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Discursos no Rock and Roll Hall of Fame

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Discursos no Rock and Roll Hall of Fame Empty Discursos no Rock and Roll Hall of Fame

Mensagem por Achtungzoo Sex 12 Set 2008, 4:32 pm

Rock and Roll Hall of Fame

Bruce Springsteen introduz o U2

@U2, March 17, 2005

Texto de Bruce Springsteen


Uno, dos, tres, catorce. Que traduzido é um, dois, três, quatorze. Esta é a matemática correta para uma banda de rock and roll. Porque na arte e no amor e no rock and roll, é melhor que o todo seja igual a muito mais do que a soma das suas partes, caso contrário você estará apenas esfregando dois pauzinhos tentando fazer fogo. Uma grande banda de rock procura o mesmo tipo de força combustível que alimentou a expansão do universo depois do big bang. Queremos a terra tremendo e cuspindo fogo. Queremos que o céu se rasgue ao meio e que Deus se derrame de lá.

É embaraçoso querer tanto, e esperar tanto da música, porém, algumas vezes isto acontece - Sun Sessions, Highway 61, Sgt. Peppers, the Band, Robert Johnson, Exile on Main Street, Born to Run - ops, eu pretendia deixar este de fora - os Sex Pistols, Aretha Franklin, the Clash, James Brown...os orgulhosos e inimigos públicos necessitam de uma nação de milhões para os segurar. Isto é música destinada não só a empregar os poderes que sejam, mas num bom dia, o universo e o próprio Deus - se ele estiver ouvindo. É uma responsabilidade dos homens e o U2 pertence a esta lista.

Era o início dos anos 80. Eu fui com Pete Townshend, que sempre procurava buscar o primeiro cheiro daqueles que nos iriam desbancar, a um clube em Londres. Lá estavam eles: um jovem, Bono - sozinho como pioneiro do mullet irlandês; the Edge - que tipo de nome era aquele? Adam e Larry. Eu estava ouvindo a última banda que eu seria capaz de dizer o nome de todos os seus membros. O show deles era excitante e grande, a sonoridade era bonita. Eles empolgaram o público.

Nos encontramos depois e eles eram jovens simpáticos. Eles eram irlandeses. Irlandeses! Agora, este fato iria ser importante no enorme sucesso deles nos Estados Unidos. Porque aquilo sobre o que os ingleses ocasionalmente têm, a refinada sensibilidade para passar por cima, nós irlandeses e italianos não temos tal problema. Nós passamos pela porta com os punhos e o coração na frente. U2, com o seu obscuro, pungente som dos céus ao seu comando - o que, é claro, é o som sem resposta do amor e do desejo, os seus maiores temas - a busca por Deus intacta.

Agora, eles são uma verdadeira banda; cada membro representa uma parte vital. Eu acredito que eles realmente praticam alguma forma de democracia - veneno tóxico na cabeça de uma banda. No Iraque, talvez. No Rock, não! É, eles sobrevivem. Eles dominam a bomba que existe no coração de cada uma das grandes bandas de rock que geralmente explode como regularmente vemos neste estágio. Mas eles parecem ter entendido de forma inata a principal regra de segurança trabalhista numa banda de rock: "Hei idiota, o outro cara é mais importante do que você pensa que ele é!" Eles estão, ambas as coisas, um passo a frente e são os descendentes diretos das grandes bandas que acreditaram que o rock podia balançar as coisas do mundo, que ousaram ter fé na sua audiência, que acreditavam que se você tocar o seu melhor isto irá trazer à tona o melhor que há em você. Eles acreditaram no estrelato do pop e nos grandes tempos. É, isto necessita de tolice e uma mente calculista. Também requer uma profunda e segura fé no trabalho que você está fazendo e no seu poder de transformar. O U2 era faminto por tudo isto e criou um som e escreveram músicas que o exigiam. Eles são os guardiões de algumas das mais belas arquiteturas sonoras do rock and roll.

The Edge. The Edge. The Edge. The Edge. Ele é um raro e verdadeiro guitarrista original e um dos guitar heroes mais sutis de todos os tempos. Ele dedica-se a unificar o que toca e mescla o ego da sua guitarra no grupo. Mas, não se deixem enganar. Peguem Jimi Hendrix, Chuck Berry, Neil Young, Pete Townshend - guitarristas que definiram o som da banda deles e o tempo deles. Se você tocar como eles, você soará como eles. Se você tocar aquelas duas notas rítmicas com quartas sustenidas, encharcadas em eco, você irá soar como the Edge, meu filho. Volte para a mesa de desenho e as suas hipóteses serão de pouca sorte. Existe apenas um punhado de guitarristas/estilistas capazes de criar um mundo com os seus instrumentos e ele é um deles. The Edge tocando guitarra cria um espaço enorme e uma paisagem vasta. É um som excitante e de partir o coração pendurado sobre você como o céu perturbado. No meio de tudo ele se sobressai, ele é naturalmente espiritual. É uma graça e é um dom.

E, tudo isto precisa ser amparado por alguma coisa. A profunda certeza do baixo de Adam Clayton e o ritmo da batida elegante de Larry seguram a banda ao mesmo tempo que a impulsionam. É na excelente sessão de ritmo do U2 que a banda encontra a sua sexualidade e o seu perigo. Ouça "Desire, "She Moves in Mysterious Ways," [sic] o pulso de "With or Without You”. Juntos, Larry e Adam criam o elemento que sugere a possibilidade empolgante daquele outro reino - aquele sobre a terra e sob o cinturão - que nenhuma grande banda pode se considerar grande sem.

Sempre vejo o Adam como o tipo profissional, o membro sofisticado. Ele cria não só a música, mas a estabilidade física no seu lado do palco. O tom e a profundidade da sua maneira de tocar o baixo tem permitido à banda se mover do rock para a dance music e além. Uma das grandes coisas que eu noto no U2 é que por baixo da guitarra e do baixo têm ritmos muito modernos acontecendo. Em lugar de um simples 2 e 4, Larry geralmente toca com muita sincope e isto conecta a banda às texturas dance modernas. A bateria geralmente soava alta e coesa e ele estava flutuando lá atrás e isto deu à banda um perfil único e permitiu que as suas texturas de rock soassem acima de uma cama do seu ritmo.

Larry, é claro, além de ser um baterista incrível, carrega o peso de ser para a banda o obrigatório "membro bonito” (risos), algo que de alguma forma esquecemos de dar atenção na E Street Band (risos). Tivemos que nos contentar com "carismático”. As garotas adoram Larry Mullen! Eu tenho uma assistente que adoraria sentar no banco do Larry. Um assistente, também. Todos nós temos as nossas cruzes para suportar.

Bono...por onde eu começo? Jeans designer, logo será operador do Banco Mundial, apenas operador, vendedor da Brooklyn Bridge - ah, esperem aí, ele tocou embaixo da Brooklyn Bridge, isto mesmo. Logo será o grande mestre operador do Bono burguer franchise, onde um milhão de histórias serão contadas por um irlandês maluco. Agora eu me dou conta de que é um trabalho sujo e alguém tem de fazê-lo, mas não se despeça do seu trabalho diário ainda, meu amigo. Você é muito bom nele e um som deste tamanho necessita de alguém para guiar o grupo.

E guiar o grupo ele faz. Sua voz, emotiva e aberta, cuidadosamente honesta não interessa o quanto ele tente. Ele é um ótimo líder. Contra as probabilidades, ele não é o tipo magrela padrão, arquétipo ex-junkie da sua mãe. Ele tem o físico de um jogador de rugby...bem, um ex-jogador de rugby. Xamã, charlatão, um dos maiores e mais cativantes, complexo messiânico despido do rock and roll. (risos) Deus te abençoe, cara! É preciso um para reconhecer o outro, é claro.

Vejam vocês, todos os bons líderes de banda irlandeses e italianos-irlandeses sabem que antes de James Brown havia Jesus. Então, mantenham o arco do McDonalds no palco, garotos, nós não somos irônicos. Nós somos criações do coração e da terra e das estações da cruz - não há como fugir disto. Ele é abençoado com uma voz de ópera e um falsetto lindo e raro entre os grandes cantores de rock. Mas, o mais importante, a sua voz berra cheia de suas próprias dúvidas. É isto que faz aquele grande som funcionar. É este elemento do talento do Bono - junto com a sua bela escrita lírica - que dá àquela muitas vezes celeste música do U2, sua fragilidade e sua realidade. É o questionamento, o constante questionamento na voz do Bono, onde a banda arrisca a declaração da sua humanidade e declara a sua união conosco.

É, muitas vezes a voz do Bono soa como um grito, não de cima da banda, mas das suas próprias profundezas. "Aqui estamos, Senhor, esta confusão, à sua imagem”. Ele proclama tudo isto com grande dramaticidade e um sorriso ocasional que diz, "Me beija, sou irlandês”. Ele é um dos maiores líderes de banda dos últimos vinte anos. Ele é também um dos únicos músicos que dedica as suas crenças pessoais e os ideais da sua banda no mundo real de uma forma que se mantém fiel as primordiais implicações do rock com liberdade e conexão e a possibilidade de algo melhor.

Agora, a maravilhosa composição lírica da banda - "Pride (In The Name of Love)”, "Sunday Bloody Sunday”, "I Still Haven't Found What I'm Looking For”, "One”, "Where the Streets Have No Name”, "Beautiful Day" - nos lembra dos ideais pelos quais a banda toca. É um songbook incrível. Na música deles você ouve a espiritualidade como um lar e como uma busca. Como você encontra Deus a menos que ele esteja no seu coração? No seu desejo? Nos seus pés? Eu acredito que isto é uma das grandes razões que manteve a banda unida por todos estes anos.

Vejam, bandas se formam por acidente, mas elas não sobrevivem por acidente. É preciso vontade, objetivo, um sentimento de princípio partilhado e uma tolerância para com as falhas dos seus amigos...e suas próprias. E isto apenas nivela as hipóteses. O U2 não apenas nivelou as hipóteses, mas superaram-nas continuando a fazer o seu melhor trabalho e permanecendo no topo do jogo e das tabelas por 25 anos. Eu sinto uma grande afinidade para com estes caras como pessoas e também como músicos.

Bem, lá estava eu, sentando no meu sofá, de pijamas, com o meu filho mais velho. Ele estava assistindo TV. Eu estava fazendo uma das minhas coisas favoritas - eu estava somando a quantidade de dinheiro que eu já rejeitei em patrocínio através dos anos e pensando em toda a diversão que ele me teria proporcionado. De repente eu ouço, "Uno, dos, tres, catorce!" Eu olho para cima. Mas, em vez de silhuetas daqueles que querem parecer modernos se chacoalhando no comercial do iPod, eu vejo os meus garotos!

Ó, meu Deus! Eles se venderam!

Bem, o que eu sei sobre o iPod é: é um aparelho que toca música. É claro que a nova música deles soa maravilhosa, meus garotos estão ótimos, mas eu penso ouvir as pegadas do meu antigo operador de fita Jimmy Iovine em algum lugar. Malandro. Esperto. Bem, pessoalmente, eu levo um estilo de vida insanamente caro que a minha mulher quase não tolera. Eu queimo dinheiro e para isto necessita de um grande fluxo de caixa. Mas, eu também tenho uma imagem ridícula de mim mesmo que me impede de realmente fazer dinheiro. (risos) Conseguem ver o meu problema. Aflito sou eu.

Então, na manhã seguinte, eu ligo para o Jon Landau - ou como eu me refiro a ele, "o Paul McGuinnes Americano" - e digo, "Você viu aquela coisa do iPod?" E ele respondeu, "Sim”. E ele diz, "E ouvi dizer que eles não cobraram nada”. E eu disse,
"Eles não cobraram nada?!" E ele diz, "Não”. Eu digo, "Espertos, malandros irlandeses”. (risos) Qualquer um...qualquer um...pode fazer um comercial e ganhar dinheiro, mas, fazer o comercial e não cobrar nada...isto é ser esperto. Isto é malandragem. Eu digo, "Jon, eu quero que você ligue para o Bill Gates ou quem quer que seja que está por trás daquela coisa e passa esta imagem: um iPod vermelho, branco e azul assinado por Bruce "the Boss" (o chefe) Springsteen. Agora não esquece, não importa o quanto eles ofereçam, não aceita o dinheiro! (risos)

De qualquer modo...de qualquer modo, depois daquela noite, pelo próximo mês ou mais, eu ouço vindo do quarto do meu adorável filho de 14 anos, dia após dia, lá no fundo do corredor, uma voz, que recentemente se tornou mais baixa, chamando: Uno, dos, tres, catorce. A matemática correta para o rock and roll. Obrigado, garotos.

(aplausos)

Esta banda... esta banda carregou a sua fé no grande inspirador e poder de ressurreição do rock and roll. Nunca falharam, nem um pouco. Eles acreditaram neles mesmos, mas, mais importante, eles acreditaram em "você também”. (NT: "you too”. Trocadilho com a sonoridade de U2). Obrigado Bono, the Edge, Adam e Larry. Por favor dêem as boas vindas ao U2 para o Rock and Roll Hall of Fame.

© Springsteen, 2005.
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Discursos no Rock and Roll Hall of Fame Empty Re: Discursos no Rock and Roll Hall of Fame

Mensagem por Achtungzoo Sex 12 Set 2008, 4:34 pm

Discurso de agradecimento do U2 ao serem introduzidos ao Rock and Roll Hall of Fame

@U2, March 17, 2005

Texto do U2.

Bono:
Nascido no EUA, uma ova. (NT: referência a música do Bruce Springsteen, "Born in the USA") Este homem nasceu no lado norte de Dublin. Irlandês. A mãe dele era irlandesa. A poesia, o dom da conversa, não é óbvio? Na verdade, ele é muito alto para um irlandês.

Esta noite é um evento irlandês, Paddy Sledge, the O'Jays - eles são uma tribo do oeste da Irlanda. Isto se parece um pouco com um casamento irlandês. O Rock and Roll Hall of Fame é um pouco como um casamento irlandês - garotas bonitas, vestidos bonitos, brigas no banheiro, empresários e clientes de novo, advogados com nariz sangrando. É um casamento irlandês. É uma grande ocasião.

Eu até gosto quando as coisas ficam sujas. Eu vi as coisas ficarem mesmo sujas através dos anos - rock and roll é isto, o som da vingança. Então façam os vossos inimigos interessantes, senhoras e senhores. Mas, não esta noite. Quando eu, quando nós olhamos para a frente não vemos nenhum inimigo, vemos apenas amigos. E este país carregou esta banda em seu seio por todo o caminho. (aplausos) É uma coisa maravilhosa.

Frank Barselona no início, ele é um grande amigo. Chris Blackwell, que homem incrível para termos cuidando de nós. Vocês podem imaginar que o seu segundo álbum - o difícil segundo álbum - é sobre Deus? Estão todos arrancando os cabelos e Chris Blackwell diz, "Há o Bob Marley e o Marvin Gaye, Bob Dylan, é uma tradição. Nós conseguiremos passar por isto”. E eu penso no que Frank Barselona disse antes sobre visões a longo prazo porque vocês sabem que sem a visão a longo prazo de Frank Barselona, Barbara Skydell e Chris Blackwell, não haveria U2 depois daquele segundo álbum. Teríamos sido cortados. Nada de "Sunday Bloody Sunday”, nada de "Unforgettable Fire”, nada de "One”, nada de "Where the Streets Have No Name”, nada de "With or Without You”.

É isto que eu quero que vocês levem para casa hoje à noite. Eu gostaria de pedir à indústria da música que olhasse para si mesma e se impusesse duras questões. Porque não haveria U2 se as coisas fossem como são hoje. Isto é um fato. Apenas amigos aqui. Mas mesmo assim Rolling Stone nos colocou na capa, muito obrigado. MTV, VH1 ainda transmitem os nossos vídeos. Rádio universitária ainda acredita na banda e nos faz acreditar em nós mesmos. É um momento maravilhoso para ser introduzido no Rock and Roll Hall of Fame, sentindo-se assim - sentindo-se como se houvesse acabado de fazer o seu primeiro álbum. É um grande sentimento, um sentimento muito especial.

E eu vejo por aqui amigos e pessoas com as quais trabalhamos por muito tempo - e, geralmente, eu não faço grandes "Obrigado" discursos porque eles são chatos e porque parar a tradição de uma vida? São muitos os presentes na sala para agradecer, mas eu gostaria de agradecer as lindíssimas mulheres que trabalham para nós. Porque é engraçado agradecê-las. As belas, lindas mulheres do Principle Management, Ellen Darst, muito obrigado. Sheila Roche, muito obrigado, Anne Louise Kelly, muito obrigado. Keryn Kaplan, muito obrigado. Bonitas, sexy, algumas vezes irlandesas, outras vezes americanas, obrigado. E muitos guarda-costas por aqui. Nenhum guarda-costas maior que Jimmy e Doug. Jimmt Iovine e Doug Morris continuaram a tradição de Chris Blackwell, o que é algo como nos deixar escapar com o que quer que a gente queira. Então quero agradecê-los muito. Estou tentando pensar o que mais...O maior guarda-costas de todos tem que ser o nosso empresário, Paul McGuinnes. Vocês podem vê-lo ali. A razão pela qual ninguém nesta banda tem escravo escrito no rosto, muito obrigado.

Eu vou continuar e listar três momentos Kodak dos últimos vinte e cinco anos que eu gostaria de partilhar com vocês. Um - é 1976 - a cozinha do Larry Mullen Jr. Mais ou menos do tamanho da bateria que ele usa hoje. É uma bateria japonesa, vermelha - escarlate, na verdade - brilhante e ele está sentando atrás dela na sua própria cozinha. E ele está tocando e o chão treme e o céu se abre - e ele ainda o faz, mas agora eu sei por que. Porque Larry Mullen não consegue dizer uma mentira. A sua honestidade brutal é algo de que precisamos nesta banda.

Segundo momento Kodak. É 1982. New Have, eu acho. As coisas não estão indo bem. Há uma banda punk no palco tentando tocar Bach. Começa uma briga. É entre a banda. A confusão é muito, muito grande. Agora você olha para este gênio da guitarra, este mestre Zen que é o the Edge, e você ouve aquelas notas frias e delicadas e você pode se sentir perdoado por esquecer que não consegue tocar assim a não ser que haja raiva dentro de você. Na verdade, eu havia esquecido disto naquela noite em particular, e ele tentou me quebrar o nariz. E eu aprendi uma grande, grande lição naquela noite. Não comece uma briga com alguém que vive da coordenação olho-manual. Perigoso, perigoso homem, the Edge.

Terceiro momento Kodak. 1987. Algum lugar no sul. Nós estávamos em campanha a favor do Dr. King para que o seu aniversário se tornasse um feriado nacional. No Arizona, eles diziam não. Nós estávamos fazendo uma campanha muito forte pelo Dr. King. Algumas pessoas não gostam disto. Algumas pessoas ficam muito irritadas. Algumas pessoas querem nos matar. Algumas pessoas são encaradas com muita seriedade pelo FBI. Eles dizem ao cantor que eles não deveriam se apresentar nesta noite porque a sua vida está em risco e ele não deve subir ao palco. E o cantor ri. É claro que vamos nos apresentar. É claro que vamos subir ao palco e eu estou cantando "Pride (In the Name of Love)" - o terceiro verso - e eu fecho os olhos. E, você sabe, eu me sinto animado para ir ao encontro do meu criador, mas talvez não nesta noite. Eu realmente não quero conhecer o meu criador esta noite. Eu fecho os olhos e quando os abro vejo Adam Clayton parado na minha frente, segurando o seu baixo de uma maneira que apenas o Adam Calyton consegue segurar o baixo. Há pessoas nesta sala que te dirão que levariam uma bala por você, mas Adam Clayton teria levado uma balar por mim. Eu acho que é assim que nos sentimos quando estamos numa verdadeiramente grande banda de rock and roll.


(Bono abre espaço para o Edge)

Bono: Ele tem uma BlackBerry. (Edge tem o discurso num palmtop).
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Discursos no Rock and Roll Hall of Fame Empty Re: Discursos no Rock and Roll Hall of Fame

Mensagem por Achtungzoo Sex 12 Set 2008, 4:35 pm

Edge: Eu sou, no fundo, o cara tecnológico do U2. O que na verdade significa que eu consigo consertar a impressora. É só ligar. Eu não conto isto para eles.
Acima de tudo, o que o U2 tem tentado evitar nos últimos vinte anos é ser uma completa porcaria. Mas, a seguir na lista depois disto é evitar ser típico e previsível e ordinário. Porque é muito difícil evitar os clichês. Os clichês dos outros, claro, mas mais do que isto os nossos próprios. É difícil manter as coisas frescas e não se tornar uma paródia de si mesmo. E se vocês alguma vez viram aquele filme Spinal Tap, saberão quão fácil isto é. É uma paródia daquilo tudo que fazemos. A primeira vez que eu o vi, eu não ri. Eu chorei. Chorei porque reconheci tanto em tantas daquelas cenas. Eu não acho que eu esteja sozinho nisto entre todos os aqui presentes.

Vocês sabem, somos todos culpados por nos tomarmos e tomar o nosso trabalho com muita seriedade. E vamos todos passar o tempo no saguão de algum hotel como se estivéssemos fazendo algo muito importante. Mas a razão por estarmos aqui hoje é que, apesar de todos os clichês que existem, vocês sabem, rock and roll, quando é grande, é maravilhoso. Muda as nossas vidas. Seja testemunha, por exemplo, desta noite. The O'Jays, Percy Sledge, Bo Diddley, Eric Clapton, B.B. King, Buddy Guy, the Pretenders. Quero dizer, maravilhoso. Uma coisa realmente mágica.

As pessoas o dividem. Você pode estudá-lo, mas não pode simplesmente ligá-lo. Não é assim que funciona. E para onde quer que o U2 siga, eu parei de tentar entender como, ou ainda mais importante, quando surgiram os nossos melhores momentos. Mas eu acho que é por isto que ainda estamos de pé. E é por isto que ainda estamos prestando atenção. Nós sabemos que no final, vejam...nós sabemos que é magia. E então acabamos por ficar à espera. Como todos o fazemos algumas vezes. Como atores numa peça do Beckett, justamente como fizeram naquele filme, no saguão, esperando que algo mágico acontecesse. E nós fizemos isto muitas vezes ao longo dos anos. Eu tenho que dizer...eu estive muito à espera destes momentos com o Bono, com o Adam, com o Larry e com o Paul.

E nós tivemos grandes pessoas à espera conosco por estes momentos. Brian Eno, Steve Lillywhite, Danny Lanois, Jimmy Iovine, Nellee Hooper, nossos grandes engenheiros, Principle Management. O time sobre o qual falávamos, Flood. Nossos colaboradores em shows - Willie Williams e a sua equipe. Um grupo de pessoas fantásticas. Joe O'Herlihy. Bucky, Jake, Dallas, Frasier que não está aqui, Stuart. Pessoas incríveis sem as quais não teríamos conseguido passar os últimos vinte e cinco anos. E nesta noite, parece que metade desta sala esteve conosco nesta viagem. Então, eu simplesmente gostaria de agradecer a minha família por ser tão paciente. O cara principal por me mostrar como. O resto da banda em particular e, nesta noite, vocês sabem, para todos vocês por esta noite e principalmente, eu acho, por sempre me darem espaço enquanto esperávamos que algo mágico acontecesse. Obrigado.
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Discursos no Rock and Roll Hall of Fame Empty Re: Discursos no Rock and Roll Hall of Fame

Mensagem por Achtungzoo Sex 12 Set 2008, 4:36 pm

Larry: Eu prometo que serei breve. Obrigado por esta noite. Eu realmente gostei. É muito especial. Eu sinto como se tivéssemos cortado ou furado a fila pelo caminho, em algum lugar do caminho. Nós nunca teríamos saído da minha cozinha em Dublin se não fosse por pessoas como os Sex Pistols, Tom Verlaine and Television, Roxy Music, Patti Smith. Estas pessoas estão no nosso rock and roll hall of fame. Obrigado.
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Discursos no Rock and Roll Hall of Fame Empty Re: Discursos no Rock and Roll Hall of Fame

Mensagem por Achtungzoo Sex 12 Set 2008, 4:38 pm

Adam: O baixista se aproxima do microfone. O que irá ele dizer? Eu me sinto sem baixo. Ok, ontem foi meu 45º aniversário. Esta é uma boa idade para se tornar parte do Rock and Roll Hall of Fame. Isto significa que vinte e cinco anos atrás lançamos o nosso primeiro álbum. Significa que vinte e nove anos atrás nós nos conhecemos e formamos a nossa banda. Trinta anos atrás eu peguei no meu primeiro baixo ou, como eu pensava, uma guitarra com apenas quatro cordas. Eu não tinha idéia do que era um baixo. Eu não tinha ouvido falar em James Jameson, Doug Dunn, Jack Bruce, John Entwhistle ou Bootsy Collins. Eu só precisava de uma arma e de um escudo para tomar o mundo.

Quando nós nos reunimos na cozinha do Larry, nós não sabíamos das grandes tradições da música americana. Nós não conhecíamos o Blues ou Soul ou R&B ou Country mas sabíamos que juntos teríamos a chance de mudar o mundo fazendo barulho. Este era o punk e ele me salvou a pele. Nós precisávamos de alguém para nos arranjar um lugar para tocar e pagar a gravação das demos. Nós conhecemos Paul McGuinnes e ele passou a ser o nosso empresário. A seguir, nós precisávamos de um contrato com uma gravadora. Nós fomos rejeitados por muitas pessoas até que Nick Stewart nos ofereceu um contrato com a Island Records. Este foi o início de uma longa relação com a Island. Muitas pessoas ao longo do caminho nos ajudaram a se desenvolver e crescer. Rob Partridge e, é claro, Chris Blackwell. Gravamos três discos com Steve Lillywhite, viemos para a América e Frank Barselona e Barbara Skydell foram os nossos agentes nos EUA. Eles nos apresentaram a uma rede de promotores. Ellen Darst e Keryn Kaplan correram para o nosso escritório nos EUA e nos ensinaram como o rádio e promoção funcionavam.

Enquanto aprendíamos tudo isto sobre o negócio da música, estávamos também aprendendo sobre a música americana e o artistas do tipo que foram honrados aqui no Hall of Fame. John Lee Hooker, B.B. King, Hank Williams, Ray Charles, Johnny Cash, Bob Dylan. Agora a nossa geração começou a fazer parte e o nosso tempo de se juntar àqueles que não conhecíamos 25 anos atrás. Eu espero que daqui a 25 anos esta sala esteja cheia de artistas do hip-hop e pop e que eles gostem de fazer parte desta diversa lista de talentos que o Hall of Fame reconhece.

Foram necessárias muitas pessoas para que esta banda chegasse até aqui esta noite e eu gostaria de agradecê-los pessoalmente. Paul McGuinness e Kathy, Anne-Louise Kelly, Ellen Darst, Sheila Roche, Keryn Kaplan, Regine Moylette, Barbara Galvin, Susan Hunter, Trevor Bowen, Gavin Friday, Chris Blackwell, Anton Corbjin, Steve Lillywhite, Danny Lanois, Brian Eno, Jimmy Iovine, Doug Morris, Arthur Fogel and Michael Cole, Denny Sheehan, Joe O'Herlihy, Willie Williams, Dallas, Sammy, Stuart e Terry.

Mas, no final, as pessoas que realmente me trouxeram até aqui esta noite e a quem eu gostaria de agradecer por tudo o que eu tenho são: Ali, Ann, Morleigh, Suzie, Larry, Edge e Bono.

E eu realmente gostaria de agradecer ao Bruce pelo que ele disse e, felizmente, eu consigo lembrar o nome de todos os que fazem parte da banda também.

Bono: Nós temos umas 35 músicas para tocar. Não vamos demorar.

(apresentação da banda)

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Mensagem por MG Dom 14 Set 2008, 10:56 am

:aeee: :aeee: :aeee: :aeee:
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Mensagem por samuelsmeloc Dom 14 Set 2008, 11:32 am

Muito legal, valeu, Cris! brinde:
Vale a pena dar uma olhada nos vídeos no Youtube. Depois do discurso vem a versão mais arrasadora que já ouvi de Until The End Of The World!!!! :babão:
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Mensagem por MG Dom 14 Set 2008, 11:44 am

Pois é Samuel... Aqui vão alguns links:

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Mensagem por Achtungzoo Dom 14 Set 2008, 4:02 pm

samuelsmeloc escreveu:Muito legal, valeu, Cris! brinde:
Vale a pena dar uma olhada nos vídeos no Youtube. Depois do discurso vem a versão mais arrasadora que já ouvi de Until The End Of The World!!!! :babão:
Estou contigo! Eles detonaram com essa versão. Uma das minhas preferidas! :aeee:
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