hora de seguir em frente. Olhando ao redor, eles não gostavam do niilismo dentro do qual o punk tinha descendido. Os New Romantics eram irrelevantes, fornecendo pop da mais auto-estima e variedade vazia. Enquanto isso, o mundo real parecia estar permanentemente nas garras de um tipo de crise ou outra coisa. Tudo parecia fora de ordem.

Como o U2 esteve em turnê durante 81 e 82 eles se tornaram endurecidos pela estrada. A forma de tocar de Adam e Larry estava mais firme, mais dura, mais agressiva. The Edge também. Eles tinham recuperado sua confiança como uma banda de rock and roll. Bono era impulsionado pela necessidade de manter todas as partes juntas. Agora era a hora de declarar guerra sobre tudo que era cínico, falso, derrotista e limitante. Seu terceiro álbum seria um documento da época. Não poderiam se esquivar. Pessoalmente, politicamente e musicalmente, U2 declara sua independência. Barulhento, raivoso e exigente, War, álbum e tour veria o triunfo do U2.

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