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Interpretações de músicas.

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Interpretações de músicas. Empty Interpretações de músicas.

Mensagem por Achtungzoo Ter 09 Set 2008, 12:10 pm

Window In The Skies
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Walk On
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Eletrical Storm
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11 O'Clock Tick Tock
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Wake Up Dead Man
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With a Shout
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Vertigo
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Love Is Blindness
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Miss Sarajevo
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Yahweh
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If God Will Send His Angels
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Tomorrow
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Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me
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An Cat Dubh
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Interpretações de músicas. Empty Re: Interpretações de músicas.

Mensagem por Achtungzoo Ter 09 Set 2008, 12:12 pm

.:: INTERPRETAÇÃO: ULTRAVIOLET ::.

Há duas linhas interpretativa de Ultraviolet. Uma diz que ela se
refere a dor e angústia de uma pessoa que se doa de corpo e alma à uma
relação conflituosa. A outra diz que Ultraviolet fala da dor,
abandono, sofrimento e ansiedade de forma similar a que é descrito no
livro de Jó.

Não tenho como afirmar que o livro de Jó serviu de inspiração para o
Bono, mas existe um versículo muito interessante que fala de uma 'luz
escura', que é como é descrita a luz ultravioleta: "Terra escuríssima,
como a própria escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma,
e onde 'a luz é como a escuridão'." (Jó 10:22)

UltraViolet (Light My Way)

Sometimes I feel like I don't know [Às vezes me sinto como se não
soubesse]
Sometimes I feel like checking out [Às vezes me sinto desistindo]
I wanna get it wrong [Eu quero cometer erros]
Can't always be strong [Não posso ser sempre tão forte]
And love it won't be long... [E o amor não vai durar muito...]

Por vezes, num relacionamento, um dos pares tem dúvidas quanto aos
próprios desejos, fruto da excessiva cobrança, então começa-se a
pensar em desistir de tudo. Começa-se a sentir vontade de se aventurar
em caminhos incertos em busca de novos horizontes e possibilidades que
muitas vezes se traduzem em erros, pois se está abandonando um amor
por aventuras. E a pessoa sente vontade de resistir à essas pulsões e
inicia-se um conflito interno onde a vítima pode ser o amor, posto que
esse processo vai magoando e desgastando o casal.

Outro ponto de vista é que por vezes exigimos demais de nós mesmo.
Exigimos muito de nós para atendermos as expectativas que os outros (o
pai do Bono? Amigos? Esposa? Igreja moralista?) depositam em nós. E
nessa tentativa de agradar o próximo acabamos por perder nossa
identidade, nossa consciência saudável e fazemos até mesmo o que não
queremos fazer. Assim, deixamos de fazer o que queremos para agradar
outros e acaba-se vivendo uma vida que não é a nossa.

Só que isso não dura muito, pois assume-se um fardo que consciência
nenhuma pode suportar. Ninguém consegue usar máscaras por muito tempo,
daí a sensação de fraqueza. E quando o cansaço chega acontece o que o
Bono descreveu no verso acima. A pessoa perde a identidade, não sabe
mais quem ela é de fato. Sente vontade de desistir e até mesmo fazer o
que ela tanto represou dentro de si. Daí a vontade de cometer erros, é
uma forma de eliminar a máscara que ela não consegue mais usar. Ela
não tem mais forças para viver a vida que os outros cobram. E tudo
isso acaba sufocando o amor que todo ser humano carrega dentro de si.
É nesse ponto que muitos se rebelam e cometem erros.

Oh sugar don't you cry Oh child [Oh, meu bem não chore. Oh, criança]
Wipe the tears from your eyes [Enxugue as lágrimas dos seus olhos]
You know I need you to be strong [Sabe, eu preciso que você seja forte]
And the day is as dark as the night is long [E o dia é tão escuro
como a noite é longa]
Fell like trash You make me feel clean [Me sinto um lixo. Você me
faz sentir limpo]
I'm in the black Can't see or been seen [Eu estou no escuro não posso
ver ou ser visto]

Nessa verso alguém está chorando, talvez vítima das dores geradas no
coração em conseqüência dos erros do parceiro. E como eles ainda se
amam, o parceiro fica consternado e/ou se sentindo culpado ao ver seu
amor chorando e lhe pede para ser forte, pois ele precisa do apoio
dela para superar essa fase sombria na qual ele se encontra e que
tanta angustia e dor gera. Por isso ele se sente um lixo, é a culpa de
fazer o que não quer e ainda magoar o seu amor, mas paradoxalmente seu
parceiro o faz se sentir melhor, pois no amor sincero não há culpas ou
temor. Logo, estar com ele traz paz.

Sob uma perspectiva espiritual, aqui inicia-se um diálogo. As
consequências do estado do verso anterior se instala na alma do
personagem, por isso o choro e a sensação de que até mesmo a luz do
dia é escura (luz ultravioleta) , assim como a noite é longa. Quando se
está sofrendo por algo parece que as horas passam mais lentas, daí a
sensação da noite ficar mais longa. E para completar esse panorama
sombrio, o personagem narra que está numa escuridão tão grande que não
consegue ver nem ser visto.

O mesmo aconteceu com o personagem Jó, que estava passando por um
momento muito difícil quando disse: "Deitando-me a dormir, então digo:
Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me
revolver na cama até à alva." (Jó 7:4) Algo semelhante à sensação
descrita pelo Bono: "E o dia é tão escuro como a noite é longa".

Mas no meio dessa escuridão uma voz terna aparece e procura ajudar
pedindo que ele enxugue as lágrimas e seja forte. E essa voz o faz se
sentir limpo. Livre do lixo das aparências e hipocrisias acumulado na
sua alma.

Baby Baby Baby light my way [Baby baby baby ilumine meu caminho]
(Alright now)

Sob um olhar espiritual, esse verso representaria um clamor para que
Deus ilumine o caminho do personagem e afaste a escuridão instalada na
sua alma angustiada. Assim, o Bono clamando para que seu caminho seja
iluminado, no sentido de trazer alívio e entendimento da situação,
para esse ser terno (Deus)!

Ou quem sabe, o Bono estaria fazendo um clamor para que a sua parceira
o ajude a sair da sua escuridão existencial.

You bury your treasure [Você enterra seu tesouro]
Where it can't be found [Onde não pode ser encontrado]
But your love is like a secret [Mas seu amor é como um segredo]
That's been passed around [Que foi espalhado]

Os versos dessa estrofe falam de um tesouro que a personagem escondeu
com todo o cuidado num lugar secreto para que não fosse roubado ou
destruído. Mas o segredo foi descoberto e espalhado.

Sob uma ótica espiritual, entendo que esses versos querem dizer
exatamente o que Jó disse no seguinte versículo: "Porque aquilo que
temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu. Nunca estive
tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a
perturbação." (Jó 3:25-26). Ou seja, o que ele temia era perder o seu
tesouro, e foi o que aconteceu. Às vezes, por temermos muito algo,
acabamos criando inconscientemente uma situação propensa para que os
nossos medos se concretizem, de uma forma ou de outra.

Do contrário, quando o ser humano permanece tranquilo, sem temor, com
uma segurança fruto da fé, então a alma não fica cega e consegue
antecipar-se e livrar-se dos males.

E como Jesus disse "Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará
também o vosso coração."(Mateus 6:21). E ao perder tudo isso ele ficou
só na sua casa em meio ao silêncio lúgubre, mas sem conseguir dormir
pois estava impressionado e tenso por tudo o que aconteceu.

There is a silence that comes to a house[Há um silêncio que cai numa casa]
Where no one can sleep [Onde ninguém pode dormir]
I guess it's the price of love [Eu acho que é o preço do amor]
I know it's not cheap [Eu sei que não é barato]

Os 4 últimos versos dessa estrofe falam justamente das consequências
dos 4 primeiros versos. Após os conflitos, as tribulações, vêm aqueles
momentos de silêncio como num campo de guerra, à noite, após uma
intensa batalha. Mas ninguém consegue dormir por causa das feridas
abertas, da dor, da tensão e da ânsia que atinge os envolvidos.

Quando o Bono escreveu "I guess it's the price of love" eu me lembrei
dos versos de "Walk On": "And love is not the easy thing". Amor requer
renúncia de coisas que gostamos, compreensão sobre o que não gostamos
e respeito ao próximo para aceitar as diferenças. Esse é o preço de se
viver um amor verdadeiro.

I remember When we could sleep on stones [Eu me lembro De quando
podíamos dormir sobre pedras]
Now we lie together In whispers and moans [Agora deitamos juntos Entre
sussurros e gemidos]
When I was all messed up [Quando eu estava todo bagunçado]
And I heard opera in my head [E eu ouvia opera na minha cabeça]
Your love was like a light bulb Hanging over my bed [Seu amor foi como
uma lâmpada Pendurada sobre minha cama]

Creio que esse verso tenta desenhar o que se passa na cabeça do Bono,
no seu lar, quando ele está enfrentando um momento muito difícil. Após
todos esses conflitos até o repouso é doloroso. A alma geme de
angústia e a mente fica impregnada de imagens distorcidas, uma
verdadeira bagunça. Mas o amor é a saída, uma luz que guia na escuridão.

O curioso é que no livro de Jó tem a seguinte passagem que contém uma
metáfora semelhante a essa usada por Bono "Your love was like a light
bulb Hanging over my bed", veja: "Ah! quem me dera ser como eu fui nos
meses passados, como nos dias em que Deus me guardava! Quando fazia
resplandecer a sua lâmpada sobre a minha cabeça e quando eu pela sua
luz caminhava pelas trevas" (Jó 29:2-3).

É isso UVs, muito obrigado a quem chegou até aqui, espero que tenham
gostado e fiquem à vontade para comentar, concordando ou não. A
intenção é apenas compartilhar idéias.

Por Suderland Guimarães, disponibilizada na lista da UV.


Última edição por Achtungzoo em Ter 09 Set 2008, 12:15 pm, editado 1 vez(es)
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Interpretações de músicas. Empty Re: Interpretações de músicas.

Mensagem por Achtungzoo Ter 09 Set 2008, 12:14 pm

Depois de muitos anos escondendo a verdade do meu pai finalmente resolvi me
assumir, sair do armário, me sinto fraco, já não tenho muito mais força,
esta doença me corrói por dentro. Vejo meus amigos morrerem. Cometi o erro
de não me cuidar. Agora é tarde. Não tenho certeza do porquê. Por que contar
para o meu pai que sou gay, agora que a minha vida já está chegando mesmo ao
fim e ele não vai ter que lidar com isto.

Talvez depois que eu morrer ele venha a descobrir e fique magoado ou
revoltado contra mim por não ter lhe contado, já não estarei aqui para lidar
com isto, mas não queria causar mais esta dor para o meu pai. Sempre fomos
só nós dois depois que a mãe morreu. No fundo, talvez seja egoísmo meu,
sinto uma necessidade de me abrir com ele, de saber que ele me aceita como
sou, que poderei contar com ele quando dias piores vierem. Acho que ele já
desconfia pois não nos falamos muito nos últimos tempos e quando falamos ele
está sempre muito preocupado, principalmente com a minha saúde, sempre me
pergunta se eu estou doente, pareço tão magro aos olhos dele. Eu estou
magro.

Finalmente, vou contar. Chamo ele para uma conversa na sala, depois do
jantar, peço para não ligar a TV e falo tudo, sinto um peso ser levantado
dos meus ombros à medida que falo da minha infância, da adolescência, do
sentimento de solidão, de viver uma vida dupla, da vergonha de ser
descoberto, da frustração de não poder falar sobre a dor do coração partido,
da doença mortal que agora me corre nas veias. Ele fica estático. Não fala
nada. Apenas me olha como se nunca me tiveste visto antes. Vejo-o engolir em
seco. Termino o desabafo e espero pelo pior.

Is it getting better, or do you feel the same?

Está melhorando ou ainda sentes o mesmo?

Que pergunta estúpida. Por que estaria melhorando? Acabei de colocar o mundo
dele de cabeça para baixo. Sei que ele está pensando na hipótese de me
trancar num quarto e nunca mais me deixar sair na rua. Ele deve estar
pensando que sou uma aberração assim como eu próprio pensei muitas vezes.
Ele deve estar pensando que eu finalmente tenho o que mereço.

Will it make it easier on you, now you got someone to blame?

Vai ficar mais fácil pra ti agora que tens alguém para culpar?

Outra bobagem. Sei que ele está me culpando e pode me culpar pelos meus
próprios erros. Ele queria saber o que eu tinha e estava incomodado de eu
não confiar nele. Mas com certeza não era isto que ele esperava. Talvez ele
esteja a culpar-se por eu ser assim, talvez ele não me tenha educado
direito, preciso dizer que ele está enganado, ele não tem culpa. A
responsabilidade não é dele.

You say one love, one life, when it's one need in the night.

Você diz um amor, uma vida, quando alguém precisa à noite. Sim, o amor é
redenção, mas é difícil acreditar nisto o tempo inteiro quando temos que
viver um amor às escondidas. É difícil viver este amor quando sabemos que
ele pode afastar as pessoas que mais gostamos na vida. Todo o mundo precisa
de amor e muitos conseguem ter as diversas formas ao mesmo tempo, mas
alguns, como eu, tem que optar: ou tem um amor de namorado ou um amor de
pai.

One love, we get to share it

Não existe realmente diversos tipos de amores. Só existem um. O sentimento é
único, o alvo é que muda. Me sinto incompleto por ter que viver o meu amor
de forma compartimentada. Somos várias pessoas diferentes, agimos diferente
em diferentes ambientes, mas o fardo de carregar um segredo e ter que
esconder partes importantes de mim é exaustivo. Triste muitas vezes. Temos
que partilhar este amor, temos que ser capazes de partilhar este amor.

Leaves you baby if you don't care for it.

Ele vai embora, querido, se você não tomar conta dele. Eu sei que amar é um
exercício. Precisamos exercitar o amor senão ele morre. Não podemos optar
por um ou outro amor, ele acaba se não tomarmos conta dele. Partes de nós
acabam por morrer e acabam por dificultar o nosso envolvimento com os
outros. Não consigo ser um bom fillho se não consigo ter um relacionamente
por inteiro com você, pai. Não consigo te amar por inteiro quando não tenho
a oportunidade de me mostrar por inteiro para você.

Did I disappoint you or leave a bad taste in your mouth?

Eu te desapontei ou deixei um mau sabor na tua boca? Sei que não era isto
que esperava de mim. Esperava uma família normal. Uma nova família depois
que a mãe morreu. Esperava que eu conribuísse com a minha parte, com os
netos. O mais irônico é que eu também me sinto desapontado comigo às vezes.
Por não ser aquilo que você esperava de mim. Queria te ver orgulhoso. Já
tentei ser o filho que querias mas não consegui. Me sinto uma decepção
ambulante.

You act like you never had love and you want me to go without.

Você age como se nunca tivesse amor e quer que eu siga sem. Por que, pai?
Por que é tão difícil aceitar que eu sinto o mesmo amor que você, mas não
por mulheres? Sei que foste amado. Sei que foste feliz com a mãe. Por que
não aceita que eu seja feliz? Você sabe como é ser amado, sabe qual é o
sentimento. Me deixa senti-lo também. Não me obrigue a escolher.

Well, it's too late tonight to drag the past out into the light.

Bem, esta noite, é tarde demais para trazer o passado à luz. Não tenho muito
mais tempo. Não vou te fazer sofrer, só queria que tu soubesses...

We're one, but we're not the same.

Somos um mas não somos iguais.

We get to carry each other, carry each other... one

Temos que nos carregar um ao outro, carregar um ao outro... um

Have you come here for forgiveness,

Vieste aqui me perdoar? Eu fiquei com o coração na mão durante este tempo
que me pediste para pensar. Também precisei de tempo para me aceitar. Tempo
que agora está se esgotando enquanto espero pelo teu amor.

Have you come to raise the dead

Vieste aqui acordar os mortos? Talvez seja tarde demais. Não vens a tempo de
salvar o meu corpo. Mas sei que ainda podes salvar a minha alma.

Have you come here to play Jesus to the lepers in your head

Viste aqui fazer o papel de Jesus para os leprosos que vês na tua cabeça? Eu
não sou uma aberração, não sou um doente, se desconsiderarmos o vírus, não
preciso ser curado disto. Preciso que me aceites.

Did I ask too much, more than a lot

Eu pedi demais? Mais do que possível? Acho que é a última coisa que me
importa agora. Nunca me senti seguro. Nunca achei que você iria me apoiar,
por isto me escondi estes anos todos.

You gave me nothing, now it's all I got.

Você me deu nada, agora isto é tudo o que eu tenho. Preciso de algo mais.
Preciso saber que não estou sozinho e não estarei sozinho no final. Preciso
que releve as diferenças e entenda que...

We're one, but we're not the same.

Somos um mas não somos iguais.

Well, we hurt each other, then we do it again.

Bem, nós nos magoamos, então voltamos a fazê-lo

You say love is a temple, love a higher law

Você diz que o amor é um templo, o amor é a lei máxima. E eu acredito.
Sempre acreditei. Desde criança que guardo as tuas palavras como se fossem
pérolas. Não sou má pessoa. Graças a você, ao teu amor, ao teu carinho.
Sempre foste um pai dedicado, à tua maneira.

Love is a temple, love the higher law.

O amor é um templo, o amor é a lei máxima. Sim é. Mas nunca consegui
compartilhar meus amores contigo, sempre tive medo do que está acontecendo
agora. Estou chegando ao fim e este é agora o meu maior medo, não há lugar
para outros.

You ask me to enter, but then you make me crawl

Você me convida para entrar, mas daí me faz rastejar. Você oferece o seu
amor mas apenas se eu for como você quiser, se eu negar parte do que eu sou.

And I can't be holding on to what you got, when all you got is hurt.

E eu não consigo me agarrar ao que você oferece, quando tudo o que oferece é
dor. Eu quero um amor incondicional. Gostaria de ser capaz de me submeter às
tuas regras e te fazer feliz. Mas isto dói, já tentei negar o que sou e isto
só me trouxe infelicidade. Acabei por me destruir.

One love, one blood, one life, you got to do what you should.

Um amor, um sangue, uma vida, você tem que fazer o que deve. Não é possível
querer. Não podemos mudar a cor do cabelo por força do pensamento. Temos que
amar e acreditar neste amor. Às vezes, só nos resta fazer o que tem que ser
feito.

One life with each other: sisters, brothers.

Uma vida uns com os outros: irmãs, irmãs.

One life, but we're not the same.

Uma vida, mas não somos os mesmos.

We get to carry each other, carry each other.

Temos que nos carregar uns aos outros, ajudar uns aos outros

One, one.

Como um só, como um só

Interpretação de One, por Cícero Oliveira, disponibilizada na lista da UV
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Mensagem por Achtungzoo Seg 18 maio 2009, 7:18 pm

Breathe

Like a Song: Breathe

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]


Kelley Eskridge
[Ed. note: This is the 35th in a series of personal essays by the @U2 staff about songs and/or albums that have had great meaning or impact in our lives.]

Like A SongIt's been hard to breathe.

As is true for many people, much of my life is suddenly at risk: my income, my mortgage, my career, my art, the life I love so much and have worked so hard to build. In what seemed like only a moment, only a breath, the world's markets went down in flames and took my money with them: the business I started has not yet found its feet, and may never become sustainable in this shaky economy; and the writing project that has consumed me for three years was given to someone else.

Most of us have taken a punch in the gut sometime in our lives. Most of us know what it's like when we suddenly can't breathe.

Man at the door says if I want to stay alive a bit longer
There's three things I need you to know.

I knew what those things were: squeeze down our budget, get a real job, and don't whine. Millions of people are having a hard time. So I sent out a truckload of resumes and tailored cover letters. I had a hundred "coffee meetings" to network with strangers, both of us smiling hard and hoping desperately each other would have the answer. I went to one unbelievably surreal job fair where the tightly packed room smelled so strongly of fear -- like something burning -- that I had to leave.

The forest fire that is fear

All those hours at my desk, working on those letters and resumes, I listened constantly to No Line on the Horizon. It was clear to me right away that this album is Bono's line in the sand: he is a musician first and a world-saver second. Maybe I heard it that way because I was missing my screenplay badly, and trying to come to terms with the idea of someone else doing the writing that I thought of as mine. This is standard practice in Hollywood, it happens to every writer, but it was the first time it had happened to me. I wanted to start another project, to keep working, to stay sane. But I'm not Bono; art doesn't pay my mortgage right now, and so I told myself that art was not the priority.

But I went on listening to Bono throwing down, being so clear: Sing your heart out.

And then I had the chance to apply for a job that would involve working around writers. A tough job for not enough pay, but maybe I could still do some writing of my own, or at least be near people who were. I fought like a bear for it. So did the more than 100 other people who applied. And sometimes there are miracles, but not this time. I was their number three pick; they talked about bringing all three of us in to interview with the entire staff, but the staff fell stone in love with number one, and that was it.

And there I was, no job, no screenplay, and I couldn't breathe. All I could do was run in mental circles inside my own head, like a frightened animal in a forest fire.

The forest fire that is fear

And then... I don't know. Maybe I ran myself out and was finally exhausted enough that the only thing I could do was turn and face my fears. Really look at them. Losing my home, my security, my writing, my confidence, failing, being ashamed, wrecking my partner's life.

Here is what I saw. I saw that breath is life. Oxygen keeps our hearts beating and gives our muscles strength, and feeds our brains so we can think. And fear is like fire: it takes the air away. It burns our hope and our will and leaves us only the ashes of grief that will choke us if we let them. No wonder I was feeling helpless and afraid: I had stopped breathing.

And I'm not the only one. Millions of us every day are frightened and grieving. Right this second, someone is losing their job, their home, their relationship. Their child is sick. Their beloved cat is dying in their arms. They are blinking at the "Closed" sign on their favorite coffee shop where the barista always knew exactly how they liked their latté.

And right this second, someone is finding their courage to start again. Right now, someone is trying to breathe.

So here it is: writing is my breath. It may not pay my mortgage, but it will save me so that I can save myself. Writing this will save me. I got my screenplay back, and in a 78-hour period last week I spent 42 hours working on it, and that will save me. I am going to start offering my services as an editor and looking for more freelance gigs, and even if I can't get enough work, even if I end up again as some company's director of whatever, what I am doing right now will save me. Because I feel like myself again. I can breathe.

So this song has become for me the roar on the other side of that horrible silence. Every day I will walk out into the street and sing my heart out for as long as I can.

We all have someone or something we love so much that it defines us. We all have things that make us who we are. When you're frightened, when it feels too hard, that's when you need your clear brain and your strength the most -- so run, run to the things that make you breathe. Whether you find them in art, family, religion, helping others, reading books, gardening, hiking, counting stars, no matter… stand in the space of those things and breathe the pure oxygen they give you. Breathe deep. I promise it will help.

Walk out into a sunburst street
Sing your heart out
Sing my heart out.
I've found grace inside a sound
I found grace, it's all that I found.
And I can breathe.


© @U2/Eskridge, 2009.

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Mensagem por Achtungzoo Seg 18 maio 2009, 7:22 pm

Moment of Surrender

Like a Song: Moment of Surrender

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Sherry Lawrence
[Ed. note: This is the 33rd in a series of personal essays by the @U2 staff about songs and/or albums that have had great meaning or impact in our lives.]

Like A SongFor people with type-A personalities like myself, the concept of surrendering is a crazy one. As a professional event planner, I know the importance of creating contingencies for anything and everything that could happen. I've had situations where a cancer awareness three-day walk was slated to conclude at the exact location of my alumni barbecue event. Inclement weather forced more changes to events than I'd care to count. The difference between these two situations is that one I could have controlled better had I communicated more clearly with our campus conference services coordinator, and the other I had no control over whatsoever. Even then, instead of waving a white flag or crying "uncle," I was doing crisis management to try to regain control no matter how futile my efforts were.

It was Albert Einstein who defined insanity as "doing the same thing over and over again and expecting different results." In my professional life, it was my responsibility to "make it happen" or "get it done" no matter what got thrown my way. Time and time again, I tried to reconcile the fact that no matter how much planning and preparation you may make, there are things that just are out of your control.

Like life.

In 2003, my father was driving home from a friend's house and in the matter of a split second, was hit head-on by a drunk driver at high speed. The drunk driver died as a result of her injuries. My father spent over three months in the intensive care unit fighting for his life. He is rebuilt from his head to his toes, and we joke that he is a real-life hard rocker due to the amount of heavy metal in his body. During the emotional rollercoaster over the seven months his hospitalizations took, I refused to surrender to the diagnoses he received. Through this time, I also realized that a lot of what was going on was out of my control. No matter how much I did on my Dad's behalf, there was a point where I had to surrender and admit that it was out of my hands. I am happy to say that by the grace of God, he is living a fully thriving, independent life today.

2003 was my wake-up call. Being thrown into the fire changed my perspective on the fragility of life and, as planners would think, the importance of having your affairs in order. But it's not about making sure you have a will in place or your finances in good standing. It's about the lives you've touched and the purpose your life brings. It also made me re-examine my faith, coming to the understanding that surrendering is actually a sign of strength.

Fast forward to 2009. I am listening to No Line On The Horizon from beginning to end for the first time. "Moment of Surrender" concludes and the floodgates open and I am searching frantically for tissues. Within the span of just over seven minutes, this one song unearthed all of the emotions I had been repressing for six years with my Dad's near-death experience. The first three verses outlined the stress and desperation I felt being a newlywed trying to start a new life with my husband and being faced with such a devastating situation we couldn't have imagined. Bono was able to describe that desperation perfectly:

My body's now a begging bowl
That's begging to get back
Begging to get back to my heart
To the rhythm of my soul
To the rhythm of my unconsciousness
To the rhythm that yearns
To be released from control

I found when I was tending to my father, I couldn't fully express my pain and agony because had I let that guard down, I would not have been able to properly advocate for him. As I am an only child, the responsibility of his life suddenly fell on me. It was a role reversal -- after 30 years of Dad being responsible for me, it was now my job to keep him alive. I knew he had the best doctors we could find, and I knew Dad had the will to live. However, I had to constantly communicate to my family and friends what was going on, as well as deal with the police, the lawyers, Dad's employer, insurance agencies, and others. I found that I couldn't deal with my own life because I was dealing with Dad's. As much as I wanted to get back to my own rhythm, I couldn't let go of the control over Dad's. I found myself begging and pleading with God, doctors, nurses, aunts, uncles, cousins and others for answers and to feel like I was being understood. I was yearning so much for compassion and it was very hard to find from family members nearest to me. Family can be your harshest critics sometimes.

I was speeding on the subway
Through the stations of the cross
Every eye looking every other way
Counting down ‘til the Pentecost
At the moment of surrender
Of vision over visibility
I did not notice the passers-by
And they did not notice me

These ending lyrics challenged me in a way that a U2 song never had before. A few days after hearing them, I had just given birth to my daughter and two days later found out my grandfather had died. Here we have the bookends of life. I struggled with the notion of rushing through life and realizing you've pushed everyone who cares for you away, leaving you heartbroken and lonely. I also struggled with the idea of a new life and knowing there's a purpose to it but not knowing what that purpose is -- the whole vision over visibility theme. Bono's allusion of the crucifixion of Jesus Christ and the gift of the Holy Spirit also underscored my belief that what you do in this life matters and has purpose. How sad would it be if your life did not matter to anyone, where no one was noticing you and you being hurt so badly that you didn't notice them?

I was punching in the numbers at the ATM machine
I could see in the reflection
A face staring back at me

What it boils down to for me is faith. I have to have faith that by giving up control and surrendering, the outcome will be a bit better than anything I could have planned. Obviously, sad things happen in life and that's part of the path we all are on. Hopefully lessons are learned from those experiences that make us better for it. It's that dose of hard reality that hits you at the most unusual time or place. This epiphany might not have happened at an ATM where I saw my own reflection, but there have been similar experiences where I have that "a-ha" moment. There are times when I think it might be my guardian angel staring at me to tell me it's going to be OK, as was the case on several occasions during my Dad's recuperation. There are other times where I'm trying to convince myself that it's out of your hands and to give up the ghost. It's still hard for me to admit I need to surrender, but this song has counseled me that help is out there and to not give into the desperation of trying to find it -- it's where you least expect it and it will find you when you need it the most.

© @U2/Lawrence, 2009.

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Mensagem por Achtungzoo Seg 18 maio 2009, 7:24 pm

Moment of Surrender

Like a Song: Moment of Surrender

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John Tuohy
[Ed. note: This is the 34th in a series of personal essays by the @U2 staff about songs and/or albums that have had great meaning or impact in our lives.]

Like A SongIf I want to live I've got to die to myself someday

Different time, different song, and maybe even a different type of surrender. Or is it? Whether the background is a city o' fire, a bad relationship, or a substance that's overtaken you, to surrender yourself is just about always in the equation somewhere. But as we know all too well, surrendering to something can either be good for us, or it can be bad for us.

So this story is, in a sense, my moment of surrender.

I've never actually tied myself with wires, but I have played with the fire, and yeah, the fire does play back.

The March 3 release date for No Line on the Horizon couldn't have come at a better time for me. In February, I was given a chance to do something I've wanted to do for a very long time. I was given two dates when I could do this: March 3 and March 10. I picked the 10th because ... well, I had important plans for the third. On the 10th, I entered the hospital for a 10-day chronic pain program. Yeah, good times indeed.

After countless surgeries to my eyes years ago, I was left with ... well, let's just call it a headache. And after seeing about 10 doctors, they all had the same thing to say: You need to control the pain with medicine. That helped for many years. But after a while, the same amount of meds wouldn't do the trick anymore. The pain was getting worse and worse. Or so I thought. Turns out my body was just building up a tolerance to the meds. So naturally, between myself and the doctors, we increased the meds for better pain control. This increase happened about 10 more times.

Chronic pain is a condition that many people live with. The key word there is "live." But I don't think I was living with this pain. I think I was just trying not to live with it. And by doing that, there were certain parts of my life that were starting to fade away. Yes, some of the pain was gone, but so was part of me as well. There's definitely a balance between pain and meds, but unfortunately, my physical body could not keep up with that balance. When the body builds up a tolerance to pain meds, you can end up with the dependency and side effects of the meds, as well as the pain itself. Then it all started to become a crutch, and it would make me not want to do the things that I used to love to do. But what was it that stopped me from doing those things? Was it the pain? The meds? Or both?

Before my hospital trip, that question was starting to get answered when I kept thinking of a line from a song:

You should worry 'bout the day
That the pain, it goes away
You know, I miss mine sometimes

Miss it? There was no way in the world that I would ever miss this pain. Ever! And thank God I was starting to see it for what it really was. The pain specialist who recommended the chronic pain program to me said the pain meds I was taking were actually contributing to the pain itself. He explained this to me in detail, and it started to make some sense. It's just that I couldn't get myself to try taking a lesser amount of meds, because it went against everything that I was told by other doctors up to that point. I really needed something that would truly help me believe this new information. I really needed to wake up.

... and I did.

Never in my life have I had an awakening like the one I had this year. I'd listened to No Line at least a dozen or so times before I went into the hospital. But it wasn't until I was actually there in my room one night, sitting on the bed and reading an e-mail from my wife, that this moment happened. I need to share what she wrote so you'll hopefully get it:

"Honey, I was reading lyrics and the song 'Moment of Surrender' reminded me of what you are going through on some level. One thing I know is that love believes in you John and I do, too. I love you honey. I pray that God gives you everything you need. I love you so much. I am amazed by you and am so honored to walk with you through life."

I'm really glad a nurse didn't decide to come into my room right at this point. I don't think that I would have been able to talk. So after I of course composed myself, I put my ear buds in and listened to this song again, but it was really for the first time. Between the e-mail and song, my moment of surrender hit me hard. But it was the good kind of hard.

All the while, I was detoxifying my body of some pretty strong stuff. I was no drug addict; I was just drug dependant. But there's a very fine line between those two things, and sometimes no line at all. About the seventh or eighth day into the program, I was beginning to think more clearly. My thoughts were new and fresh, and my body was getting back. Not begging anymore, but actually getting back to what I was made to do. I was made to live. And I was being released from control.

I know there are a few different U2 song lyrics that could have fit this slot for me at any given time in the last few years....

If I could throw this lifeless Lifeline to the wind

Innocent and in a sense I am

Sweet the sin
Bitter the taste in my mouth

Oh Lord, if I had anything
anything at all
I'd give it to you
I'd give it to you

Really? Anything at all? All right then, it's yours.

It's been a little over a month now that I've been home from the hospital. It's been quite a journey, and a pretty difficult one at that. But I'm happy to say that it was very successful. I met all of my goals with the pain management, and oh yeah, I'm not taking any type of opiates anymore, either.

When I think about vision over visibility, I think it's actually better having the vision. Visibility can be so deceiving because we often rely on only what we think we know and see. But vision to me has way more to do with what we hope for, what we dream about, what we believe, and what we know is true.

As each day passes, I'm getting stronger and stronger. Physically, mentally, and yeah, even spiritually. To me, they're all connected anyway. One of the main things I've noticed since I've been home from the hospital is that I really look forward to things. Whether it's next year, next month, tomorrow, or five minutes from now, I see it all as a new beginning. With U2 tickets in hand, and hope for the future, my vision has really gotten better. As one guy said: "Here's to the future. Dream up the kind of world you want to live in. Dream out loud."

As I look back over the years, I remember always wanting to get off the drugs. I just never really wanted to take the chance. The drugs would make me count down until the pain would stop, but as I mentioned earlier, it never really did. So I finally just took that chance, and because I did, the pain has now stopped. It's just that the eyes still hurt and the headaches are still there.
But I can live with that.

...I mean really live!


© @U2/Tuohy, 2009.

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Mensagem por Achtungzoo Seg 18 maio 2009, 11:02 pm

'Unknown Caller'
por Suderland Guimarães

Olá caros fãs do U2,

Vamos a mais uma interpretação, dessa vez a de "Unknown Caller", que, em minha opinião, está entre as melhores do álbum “No Line On The Horizon”, ao lado de “Magnificent”, “Moment Of Surrender”, “Crazy Tonight” e “Breathe”.

Primeiro vou colocar as declarações que o Bono deu sobre “Unknown Caller” para a revista Rolling Stone, a edição brasileira de nº. 30, para fundamentar a interpretação:

“‘Unknown Caller’ faz referência a Jeremias 33:3 – ‘Invoca-Me e te responderei ’”. Segundo o Bono, “Há esse tema recorrente de rendição e devoção e todas essas coisas que acho realmente difíceis”. Mais adiante a reportagem diz: “‘Unkonwn Caller’ – que fala sobre ouvir a voz de Deus – também parece ser uma história contada da perspectiva de um viciado”.

Segundo esse ponto de vista do Bono, essa canção pode ser lida como um tipo de oração, na era do celular, de um personagem que está sofrendo por causa do seu vício. Uma oração onde esse personagem, que está agonizando, invoca Deus na tentativa de alcançar redenção divina. O curioso é que “Unknown Caller” começa com a frase ambígua “Sunshine”, que poderia ser uma homofonia para “Son shine” (filho da luz), o que faria muito sentido no contexto de redenção da música.

.:: Unknown Caller ::.

Sunshine, sunshine (brilho do sol)
Sunshine, sunshine
Oh, Oh
Oh, Oh
I was lost between the midnight and the dawning [Eu estava perdido entre a meia-noite e o amanhecer]
In a place of no consequence or company [Em um lugar sem consequência ou companhia]
3:33 when the numbers fell off the clock face [3:33 quando os números despencam da face do relógio]
Speed dialing with no signal at all [Discando rápido, sem nenhum sinal.]

Nessa primeira estrofe o personagem fictício criado pelo Bono, descreve que estava numa situação muito complicada, sem companhia e perdido. O Bono estabeleceu na música o intervalo da agonia desse personagem, “perdido entre a meia-noite e o amanhecer”. Então, às 3:33h, quando as horas de agonia avançam e o desespero parece tomar conta, ele fez uma “chamada” misteriosa que terminou salvando-o, pois a música começa falando do “brilho do sol”, o que indica que ele contemplou a beleza do amanhecer.

Como vimos na declaração do Bono no início, o número 3:33 na verdade é uma referência ao livro de Jeremias (Jr. 33:3), onde Deus diz: “Clama a Mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”. Assim, seguindo a dica do Bono, concluo que esse personagem, num momento de desespero e dor, clamou por Deus (que é o “interlocutor desconhecido”) e Ele respondeu. Mas, pela frase "sem nenhum sinal”, parece que a chamada não foi respondida de imediato. É que Deus age somente na hora que tem de agir, que não necessariamente corresponde à hora que achamos que é a certa.

Go, shout it out, rise up [Vá, grite, lute!]
Oh, Oh
Escape yourself, and gravity [Escape de você mesmo e da gravidade]

Então entra esse “coral”, que creio que representa a voz de Deus, para quem o personagem em agonia clamou. Talvez a escolha de várias vozes tenha sido com a intenção de representar a grandeza e a força da voz de Deus. Força que se sente no tom impositivo e a ciência que ela tem da condição do personagem, mesmo não estando com ele, e do que ele precisava ouvir para superar a sua situação desoladora.

Então o interlocutor, no caso Deus, manda o personagem externar o que está sentindo (shout it out) e não desistir da sua luta, não desistir de enfrentar essa situação que lhe afligi. E prossegue dizendo que ele deve escapar dele mesmo, escapar dessa dor, ou compulsão, que o corrói e o domina.

Outra forma de interpretar a frase “Escape yourself” é entendendo que, muitas vezes, nosso maior inimigo somos nós mesmos. Em momentos difíceis muitos gostam de posar de vítima, de coitado, e ficam esperando uma figura materna que os acalentem e afague o ego. Outros esperam que Deus faça tudo, como um pai que superprotege seus filhos. Assim, assumimos uma postura passiva e imatura diante dos problemas, de tal forma, que se torna quase impossível contorná-los. Mas na canção Deus intervém firmemente ordenando que ele escape dele mesmo, de seu querer, de seus desejos e até da gravidade, ou seja, escape dessa consciência adoecida e lute por sua sobrevivência, mesmo que ela pareça tão difícil quanto escapar da gravidade.

Hear me, cease to speak that I may speak [Ouça-me, pare de falar, para que eu possa falar]
Shush now [Psssiu… agora]
Oh, Oh
Force quit and move to trash [Encerre e mova para a lixeira]

A ordem de Deus para o personagem parar de falar e ouví-Lo também tem a ver com a reação psicológica do personagem. É que em situações de alto estresse é normal entrar em desespero, falar mais do que escutar e reduzir a capacidade de raciocínio. Assim, passa-se a agir movido pela emoção, que geralmente conduz a situações ainda piores.

Quantos de nós não fizemos algo na hora do estresse da qual nos arrependemos amargamente depois?! Por isso Deus manda o personagem se calar e escutar. Então ordena que ele encerre essa neura e pegue todos esses pensamentos doentios e jogue-os na lixeira, limpando a sua mente para que ele possa recomeçar e vencer.

I was right there at the top of the bottom [Eu estava bem aqui bem no fundo]
On the edge of the known universe where I wanted to be [No limiar do universo conhecido onde eu queria estar]
I had driven to the scene of the accident [Eu dirigi para a cena do acidente]
And I sat there waiting for me [E sentei lá esperando por mim mesmo]

Lendo esses versos me parece que o personagem, mediante a situação desoladora em que ele se encontrava, fechou os olhos e tentou fugir dos seus problemas, fazendo uma viagem para bem longe do caos que o cercava e lhe causava dor. Viagem que pode ter sido fruto de uma dose da droga. A fuga do que achamos que não podemos superar é uma reação natural da alma humana, por isso o personagem disse que queria estar no limiar do universo, o lugar mais longe que ele pode conceber.

Mas como ninguém pode negar a realidade para sempre, mais cedo ou mais tarde tem-se que voltar para ela, o personagem abriu os olhos e voltou para a cena do acidente, onde ficou esperando se reencontrar com ele mesmo, na busca de uma luz para sua alma aflita.

Restart and re-boot yourself [Recomece e reinicie-se]
You're free to go [Você está livre para seguir]
Oh, oh

Então o interlocutor ordena que o personagem recomece e “reinicie-se”. Essas palavras lembram um conhecido conceito de “nascer novamente”, descrito por Jesus no Evangelho. (João 3:3). Jesus afirmou que todos os homens precisam “nascer novamente” se quiserem ver e ter acesso ao Reino de Deus e, assim, encontrar a Paz verdadeira. Então o que significa “nascer novamente”?!

O sentido da palavra “nascer” utilizado por Jesus não diz de uma possível recuperação moral e comportamental do homem, ou de uma associação numa religião. Quando Jesus disse que é preciso nascer de novo, ele falou de uma nova consciência que sabe do quanto precisa do Espírito de Deus iluminando-a. De um ser que abandonou sua justiça própria para confiar somente na justiça oferecida por Jesus e, assim, viver justificado, em paz e guiado pelo amor de Deus. Sem “neuras” ou culpas, apenas sabendo que, mesmo que falhe, em Cristo, não há condenação.

Logo, quem “nasce novamente” inicia um processo de libertação das doenças do ego (alma), dos vícios físicos ou psicológicos, dos grilhões das religiões, das expectativas alheias, etc. Por isso a letra diz que o personagem está livre para ir. Agora é ele quem decide o que deve fazer, ou não, através de uma consciência irrigada pelo amor de Deus. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jo.8.32) “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.” (Gl.5.1)

Shout for joy if you get the chance [Grite para a felicidade se você tiver a chance]
Password, you enter here, right now [A senha você coloca aqui, já.]
Oh, oh
You know your name, so punch it in [Você sabe seu nome, então coloque ai.]
Hear me, cease to speak that I may speak [Ouça-me, pare de falar para que eu possa falar.]
Shush now [Pssiu... agora]
Oh, Oh
They don't move or say a thing [Eles não movem nem dizem nada]

Dessarte, após todos as ordens citadas, Deus deixa o aviso para se gritar para a felicidade, que é esse novo nascimento, se houver chance. O “nome” e a “senha” - a aceitação da mensagem - permitem que uma nova comunicação se concretize, um novo relacionamento se estabeleça. Um relacionamento íntimo de amor, paz e liberdade com Deus-Pai, que são frutos dessa nova consciência, que, por sua vez, é consequência do “novo nascimento”! Para começar esse relacionamento basta se entregar ao amor de Deus, sem burocracias ou complicações.

O interessante é que já no começo da carreira o Bono defendia esse conceito de liberdade ensinado por Jesus, que não é sinônimo de libertinagem. Isso está numa entrevista que ele deu ao Neil McCormick ainda na época do álbum Boy, onde ele disse que “... muitas pessoas pensam que render-se a Deus significa abrir mão de todas as coisas boas. Eu costumava acreditar nisso, de certa forma.” Disse Bono. “Mas quando você se envolve, começa a ver as coisas muito claras. Você começa a ver o que está acontecendo ao seu redor. Quando um cara se aproxima de você com uma garrafa, você percebe o que está acontecendo, você percebe que ele está sendo enganado. É um discernimento. Isso certamente não é puritano ou covarde. Isso não é sobre abdicar responsabilidades. Isso é sobre tomar a vida em suas próprias mãos”. (Livro “Killing Bono”, capítulo 8, pg. 125).

Obrigado a quem chegou até aqui, espero que tenha gostado e peço a Deus que tenha acrescentado algo à sua vida. Eu dedico essa interpretação ao meu amigo Bruno Iosephi.


Cordialmente,
Suderland Guimarães
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Mensagem por ritaloveu2 Seg 18 maio 2009, 11:57 pm

essa interpretação de unknown caller é umas mais legais do suderland, tanto que não resisti e md um email pra ele tecendo mil elogios :aeee:
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Mensagem por Achtungzoo Ter 19 maio 2009, 7:46 am

White as Snow

Vamos a mais uma interpretação, dessa vez a de “White as Snow”, que escrevi a pedido do meu amigo-irmão, Armando Andrade.

Como de costume eu vou colocar algumas informações sobre a música para dar suporte à interpretação.

Bono disse em uma entrevista que “White as Snow” é sobre “os últimos momentos de um soldado no Afeganistão”. Ela representa os últimos pensamentos desse soldado que está morrendo “depois da explosão de uma bomba na estrada”. Bono chegou a afirmar que as primeiras versões de “White as Snow” começavam com o som de uma explosão, que depois eles resolveram tirar. Em linhas gerais, essa bela e lúgubre canção narra algumas imagens da vida do soldado que afloraram em sua memória enquanto ele morria.

É “um tipo de (canção) ‘pastoral’,” disse o Bono. “É um bom prenuncio de como vai ser o álbum que vem logo depois de ‘No Line On The Horizon’, que tem,” diz ele, “a idéia de peregrinação no seu centro”, e é constituído por “músicas mais silenciosas, mais meditativas”. (Fontes: jornais The Guardian e Chicago Sun Times).

Daniel Lanois, um dos produtores do novo álbum, também disse ao jornal “National Post” que “White as Snow” tem como base o hino cristão “O Come, O Come Emmanuel”, o que corrobora com o sentido da letra, pois a mesma possui alguns elementos cristãos que mostrarei a seguir. Vamos à interpretação, espero que vocês gostem.

.:: White as Snow ::.

Where I grew up, there were no hills at all [De onde eu vim não existiam colinas]
The land was flat, the highway straight and wide [A terra era plana, a estrada reta e larga.]
My brother and I, we'd drive for hours, [Meu irmão e eu dirigíamos por horas,]
Like we'd years instead of days [Como se tivéssemos anos ao invés de dias]

O soldado, personagem criado pelo Bono, começa descrevendo a paisagem do lugar de onde ele veio que pela última estrofe não creio ser o Afeganistão. Ele diz que veio de um lugar cujo relevo é plano e possui estradas retas e largas, por isso ele dirigia, com seu irmão, por horas a fio, como se eles tivessem toda uma vida pela frente, ou seja, sem “pré-ocupação” ou ansiedade nenhuma com o amanhã. Esse soldado apenas vivia em paz e serenamente o dia chamado hoje.

A descrição dessa paisagem equilibrada e serena também pode ser entendida como uma metáfora para o estado de espírito desse soldado antes de ir para a guerra. Um estado de espírito centrado, sem solavancos ou ansiedade, representados pelas imagens de uma terra plana e de uma estrada reta e larga.

E tendo como base a próxima estrofe eu creio que esse estado de paz era fruto da ação de Jesus Cristo no seu coração. Por hora apenas perceba a consonância da idéia contida na estrofe acima com a descrição da obra que Jesus faz no coração dos que o ama e guardam suas palavras: “... Se abaixará todo o monte e outeiro; E o que é tortuoso se endireitará, E os caminhos escabrosos se aplanarão; E toda a carne verá a salvação de Deus.” (Lc.3:6).

Por que essa imagem de uma estrada reta e de uma terra plana?! Porque a certeza da salvação oferecida gratuitamente por Jesus pacifica o coração, pois até o que antes era um abismo (morte) Deus transforma num caminho plano e reto para a casa do Pai celeste.

Our faces as pale as the dirty snow [Nossas faces pálidas como neve suja]
Once I knew there was a love divine [Uma vez eu soube que existia um amor divino]
Then came a time I thought it knew me not [Então veio um tempo que eu pensei que ele não me conhecia]
Who can forgive forgiveness when forgiveness is not [Quem pode perdoar o perdão quando não é perdão]
Only the lamb as white as snow [Somente o cordeiro é branco como neve]

Então o soldado continua o flashback e lembra do dia em que ele soube da existência de um amor divino, que nessa estrofe é personificado na figura do “cordeiro”, que é uma das descrições para Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo.1:29). Mas a princípio ele apenas tomou conhecimento que Ele existia, entretanto não conheceu verdadeiramente a mensagem de Jesus. Por isso que depois veio um tempo que ele pensou “que ele (Jesus) não o conhecia” e justifica o motivo dele ter pensado isso perguntando: “Quem pode perdoar o perdão quando não é perdão”?

A paisagem onde ele vivia era tranqüila e sua crença também, só que isso mudou drasticamente no Afeganistão. E talvez por ele ter matado soldados afegãos durante a guerra ele entrou num dilema: como Cristo iria perdoar um homem que não perdoou os soldados inimigos durante a guerra?!? Com esse dilema na cabeça ele chegou a pensar que Jesus o tinha rejeitado, posto que ele matou soldados afegãos ao invés de “oferecer a outra face” (misericórdia), como Jesus ensinou.
Provavelmente esse dilema o consumiu de angústia e ele se considerou imundo e imperdoável a ponto de pensar que ele, a “neve suja”, era indigno de receber o perdão e o amor de Jesus, o “Cordeiro branco como neve”, daí o sentimento de rejeição.

Mas Deus ama a todos os pecadores que se arrependem, por pior que seja o pecado. Por isso Deus diz: “Vinde então, e argüi-Me: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve.” (Is.1:18). O amor divino está interessado em misericórdia, Ele quer nos transformar num novo ser verdadeiramente livre e cheio de paz e felicidade.

E a estrofe termina com a afirmação “Somente o cordeiro é branco como neve”, conceito comum no Evangelho para descrever Jesus: “Fostes resgatados... com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pe.1:19). Que quer dizer que Jesus foi o único que pisou na Terra que tinha o coração verdadeiramente puro, que não foi corrompido pelos desejos irrefreáveis da carne.

And the water, it was icy [E a água, era gelo.]
As it washed over me [Enquanto me banhava eu não me importava]
And the moon shone above me [E a lua brilhou sobre mim]
Diante das simbologias vistas acima, essa estrofe pode estar se referindo a outro símbolo cristão, o batismo nas águas desse soldado, que é um ritual de iniciação na fé em Cristo depois de compreender e aceitar Sua mensagem. Nesse ritual a pessoa é imersa nas águas, depois de “arrepende-se*”, para emergir, simbolicamente, com uma nova consciência iluminada, cuja única lei é o amor.
* Se tivesse sido perguntado ao soldado o que ele deveria fazer para ir para o céu ele o consenso é que ele responderia: “ser bom”. As parábolas que Jesus contava contradizem essa resposta. Tudo o que precisava fazer era clamar: “socorro”. As únicas pessoas com quem Jesus era duro eram os religiosos que se achavam “bons”. Assim, “arrepender-se” significa abandonar os próprios conceitos (religiosos ou não) acerca de como alcançar um lugar no céu e passar a confiar somente no Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, que morreu na cruz para perdoar pecados e salvar a humanidade.
Now this dry ground, it bears no fruit at all [Agora esta terra seca, não produz frutos]
Only poppies laugh under the crescent moon [Somente papoulas riem sob a lua crescente]
The road refuses strangers [A estrada recusa estrangeiros]
The land, the seeds we sow [A terra, as sementes que plantamos]
Where might we find the lamb as white as snow [Onde podíamos encontrar o cordeiro branco como a neve]

Nessa estrofe o soldado volta seu pensamento para sua realidade, o cenário da explosão, no Afeganistão, e começa a descrever algumas características do ambiente que o rodeia e que contrasta com a paisagem de sua terra natal. Essa descrição também pode ser entendida com um sentido metafórico. Vejamos.

O soldado diz que a terra é seca e não produz frutos. O que dá a entender que se trata de um solo desértico onde somente as papoulas estão se desenvolvendo. E para quem não sabe, as papoulas são cultivadas predominantemente para ornamento ou para se fazer ópio. Ou seja, o pouco que esse solo consegue produzir não é usado para os devidos fins, que é alimentar a fome do povo.

O curioso é que o soldado diz que as papoulas “riem sob a lua crescente”. Curioso porque o símbolo do islamismo é a lua crescente, que é a religião predominante no Afeganistão. Então o soldado diz que nessa terra onde ele se encontra a estrada recusa estrangeiros assim como a terra recusa as sementes que eles plantaram. Percebam o contraste com a terra e a estrada de onde o soldado veio.

Mergulhando nessa linguagem metafórica, entendo que esse soldado também possa estar falando que nessa terra a sua fé cristã é recusada e as sementes (palavra de Deus) que ele planta não nascem porque a terra está seca. Em outras palavras, o Evangelho não finca suas raízes nos corações porque seus corações estão tão duros que o amor não penetra. Jesus também usava a imagem de uma semente para se referir à palavra de Deus (Mt.13:4).

Então a estrofe termina com o soldado perguntando onde ele poderia encontrar o Cordeiro branco como a neve. Em outras palavras, onde ele poderia encontrar a mensagem de amor de Jesus nessa terra que recusa tanto estrangeiros como a mensagem trazida por eles?

As boys we would go hunting in the woods [Enquanto garotos nós íamos caçar nas florestas]
To sleep the night shooting out the stars [Passar a noite caçando as estrelas]
Now the wolves are every passing stranger [Agora os lobos são todos os estrangeiros passando]
Every face we cannot know [Todas faces que nós não podemos conhecer]
If only a heart could be as white as snow [Se somente um coração podia ser branco como a neve]
If only a heart could be as white as snow

Nessa última estrofe o soldado volta suas recordações para os bons momentos da sua infância e logo em seguida a compara com esta terra onde todos os estrangeiros são considerados lobos que devem ser eliminados. Provavelmente por conta da intolerância da guerra que acomete o Afeganistão que é fomentada pela intolerância religiosa, onde se estimula a estupidez de uma guerra em nome de Deus, que é amor. Tendo isso em mente nos momentos finais de sua vida, o soldado percebeu que a única coisa que faz sentido em meio à estupidez da guerra é saber que só o perdão que perdoa qualquer pecado poderá salvá-lo e que ele só encontrou isso em Cristo.

Por fim o soldado conclui dizendo que “somente um coração podia ser branco como a neve”. Ou seja, somente Jesus foi mais puro que a mais pura das crianças. Jesus viveu até as últimas conseqüências o amor que Ele ensinou. E Ele fez isso para absorver todas nossas falhas e erros e as pendurar na cruz para que, pela fé, nossos corações fiquem brancos como a neve e verdadeiramente em paz. “Vinde então, e argüi-Me: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve.” (Is.1:18). E Ele fez isso porque “somente o coração do Cordeiro era branco como a neve”.

Obrigado a quem chegou até aqui e espero que tenha gostado!

Cordialmente,
Suderland Guimarães.
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Mensagem por Achtungzoo Ter 19 maio 2009, 7:54 am

Magnificent
por Suderland Guimarães

Vamos a mais uma interpretação. Dessa vez escrevi a interpretação de "Magnificent", que é uma das minhas preferidas do NLOTH e será o próximo single do U2. Ela é das músicas do álbum que nos remete à sonoridade do U2 da década de 80. Uma bela música que com certeza fará sucesso nos estádios.

Como o Bono ainda não declarou nada, não posso afirmar com certeza que essa música se refere à Deus, mas o conteúdo da música, como veremos abaixo, e a forma como o Bono a interpretou nas apresentações ao vivo (ver link do youtube no final desta interpretação) me levam a crer que ele escreveu uma belíssima doxologia. Vamos à interpretação!

.:: Magnificent ::.

Magnificent
Magnificent

I was born [Eu nasci]
I was born to be with you [Eu nasci para estar com você]
In this space and time [Neste espaço e tempo]
After that and ever after [Depois deste (espaço e tempo) e para sempre]
I haven't had a clue [Eu não tinha a menor idéia]
Only to break rhyme [Só para quebrar a rima ]
This foolishness can leave a heart black and blue [Esta loucura pode deixar um coração desolado] [1]

O Bono começa confessando que nasceu para estar com Deus agora e sempre. Mas pela frase "I haven't had a clue" percebe-se que nem sempre o Bono teve essa certeza que hoje ele tem. Creio que essa certeza só veio após a morte da mãe dele, que deixou sua vida bastante atribulada. E a sua biografia conta que ele só reencontrou sua paz quando conheceu e passou a freqüentar um grupo de amigos que estudavam a Bíblia e quando começou a cantar. Provavelmente nessa época ele começou a ter essa certeza de que nasceu para estar com Deus e cantar para Deus. Indício disso é que nessa mesma época o Bono escreveu uma carta ao pai dizendo que a sua vida e trabalho seria o testemunho da sua fé em Cristo para o mundo. [2]

Mas o Bono alerta que essa "loucura" pode deixar um coração "desolado", que creio ser a melhor tradução para "a heart black and blue". O curioso é que o Bono também usou as cores "black" e "blue" na música "Bad". E em "Bad" ela passa a idéia de dor, angústia, desolamento.

E por que essa "loucura" deixaria um coração assim? Porque o caminho que o Bono percorreu até chegar onde ele está hoje foi bastante doloroso. Mas, paradoxalmente, é a dor que molda a nossa alma e nos torna pessoas melhores.

Only love, only love can leave such a mark [Só o amor, só o amor pode deixar tal marca ]
But only love, only love can heal such a scar [Mas só o amor, só o amor pode curar tal cicatriz.]

Então surge esse refrão com a forte declaração de que só o amor pode deixar essa certeza no coração descrita na primeira estrofe. Só o amor pode curar as cicatrizes (mágoas) existentes no coração. Cicatrizes que talvez sejam frutos de se viver (para) esse amor, pois, como o próprio Bono disse na música "Windows In The Skies": o amor faz inimigos estranhos. E só esse amor pôde mostrar ao Bono o que ele vê hoje.

I was born [Eu nasci]
I was born to sing for you [Eu nasci para cantar para você]
I didn't have a choice but to lift you up [Eu não tive uma escolha a não ser te exaltar ]
And sing whatever song you wanted me to [E cantar qualquer canção que você queira que eu cante]
I give you back my voice [Eu te devolvo a minha voz]
From the womb, my first cry, it was a joyful noise [Desde o ventre, o meu primeiro grito, foi um som de alegria]

Nessa estrofe o Bono continua declarando sua condição de adorador. Foi para Deus que o Bono diz que nasceu para cantar. E chega a dizer que sequer teve uma escolha, como se estivesse predestinado a esse amor.

O interessante dessa estrofe é que o Bono está dizendo que quando ele canta para Deus, ele está, na verdade, "devolvendo" a sua voz para ELE. Essa é uma forma de reconhecer que essa voz, que ele tem desde que saiu do ventre da mãe, é um dom de Deus para ele. Por isso que ele diz que quando está cantando para Deus, como nessa música "Magnificent", ele está apenas devolvendo sua voz para ELE, o criador, na forma de adoração, de exaltação.

Only love, only love can leave such a mark [Só o amor, só o amor pode deixar tal marca ]
But only love, only love can heal such a scar [Mas só o amor, só o amor pode curar tal cicatriz]

Um detalhe interessante, na música "Stand Up Comedy", o Bono escreveu: "God is love", que é uma referência direta ao texto do apóstolo João, que diz que "Deus é amor". E o adjetivo "Magnificent" é um atributo de reverência. O clima "gospel" da música e a forma como o Bono a interpreta [3] contribui com a idéia de que essa música é para Deus.

Justified till we die, you and I will magnify The Magnificent. Magnificent. [Justificado até nós morrermos, nós exaltaremos O Magnífico. Magnífico.]

Essa frase deixa mais forte a idéia de que essa canção se refere à Deus, pois Bono diz que exaltará "O Magnífico", onde o artigo "The" e a letra maiúscula em "Magnificent" passam a idéia de que a pessoa, a qual a música se refere, é a personificação do Magnífico. O que me remete diretamente a Deus.

E o que significa essa "justificação" que o Bono citou? Segundo Jesus Cristo, todo aquele que nEle crê está justificado diante de Deus, não tem mais culpa NENHUMA que o acuse diante de Deus. Mal comparando, é como se você devesse "trilhões de dólares" para a justiça do universo (por conta de todos seus erros, pecados, ofensas, etc), então Jesus veio como "fiador" e pagou TODA sua dívida à justiça sem NADA cobrar de você, exceto que você viva AMANDO ELE e o próximo). Ao pagar TODA a dívida (com sua própria vida na cruz), Jesus tornou justo (justificou) quem nEle crê diante da justiça universal, cujo o juíz é Deus (Deus é o justo juíz, Ele não pode deixar os delitos humanos passarem impunes, por isso Deus se fez homem para pagar as dívidas humanas e, assim, nos livrar da condenação de uma vez por todas, pois, segundo Jesus, para o homem seria impossível). Dessa forma, quando o Bono diz "Justificado até nós morrermos..", ele está falando da justiça que Jesus nos imputou, mesmo sem merecermos, simplesmente por nos amar.

O que resta para quem reconhece que já recebeu gratuitamente de Deus o maior dom que alguém pode receber, que é a vida eterna, senão adorá-Lo e exaltá-Lo?!?

Only love, only love can leave such a mark [Só o amor, só o amor pode deixar tal marca [
But only love, only love unites our hearts [Mas só o amor, só o amor une os nossos corações..]

Só quem verdadeiramente ama é capaz de tomar uma atitude dessas. Só por amor incondicional Jesus fez o que fez pela humanidade. E Ele fez isso porque sabe que o nosso melhor ainda é insuficiente. Por amor Deus justifica quem crê nEle. Por amor Ele se deu por nós e nos justificou gratuitamente. Por isso Ele é "Magnificent".

E quem compreende o tamanho desse amor de Deus por nós, se rende ao Seu amor e se deixa ser guiado por ELE mesmo sabendo que vai se machucar pelo caminho. E esse sabe que até a voz que tem e o ar que respira é graça dELE. Por isso "canta qualquer canção que ELE queira que se cante e devolvo a voz exaltando-O". Só o amor pode deixar tal marca no coração! Ou como o Bono canta em "Windows In The Skies", você não vê o que o amor tem feito?!

Obrigado a todos que chegaram até aqui e fiquem à vontade para comentar! Espero que tenham gostado.

Cordialmente,
Suderland Guimarães

PS.: Dedico esta interpretação aos meus queridos amigos Armando, Márcio Artacho e Andrea Macêdo.

[1] Em Bad, o Bono escreveu: "True colors fly in blue and black".
[2] No livro do Bill Flanagan, "At the end of the world".
[3] Magnificent no Youtube: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] (ver gestos em 2:52 min)
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Mensagem por Achtungzoo Ter 19 maio 2009, 9:39 am

No Line On The Horizon
Por Suderland Guimarães

Olá nobres fãs do U2, escrevi mais uma interpretação de uma música do novo álbum, a música que deu nome ao álbum, “No Line On The Horizon”. Um detalhe importante é que usei a letra de “No Line On The Horizon” do single, não a do álbum. Elas são diferentes, mas a idéia central é a mesma.

Primeiro vou colocar abaixo o que o próprio Bono falou sobre a música numa entrevista ao jornal The Guardian:

“É por isso que eu adoro a abertura do álbum - No Line on the Horizon. Não há fim à vista. É infinito, é otimista. [canta] 'Eu conheço uma menina que é como o mar.' O mar e o céu se tornam a mesma cor e você perde a linha do horizonte que desaparece no infinito. O infinito é um ótimo lugar para começar. Você sabe, é como aquela coisa que as pessoas dizem sobre o U2, que a maioria das bandas começam a escrever sobre meninas e acabam escrevendo sobre Deus, mas nós começamos a escrever sobre Deus e acabamos por escrever sobre meninas. 'Mas nós encontramos Deus nas meninas', essa seria a minha resposta.”

Com essa idéia em mente, vamos à interpretação. Espero que gostem.

.::No Line on the Horizon::.
(Nenhuma Linha no Horizonte)

I know a girl [Conheço uma garota]
Who's like the sea [Que é como o mar]
I watch her changing [Eu a vejo mudando]
Every day for me [Todo dia pra mim]
Oh, yeah

One day she's still [Um dia é calma]
The next she swells [No outro explode]
I can hear the universe [Posso ouvir o universo]
In her seashells [Em suas conchas marinhas]
Oh, yeah

O personagem principal da canção está falando de uma garota que ele conhece que tem uma personalidade inconstante, pois ela está sempre mudando para agradar seu parceiro, um dia está calma e noutro agitada. E essas constantes mudanças a fazem perder sua identidade. Por isso tem dias que ela está calma e noutros “explode”, provavelmente porque ninguém suporta o esforço de tentar ser o que não é.

A frase “I can hear the universe In her seashells” me lembra uma brincadeira que muitos fazem que é colocar uma concha do mar no ouvido para ouvir o “fundo do mar”. É como se a concha trouxesse uma pequena amostra de qual é o som que se ouve no fundo do mar. Ou seja, o personagem principal pode estar querendo dizer que a postura dessa garota é uma pequena amostra do que acontece no universo feminino, onde as mulheres ao buscarem solidificar a relação com seus parceiros, muitas vezes, se doam e tentam mudar o próprio “eu” para agradar seus parceiros.

A relação que consigo ver entre a postura dessa garota e a de Deus, que o Bono insinuou, é que Deus também se doou. Ele se doou pela humanidade de várias formas. Primeiro Ele se apresentou na figura paterna do Deus-Pai. Depois Ele enviou seu filho Jesus, que chegou a morrer pela humanidade, para justificar os pecados dela, por amor. E, por fim, Deus envia para nós hoje o espírito santo que cria situações diversas para alcançar nossos corações.

No line on the horizon [Nenhuma linha no horizonte]
No line [Nenhuma linha]
No line on the horizon [Nenhuma linha no horizonte]
No line [Nenhuma linha]

O Bono declarou na entrevista ao jornal The Guardian que a frase “No line on the horizon” é um pensamento otimista, algo como “não há um fim à vista”, nas palavras dele. Ou seja, mesmo em meio aos problemas dessa relação, como a auto-supressão da personalidade para agradar o parceiro, a garota vê infinitas possibilidades para se consertar o que está errado.

A imagem do infinito traz a idéia otimista de que existem muitas possibilidades para se corrigir o que está errado. Ela não vê um fim à vista no horizonte, ela vê infinitas chances para acertar a relação. Ela não olha para o problema, ela buscas as soluções. O seu amor é tão forte que ela não cogita em hipótese alguma por fim à relação.

O paralelo com Deus é que ELE possui uma misericórdia infinita! Ele sempre está disposto a nos perdoar, nunca há fim para a vontade dEle em nos reabilitar, em nos perdoar, em nos tornar seres humanos melhores, mais maduros, mais amorosos. Tudo isso por causa do AMOR que Ele sente por nós. Um amor que só deseja amor como retorno, nada mais.

I know a girl [Conheço uma garota]
Hole in her heart [Coração vazio]
She said infinity's [Disse que o infinito]
A great place to start [É um grande lugar para começar]
Oh, no, you know [Oh, não, você sabe]
It's gonna be alone [Ficará sozinha]

Mas esse processo de auto-supressão da personalidade para agradar o seu parceiro tem um preço, ele faz com que o coração dessa garota vá se esvaziando. Onde antes havia um coração cheio de amor que se doava, agora há um coração que cobra um retorno de todo o “investimento” feito. E a constatação é que no final restará apenas a solidão se continuar agindo assim.

A relação dessa estrofe com Deus é que todo coração possui uma carência de Deus. E se alguém insiste em negar Deus, então o seu coração fica com um vazio do “tamanho” de Deus. Então essa pessoa passa a tentar preencher esse vazio com atividades diversas, ou com filosofias diversas, ou até com vícios que terminam por destruir a própria pessoa. Isso porque o vazio de Deus só ELE pode preencher. Ao tentarmos preencher esse vazio com outras coisas acabamos por entrar num ciclo vicioso fruto de uma sede que nunca é saciada. Todo coração com esse vazio sabe que se continuar assim permanecerá numa solidão existencial tão enraizada que mesmo que esteja rodeada de pessoas, ainda assim se sentirá só.

The lady sent me it [A senhora me mandou]
To hang your song in, lover [Para lhe entregar sua música, meu amor]
I wanna be the sea [Quero ser o mar]
You know, say you're alone [Você sabe, diz que você está sozinha]

Aqui o personagem principal diz: “I wanna be the sea”. E o mar, segundo o que o próprio personagem descreveu na primeira estrofe, muda constantemente. Creio que o personagem ao ver a solidão existencial da garota se sensibilizou e começou a querer retribuir afetivamente os seus sentimentos, daí o desejo de querer ser o mar, ele queria mudar para agradar seu amor.

O paralelo com Deus é que em meio ao vazio existencial da estrofe anterior o personagem passou a desejar Deus na sua vida de tal forma que ele quer ser um só com Ele. Então ele diz que quer lhe entregar sua música e seu amor como gratidão.

No line on the horizon [Nenhuma linha no horizonte]
No line [Nenhuma linha]
No line on the horizon [Nenhuma linha no horizonte]
No line [Nenhuma linha]

O otimismo e o desejo de consertar a relação permanece. Seu amor é forte o suficiente para fazê-la otimista mesmo em meio à dor. Seu amor é forte o suficiente para ela acreditar até mesmo no impossível.

O paralelo com Deus é que o Seu amor por nós é tão grande [infinito] que Ele entregou Seu filho para morrer por nós, tudo para reatar Sua relação com a humanidade e nos livrar das culpas dos nossos erros. ELE fez isso para realizar o que é impossível para nós: nos aproximar da perfeição de Deus. Tudo isso só por causa do Seu amor por nós. O amor de Deus não vê impossíveis, para ELE tudo é possível.

The song in my head [A música em minha cabeça]
Is now on my mind [Agora está em minha mente]
I put you on pause [Deixo você em pausa]
I try to rewind, oh no [Tento rebobinar, oh, não]
And replay, hey [E repetir, ei]

Essa distinção entre "head" e "mind" acho que existe mais pela rima de "mind" com "rewind". Creio que a idéia aqui seja a de que a "música" que ele ouviu agora ocupa sua mente. Ou seja, essa relação que antes ele não dava muita importância agora ocupa seu pensamento. A ponto de ele querer parar o fluxo que ela estava seguindo, voltar a trás e tentar recomeçar corrigindo os erros.

A relação com Deus é que Ele sempre está disposto a esquecer nosso passado e refazer nosso futuro nos transformando em uma nova pessoa: livre, consciente, caridosa e cheio de amor.

Every night [Toda noite]
I have the same dream [Tenho o mesmo sonho]
I'm hatching some plot [Rabiscando um desenho]
Scheming some scheme [Elaborando algum esquema]
Oh, yeah

E agora o desejo de consertar essa relação realmente se fixou em sua mente. Tanto que todas as noites ele passa a ter o mesmo sonho. E fica elaborando, arquitetando uma forma de reconstruí-la.

I'm a traffic cop [Sou o guarda de trânsito]
Marooned in the rain [Isolado na chuva]
The siren's wailing [A sirene está tocando]
And it's me that wants to get away [E sou eu que quero fugir]



O personagem está numa posição de controle, representado pelo guarda de trânsito, com a responsabilidade de não deixar o caos reinar ao seu redor. O que exige dele um sacrifício pessoal, como ter que “ficar isolado, solitário, na chuva” para “manter a ordem”. E quando a sirene da polícia toca é natural que quem tem algo a esconder tenha como reação imediata fugir. Mas nesse caso quem está querendo “fugir” é o personagem, que nessa situação deveria manter o controle.

Bem, espero que vocês tenham gostado. O trabalho de interpretar é um exercício de imaginação, mas o meu desejo principal é o mesmo do Bono ao escrever “No Line on the Horizon”, deixar uma mensagem otimista para todos.
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Mensagem por Achtungzoo Ter 19 maio 2009, 9:46 am

Get On Your Boots
Por Suderland Guimarães

Em "Get On Your Boots", apesar da levada animada e da nova sonoridade alcançada, no quesito letra o Bono abordou um velho tema, a estupidez das guerras. Principalmente se colocadas diante das belezas da vida. Creio que, em linhas gerais, o Bono está contando a história de um homem que, em meio a toda a loucura de uma guerra, quer apenas curtir um momento especial com seu amor e esquecer todas a loucura que o cercam. Vamos à música.

.::GET ON YOUR BOOTS::.

The future needs a big kiss O futuro precisa de um grande beijo
Winds blows with a twist Ventos sopram com um redemoinho
Never seen a moon like this Nunca vi uma lua como essa
Can you see it too? Você pode ver também?
Night is falling everywhere A noite está caindo em todos os lugares
Rockets at the fun fair Foguetes atingem o parque de diversões
Satan loves a bomb scare Satã adora uma ameaça de bomba
But he won't scare you Mas ele não vai assustá-lo

Nesse início se percebe o caos que cerca o personagem e o desejo dele de que as coisas melhorem, por isso diz que o futuro precisa de um grande beijo, pois só o amor verdadeiro para apaziguar o ódio da guerra. E o cenário de caos descrito é o de ventos soprando fortemente, uma lua esquisita nunca vista e enquanto a noite vai caindo, foguetes vão atingindo um parque de diversão. Passando a idéia de que nem os lugares de paz e alegria como os parques de diversão escapam das ameaça desse ambiente hostil. E aqui Bono faz uma referência a Satan (Satanás) dizendo que ele adora tudo isso que está acontecendo. De fato Satanás é descrito por Jesus como um "ladrão que não vem senão a roubar; a matar e a destruir." Mas o personagem descrito pelo Bono está confiante e não teme nem mesmo Satan, "But he won't scare you".

Hey, sexy boots
Get on your boots, yeah Calce essas suas botas.

You free me from the dark dream Você me liberta de um pesadelo
Candy floss ice cream Doce, sorvete..
All our kids are screaming Todos os seus filhos estão gritando
But the ghosts aren't real Mas os fantasmas não são de verdade"...

Nesses versos começa a entrar a figura feminina através da imagem de uma bota sexy e o desejo de encontrar alívio em meio ao caos (dark dream). A frase, "Get on your boots", soa quase como um chamado para que a mulher em questão, a que trará uma grande revelação, tome uma atitude. E essa mulher consegue exercer uma boa influência sobre o personagem masculino a ponto de conseguir libertá-lo de pesadelos.

Interessante a imagem dos filhos gritando, talvez fruto do pânico causado pelo trauma das atrocidades da guerra. Pânico este que deixa os cidadãos traumatizados a ponto de ver falsos fantasmas, provavelmente fruto de suas mentes atormentadas.

Here's where we gotta be Aqui é onde a gente tem de estar
Love and community Amor e comunidade
Laughter is eternity Risos são como a eternidade
If joy is real Se a felicidade é verdadeira

Esses versos expressam a bravura e a consciência social do personagem, que mesmo estando em meio ao caos da guerra afirma convicto que é aqui "onde a gente tem de estar". E explica essa postura citando o amor e a comunidade. Isso passa a idéia de que é o amor pelas pessoas de sua comunidade, o amor altruísta, que o faz querer estar exatamente onde está.

Então vem a idéia de riso que, em meio a essa panacéia, parece contraditória, mas na verdade ela é essencial para saúde mental de quem vive num ambiente hostil. Explico, várias são as reações de quem enfrenta uma situação muito adversa como a de uma guerra. Alguns fogem das lembranças dolorosas para anestesiar a dor e tentar levar uma vida normal, mas ao fazerem isso acabam por enclausurar parte da própria personalidade, o que inibe a sanidade e a maturidade mental. Outros se fazem de eternas vítimas e mergulham nas suas dores. Elas passam e viver em função de suas dores e as usam como desculpas para permanecerem inertes e amargas. Já outras não mergulham nas dores, muito menos fogem delas, apenas as encaram de frente e crêem que podem superá-las. São pessoas que usam as adversidade para amadurecerem e se tornarem mais fortes. São essas que encaram as adversidade com risos. Elas choram, mas também riem. Mas não adianta forçar um riso artificial, o riso que é eterno é somente aquele que é fruto de uma felicidade verdadeira. E que felicidade é essa?

Aqui quero abrir um parêntese e fazer uma observação sobre o que eu considero "felicidade verdadeira". Como compartilho com o Bono a mesma fé cristã (a-religiosa), eu diria que essa felicidade verdadeira pode ser uma referência à essência dos ensinamentos de Jesus, onde a verdadeira felicidade tem por base o amor e a confiança de que o sacrifício de Jesus na cruz garante uma passagem, sem escala e de GRAÇA (Amazing Grace), para o Reino de Deus aos que crêem. É somente essa fé que traz uma paz que excede a todo entendimento e enche o coração de segurança e alegria, mesmo nas dificuldades, mesmo face a face com a morte.

E friso que o amor ensinado por Jesus não é um amor qualquer. 'Muito já foi falado sobre o amor, em todos os níveis, a ponto de confundi-lo com manifestações de carinho, mas a humanidade ainda desconhece o real sentido do AMOR'. Isto porque o amor deve ser vivido antes de ser compreendido. Jesus nos ensina que quem ama dá a vida, ou seja, esquece de si em prol do outro. E o que vemos em situações de guerra é justamente o contrário. Nessas situações os homens colocam seus interesses acima até mesmo da vida humana.

O apóstolo Paulo mesmo fez uma exortação nesse sentido: "...nos alegremos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz fortaleza; e a fortaleza, experiência; e a experiência, esperança; e a esperança não envergonha, porque o AMOR de Deus tem sido derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Rm 5) Fecha parêntese.

You don't know how beautiful Você não sabe o quanto é linda
You don't know how beautiful you are Você não sabe quanto é linda
You don't know, and you don't get it, do you? Você não sabe, e você não quer saber, quer?
You don't know how beautiful you are Você não sabe quanto é linda

Está evidente que esses versos são um elogio a alguém que se subestima, ou que é insegura e não tem consciência do quão bela ela é e do quanto é capaz. Essa pessoa não sabe o poder que sua beleza carrega. Seja essa beleza física ou psicológica. Também vejo esses versos como um convite a uma auto-análise, para nos olharmos no espelho e vermos as virtudes que possuímos, mas que não queremos ver, ou não damos a devida importância.

That's someone's stuff they're blowing up São coisas dos outros que eles estão explodindo
We're into growing up Nós estamos evoluindo
Women of the future Mulheres do futuro
Hold the big revelations Guardam as grandes revelações

Acho essa frase "Women of the future/Hold the big revelations", muito interessante e até mesmo visionária. Explico, dia desses li um artigo onde se afirmava que se os líderes mundiais fossem mulheres haveria menos guerras no mundo (não vou entrar em detalhes, apenas informo que tem relação com a psicologia materna feminina). Logo essa frase do Bono que citei é muito pertinente nesse contexto de guerra. Pois se no futuro as mulheres começarem a ocupar mais e mais cargos executivos, então elas revelarão ao mundo um novo nível de governo, onde a vida do ser humano será mais valorizada e, consequentemente, diminuirá a quantidade de guerras. Talvez dessa consciência é que o Bono pede insistentemente: "Hey, sexy boots, get on your boots".

I got a submarine Eu tenho um submarino
You got gasoline Você tem gasolina
I don't want to talk about wars between nations Eu não quero falar das guerras entre as nações
Not right now Não, agora não...
Bossy boots Botas mandonas

Esse verso revela a necessidade visceral de uma parceria. Um tem o que o outro necessita, eles se complementam, o que implica na necessidade de se trabalhar em conjunto para se fazer algo. Como em seguida o personagem diz que não quer falar sobre guerras, um assunto relevante, concluo que o que cada um tem que complementa o outro seja algo relacionado ao prazer deles. Assim, esse personagem pode estar dizendo algo do tipo: 'agora não quero falar sobre assuntos sérios, agora eu quero você, de preferência com botas sexies'.

Let me in the sound Deixe-me entrar no som...
Let me in the sound, sound Deixe-me entrar no som...
Let me in the sound, sound
Meet me in the sound Encontre-me no som

Esse refrão me passa a idéia de que o personagem quer se distrair com algo para aliviar a mente. Algo como uma fuga para manter a sanidade mental de alguém que se senbiliza com tanta estupidez e atrocidades acontecendo ao seu redor, ou mesmo no mundo. Então o personagem pede insistentemente para mergulhar no som, algo que com certeza o isolará do que está acontecendo ao seu redor, aliviando a sua mente.

Termino por aqui e faço um apelo: meninas, calcem suas botas e construam um mundo com mais amor e menos conflitos. Vocês são muito mais sensíveis do que os homens e sabem, na pele, o quanto é doloroso por uma vida nesse mundo. Por carregarem uma vida por nove meses na barriga e sofrerem as dores do parto, vocês sabem o real valor de uma vida, logo, dificilmente vocês mandariam seus filhos para a estupidez de uma guerra onde milhares de vida se perdem. "Get on your boots, girls".

É isso, espero que tenham gostado.
Fiquem com Cristo, que soube dar o devido valor às mulheres mesmo Ele vivendo numa época e numa comunidade extremamente machista.

_______

Recentemente o Edge deu uma declaração ao thesun.co.uk, na vídeo premiere de "Get On Your Boots", onde ele disse: "The video is based around the idea that men have f***ed things up so badly, politically, economically and socially, that it's really time we handed things over to women." (Traduzindo: "O vídeo gira em torna da idéia de que os homens deixaram as coisas tão ruins, política, econômica e socialmente, que está realmente na hora de passar o comando das coisas para as mulheres")

Essa declaração do Edge concorda em linhas gerais com a interpretação que fiz para "Get On Your Boots", principalmente com o refrão onde o Bono relata que as mulheres trazem uma grande revelação. Enfim, parece que consegui captar a essência da música.

Cordialmente,
Suderland Guimarães
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Mensagem por Andréia Hewson!!! Ter 19 maio 2009, 10:20 am

:aeee: Crisssssss
Adoro essas interpretações do Suderland... lol!
A de "Magnificent","Moment of Surrender" e "White as Snow" são as melhoresssss brinde: :loveu2:
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Interpretações de músicas. Empty Re: Interpretações de músicas.

Mensagem por Achtungzoo Seg 08 Jun 2009, 9:20 am

Mais uma interpretação do nosso amigo Suderland.

IF YOU WEAR THAT VELVET DRESS

Ratifico que esse é só meu ponto de vista e não tem como escrever uma interpretação que agrade a todos, nem eu quero, pois como bem disse John F. Kenndy: "Não posso lhe dar a fórmula do sucesso, mas a do fracasso é querer agradar a todo mundo"! ;)

Bem, o Bono deu a seguinte declaração sobre a música "If You Wear The Velvet Dress", no livro "Into the Heart":

"É ótimo ser capaz de ficar impune com isso", diz Bono. "Nós podemos escrever canções sexuais e espirituais - e canções que são as duas coisas ao mesmo tempo. Podemos escrever o que quisermos, e ficarmos impune com isso. Esse é o caminho que a gente percorreu depois de 15 anos fazendo álbuns.".

Gostei dessa frase porque ela contém exatamente a idéia que venho repetindo aqui na UV. Essa interpretação irá se fundamentar nessa pequena frase que diz muito.

A abordagem óbvia é que essa canção é sobre uma mulher que parece ser extremamente tentadora em um vestido de veludo, mas nas entrelinhas dessa canção é possível se retirar muitas informações subjetivas. Se observarmos bem, a Lua e o Sol são as figuras centrais dessa canção. O ponto chave é descobrir quem essas figuras representam. E aqui eu peço licença poética para explanar sobre a metáfora relacionada às figuras do Sol e da Lua que visualizo nessa canção.

Entendo que nessa canção o Sol representa Deus e suas virtudes (luz) que preenche interior (quarto) do personagem, como veremos mais a frente. Já a Lua, especialmente nessa música, representa uma mulher muito sedutora, uma amante capaz de dar muito prazer, mas que ao final deixa o homem triste. Outro detalhe interessante é que a beleza e a luz da Lua advêm do fato dela refletir a luz do Sol. Entretanto a luz da Lua não é forte como a do Sol que, quando mirada, cega os olhos. A luz suave da Lua nos permite contemplá-la, ela pode ser olhada e namorada, o que a torna mais sedutora. Assim, mesmo o Sol sendo mais forte e provedor da luz, tão essencial a todos; a Lua ainda consegue ser mais atraente, aos nossos sentidos, no caso, olhos. Tendo esses conceitos em mente, vamos à interpretação.

.:: IF YOU WEAR THAT VELVET DRESS ::.

Tonight the moon is playing tricks again, [Hoje à noite a Lua está pregando peças novamente]
Feeling sea sick again... [Estou me sentindo mal (culpado) novamente.].
And the whole world could just dissolve... [E todo o mundo poderia apenas dissolver... ].
Into a glass of water. [Em um copo de água]

A estrofe se inicia com o personagem principal afirmando que a lua (a amante) está pregando peças novamente. Ou seja, talvez esteja novamente tentando seduzir o personagem. E isso o deixa mal, sentimento que talvez seja fruto de uma culpa instalado em sua consciência. Daí o desejo de que todo o mundo sumisse em copo d'água. Uma postura de fuga diante de uma situação quase incontrolável, o seu desejo ardente por essa mulher.

I've been good 'cause [Tenho estado bem porque]
I know you don't want me to, [Eu sei que você não quer que eu fique.]
Do you really want me to be blue as you... [Você quer realmente que eu seja triste como você?]
It's her daylight that gets me through... [É a sua luz que me faz ir até o fim.]

Creio que o personagem diz "Eu sei que você não quer que eu fique bem", porque a lua (a amante) está tentando seduzí-lo para que ele faça algo que traz prazer imediato, mas sofrimento a longo prazo. Então ele desabafa com a amante e pergunta "Você quer realmente que eu me sinta triste como você?".

Acredito que ele perguntou isso porque essa relação traz sofrimento para ambos, por ser algo movido apenas por um desejo ardente que traz consigo a culpa. Uma culpa que o deixa abatido. Talvez o que explique a tristeza da amante é que ela deseje mais do que uma mera relação de prazer sexual sem perspectiva, talvez ela queira um relacionamento mais sólido, talvez ela queira ser amada de verdade.

Entretanto, mesmo com essa consciência, o homem segue adiante encantado pela luz dela, que o encanta e seduz. É essa luz sedutora que o faz ir adiante e ficar com a amante.

We've been here before... [Nós estivemos aqui antes...]
Last time you scratched at my door... [Na última vez você que você arranhou a minha porta]
The moon was naked and cold [A Lua estava nua e fria,].
I was like a two year old, [Eu aparentava ter dois anos de idade].
Who just wanted more... [Alguém que apenas queria mais]

Aqui o personagem descreveu o ambiente da última vez que eles se encontraram. Ela chegou arranhando a porta, como uma felina sedutora atrás da sua presa. Então vem a imagem da lua, a mulher, nua e fria. Onde, talvez, essa palavra "fria" se refira ao nervosismo de se estar fazendo algo proibido, mas, por isso mesmo, extremamente excitante. Tão excitante que faz o homem se sentir como um garotinho de dois anos, que apenas quer saciar seus instintos mais primitivos, sem pensar nas conseqüências.

E na verdade nessas horas ninguém pensa; nessas horas o instinto fala mais alto do que a racionalidade, por isso que depois vem o peso na consciência, fruto do entendimento de ter feito algo sem pensar e que machucou alguém, ou a si próprio. Ou talvez essa culpa seja até mesmo pelo fato do homem ter consciência de que está apenas usando a amante para satisfazer seus instintos, sem amor nenhum.

If you wear that velvet dress... [Se você usar aquele vestido de veludo...]

O paradoxal é que mesmo esse envolvimento com essa sedutora mulher o conduzindo à tristeza, ele a deseja muito, a ponto dele dizer que não resistiria à tentação se a encontrasse com um vestido de veludo, que ele deve achar muito sexy. Nessa frase o personagem está confessando sua fraqueza, mesmo sabendo que depois ele se sentirá mal e ficará triste. Em outras palavras, se ela usar o vestido de veludo, ele vira um garotinho de dois anos sem autocontrole que apenas quer saciar seus desejos.

Tonight the moon has drawn its curtains, [Hoje à noite a lua abriu suas próprias cortinas]
It's a private show [É um show privado ]
No one else going to know... [Que ninguém mais saberá]
I'm wanting... [Estou esperando ]

Nessa estrofe o homem descreve um momento íntimo vivido por ele e sua amante. Quando ela se desnuda e faz um show privado, um strip-tease, que ninguém saberá. Um momento de íntimo de entrega e prazer. Um detalhe interessante é que ela é que vai atrás dele. Foi ela que arranhou sua porta, foi ela que fez um strip-tease para o homem. É ela que toma a iniciativa.

Sunlight sunlight fills my room, [A luz do Sol, a luz do Sol preenche meu quarto.]
It's sharp and it's clear, [É nítida e clara]
But nothing at all like the moon... [Mas não há nada como a Lua]

E depois de nos apresentar todo esse cenário e seu conflito psicológico, o homem diz que é a luz do Sol que preenche e ilumina seu quarto. É o Sol que possui a luz nítida e clara, mas mesmo assim é a luz da Lua que o atrai mais. Ou seja, é Deus que o ilumina e traz sensação de paz e plenitude, mas o desejo pela amante ainda assim mexe mais com seus instintos, pois o que é proibido possui um enorme poder atrativo.

Enquanto Deus satisfaz seu espírito, a mulher satisfaz seu corpo, seus desejos primitivos. E o conflito só se estabelece porque essa relação parece ser proibida e movida só pelo desejo, pois se houvesse amor e não fosse proibida, a realização seria plena e sem culpa nenhuma, pois a plenitude se daria no corpo e no espírito, como acontece com um casal que verdadeiramente se ama.

It's okay... the struggle for things not to say, [Está okay... O esforço por coisas que não se quer dizer]
I never listened to you anyway, [De qualquer modo, eu nunca te escutei]
And I got my own hands to pray... [E eu tenho minhas próprias mãos para orar]

A mulher se esforça para lhe falar coisas que não deseja, talvez porque sejam palavras que machucam por ela estar cobrando uma ação dele no sentido de ficar com ela. Então o homem responde que não importa, pois ele nunca deu atenção, aqui vejo indício da ausência de amor, posto que quem ama quer ouvir e interagir com sua amada. Então parece que o homem se arrepende de ter fraquejado e busca redenção, busca refrigério para sua alma numa oração a Deus.

Tonight the moon is a mirrorball, [Hoje à noite, a lua é uma bolha de espelhos.]
Light flickers from across the hall, [A luz vibra através do salão]
Who'll catch the star when it falls... [Quem pegará as estrelas quando elas caírem...]
If you wear that velvet dress... [Se você usar aquele vestido de veludo]

Aqui é ressaltado o brilho e o encanto da lua, a amante em questão. Sua luz é como as bolas de espelhos nas danceterias, hipnotizantes, encantadoras. Tão sedutoras que é capaz de transformar um homem num garoto de dois anos.

Então o homem pergunta "Quem pegará as estrelas quando elas caírem?" Que é uma simbologia bíblica, onde as estrelas que caem são seres de luz, anjos, que cometeram o pecado da soberba por serem belos e poderosos. Assim, a idéia da frase no contexto da música é "quem amparará esse homem que acha que está no controle, que domina, tem poder sobre sua amante, mas não consegue ficar de pé em sua consciência?" . Vale a pena curtir essa aventura intensa e no final se sentir vazio, mal e desamparado?

É isso, esse é meu ponto de visto. Termino por aqui e desejando que a leitura tenha sido prazerosa para você. ;)))

Cordialmente,
Suderland Guimarães
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Mensagem por Andréia Hewson!!! Seg 08 Jun 2009, 2:35 pm

:aeee: Cris! lol!
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Mensagem por Zooropa Seg 08 Jun 2009, 5:06 pm

Muito boa interpretação :aeee:
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Mensagem por Achtungzoo Seg 15 Jun 2009, 9:29 pm

Aqui o emocionate relato de uma mãe que perdeu seu filho e como uma das músicas do U2 passou a ter significado especial par ela e que foi a pedra de toque para ela enfrentar essa perda, tendo uma interpretação pessoal muito significativa e emocionate:

Mothers of the Disappeared
by Lisa Zeitlinger

I’ve been a U2 fan for over 28 years. I became a fan as early as their first appearance in New York City all those years ago. Their music has always meant so much to me but none more so than their album The Joshua Tree. For me, that album is U2's masterpiece and the one I feel they will be remembered for in the years to come. I even named my oldest son Joshua.

The entire album flows so beautifully from the first song, “Where the Streets Have No Name," to the last, "Mothers of the Disappeared." It is like reading the perfect novel from its first chapter to its last. The one song that had always had an impact on me was the closing one.

There are few lyrics in “Mothers of the Disappeared,” but I feel they are the most powerful and emotional on the entire album. I can feel the sadness and pain of the mothers in Bono's voice. The beautiful music has a ghostly quality about it as if the ghosts of these children are calling out for justice. The mothers of Plaza de Mayo whose children were abducted in Argentina's "Dirty War" were an inspiration to me when the album was first released. How brave they were to demand that the government tell them where the remains of their children were even when it put them in danger to do so. They were courageous mothers speaking up for their children who could not speak for themselves. Little did I know then that this song would have such a profound effect on me years later.

Fast forward to November 2002. It was such a happy time -- I was due to deliver my second son any day. My oldest, Joshua, was now a 4-year-old preschooler. It was an ordinary day that included a visit to my doctor, yet I felt something was not right. Call it a mother's intuition. As the doctor scanned my stomach with the ultrasound equipment, he looked very worried. He didn't have to say a word. I already knew that I no longer heard my son's heartbeat.

Midnight our sons and daughters
Were cut down and taken from us
Hear their heartbeat
We hear their heartbeat

In an instant, I knew I would never be the same again. His beautiful heartbeat that I had loved hearing was now silent. He was suddenly taken from me. I was in complete shock and became numb -- simply a shell with nothing inside. I was told that I had to go to the hospital right away to deliver this full- term child that would never cry or laugh.

In the wind we hear their laughter
In the rain we see their tears

I delivered my son on Nov. 27, 2002. The grief counselor urged me to hold him before he had to go. I didn’t want to do it, but I knew he deserved to be held by his mother. In that moment, the wall of numbness I built around me came tumbling down. The tears that fell from my eyes were just like rain falling in a storm.

See their tears in the rainfall

All the lyrics from this song kept coming into my mind during this time. I buried my son and then locked myself away in a room alone for a very long time. I blamed myself for his death because it was a blood clot to the placenta that deprived him of oxygen. In my mind, it was my body that failed him.

It was “Mothers of the Disappeared” that actually brought me back into the world once again. I finally decided I wanted to be brave like the actual Mothers of the Disappeared and do something for my child. It was then that I became active in causes for children (especially in Africa). I was also inspired by Agnes Nyamayarwo, who after losing her own son to AIDS, went on to educate and help the families in her community in Uganda. I wanted to be a part of helping another child live in memory of my son. I wanted to be as courageous as these women were and still are. That was a big part of the healing process for me.

Even though our lives are so very different, any mother who has lost a child is indeed a Mother of the Disappeared. Our children have disappeared from us in the physical form. Some were lost in a state-of-the-art hospital room where the mother was surrounded by the best of doctors who could not help. Some were lost in the hot African sun due to the lack of a life-saving vaccine or a mosquito net. They could have been helped. Still some, like the mothers of the Plaza de Mayo, lost their children in senseless and horrific acts by a military regime.

They all will, however, go on as long as we (their mothers) go on. We can hear their hearts beat because our hearts are still beating. It is our hearts that pumped the blood to them which gave them life in our wombs. If we go on, they go on. We must find a way to let the world know that our children were here and that they mattered. I have chosen my own way of doing that just as the mothers in Argentina have chosen to march every week in the Plaza de Mayo in Buenos Aires while wearing the white scarves with their beloved child's name embroidered on it. Others may follow a very different path. Yet we will all forever be united.

Thank you U2 from all the mothers who have lost a child.

In loving memory of my son Jesse...in the wind I hear his laughter.

Fonte: atu2.com
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Mensagem por Cris Clayton Qui 18 Jun 2009, 5:02 pm

Que relato! Tocante. O poder da música é fantástico.
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Mensagem por Adri Sáb 20 Jun 2009, 10:48 pm

Interpretações maravilhosas! Brigadu por postar Cris! :aeee: DEMAIS!
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Mensagem por Achtungzoo Sáb 20 Jun 2009, 11:33 pm

Cris Clayton escreveu:Que relato! Tocante. O poder da música é fantástico.
Me emocionei com esse relato. :loveu2:
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Mensagem por Achtungzoo Sáb 20 Jun 2009, 11:33 pm

Adri escreveu:Interpretações maravilhosas! Brigadu por postar Cris! :aeee: DEMAIS!
pisca: :aeee:
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